O lema das nove grávidas dentro do gerenciamento de projetos

Você conhece o lema das nove grávidas? Não? É muito simples, ele diz que: “Uma mulher grávida dá a luz em nove meses, logo nove mulheres grávidas dão a luz em um mês. – Desconhecido“.

Conseguiu associar este lema com algum projeto que você tenha participado? Vou explicar!

Constantemente em projetos nos deparamos com uma situação bem comum, o atraso no cronograma. Como todos nós sabemos, isso gera um grande desconforto não só para o gerente, mas para toda a equipe, pois a quantidade de reclamações, estresse e cobrança aumentam para todos. Quando isso ocorre, pude observar que diferentes gestores têm diferentes atitudes, dentre elas: Negociar um prazo maior, investigar a causa raiz do atraso e tentar corrigi-la a tempo e, não menos importante, o que eu chamo de “plano nove grávidas“.

Alguns gerentes de projetos têm o habito de, mesmo sem analisar o que realmente está acontecendo, imediatamente após verificar um atraso no projeto, adicionar de forma impensada novos recursos (pessoas), a fim de sanar o saldo devedor do tempo. Isso realmente é uma prática correta? Como sabemos, o fator recurso é apenas um dos que influenciam no caminhar do projeto e atribuir a responsabilidade de um atraso apenas para este fator esquecendo dos outros, na maioria dos casos, faz com que o projeto seja fadado à falha.

Já posso ouvir você dizer: “Mas e os casos de sucesso?”.

Eu digo que esses não foram feitos de forma impensada. O uso estratégico do fator pessoas, assim como qualquer outro fator, é uma boa prática e não um tiro no escuro. Por que um tiro no escuro? Fazendo a adição de recursos de forma impensada corremos o enorme risco de estarmos adicionando ao projeto apenas recursos e não o que realmente queremos deles, que são as habilidades. Um recurso sem habilidade é um recurso morto que, além de não aumentar a produtividade, pode baixá-la ainda mais.

Um recurso novo dentro do projeto significa também uma nova pessoa a ser treinada, introduzida ao universo do projeto, pois, acredite, nem o mais expert adiciona grande valor se não souber o que está fazendo. Temos tempo para dedicar a este novo recurso? Vamos fazer uso do tão conhecido “Se vira”? E se o “Se vira” der errado?

Ao adicionar um recurso temos que pensar: “Este recurso tem a habilidade que preciso? Ele vai agregar valor ao projeto? O Valor que ele adicionará valerá a pena em comparação com o custo gerado pela adição?”. Questões simples que teoricamente qualquer um deveria levar em consideração, mas não é o que ocorre quando o fator externo desespero toma conta e faz com que guardemos no bolso qualquer técnica de gerenciamento aprendida.

Mágicas não podem ser feitas, mas um ótimo planejamento sim! Vamos começar a dar importância maior a base do projeto para que depois não tenhamos que remediar, remediar e remediar mesmo sabendo que é tarde demais.


4 Comentários

Haydan Aguiar
1

Concordo plenamente com sua opinião, o grande problema de tudo isso é realmente a base, o começo do projeto, a estrutura que vem sendo montada desde a venda.

Filipe Geniselli
2

Parabéns pelo artigo, muito bem escrito e elaborado.
É dificil analisar o sucesso ou fracasso de um projeto somente pela forma como foi conduzido, lógico que se é montada uma boa estrutura logo no início, se é feito um bom planejamento os erros são mitigados ou até mesmo resolvidos, porém, muitas vezes o erro vem muito antes do início do projeto, podendo ser até mesmo durante a venda e essa falta de um bom planejamento só ajuda para permanecer o erro.

Marcos Habib Bistene
3

Muito bom… faz reforçar que “Antecipar é Preciso”… Preciso de necessidade e Preciso de exatidão.

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