O Gartner, Inc., líder mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas, destaca as tendências que os líderes de Infraestrutura e Operações (I&O) devem observar para oferecer suporte à infraestrutura digital em 2020.
Os analistas do Gartner apresentarão essas e outras pesquisas durante a Conferência Gartner Infraestrutura de TI, Operações & Estratégias de Cloud, que acontece nos dias 14 e 15 de abril, em São Paulo. No evento, analistas brasileiros e internacionais vão apresentar para mais 1.000 profissionais, visionários e líderes de TI conexões vitais entre tecnologias, gestão e cultura com um foco especial na liderança de cada função de Infraestrutura e Operações (I&O).
“Em 2019, as tendências de infraestrutura ficaram concentradas em como tecnologias como Inteligência Artificial (IA) ou Edge Computing poderiam apoiar o crescimento rápido da TI e atender às necessidades de negócios ao mesmo tempo”, afirma Ross Winser, Diretor Sênior de Pesquisas do Gartner. “Embora essas demandas ainda estejam presentes, nossa lista de tendências para 2020 reflete as consequências, muitas das quais não são visíveis hoje”.
O Gartner incentiva os líderes de Infraestrutura e Operações a darem um passo atrás para se prepararem para o futuro. De acordo com o Gartner, as 10 principais tecnologias e tendências que provavelmente impactarão significativamente seu suporte de infraestrutura digital em 2020 são:
1. Repensar a Estratégia de Automação: Nos últimos anos, o Gartner detectou uma faixa significativa de maturidade de automação entre os clientes: a maioria das organizações está se automatizando em algum nível, em muitos casos reorientando as equipes para tarefas de maior valor. No entanto, os investimentos em automação geralmente são feitos sem uma estratégia ampla em mente.
“À medida que os fornecedores continuam surgindo e oferecendo novas opções de automação, as empresas correm o risco de duplicar ferramentas, processos e custos ocultos que culminam em uma situação na qual eles simplesmente não podem escalar a infraestrutura da maneira que os negócios esperam”, afirma Winser.
Segundo pesquisas do Gartner, até 2025, os líderes com melhor desempenho terão um papel dedicado a avançar a automação e investir na criação de uma estratégia de automação adequada para escapar dessas questões.
2. TI híbrida em oposição à confiança na Recuperação de Desastre: Segundo o analista do Gartner, a infraestrutura de hoje está em muitos lugares – Co-location, Data Centers, Edge Computing e serviços em Nuvem. A realidade dessa situação é que a TI Híbrida interromperá seriamente o planejamento de Recuperação de Desastres, se já não o tiver feito. As organizações confiam com frequência nas ofertas “como serviço (as a service)”, nas quais é fácil ignorar os recursos opcionais necessários para estabelecer os níveis corretos de resiliência. Por exemplo, até 2021, 90% dos problemas de disponibilidade baseados em Nuvem serão saudados por falhas no uso dos recursos nativos de redundância dos provedores de serviços em Nuvem.
“As organizações ficam potencialmente expostas quando seus planos de Recuperação de Desastres projetados para sistemas tradicionais não foram revisados com novas infraestruturas híbridas. Os requisitos de resiliência devem ser avaliados nos estágios iniciais do projeto, e não tratados posteriormente após dois anos de implantação”, alerta o analista.
3. Ampliando a agilidade DevOps: Para empresas que tentam amplificar o DevOps, são necessárias ações para encontrar uma abordagem eficiente. Embora as equipes de Produto individuais geralmente dominem as práticas de DevOps, começam a surgir restrições à medida que as organizações tentam escalar o número de equipes de DevOps.
“Acreditamos que a maioria das organizações que não adotam uma abordagem de plataforma compartilhada de autoatendimento descobrirão que suas iniciativas de DevOps simplesmente não se expandem”, diz Winser.
Para ele, a “adoção de uma abordagem de plataforma compartilhada permite que as equipes de Produto utilizem uma caixa de ferramentas digitais de I&O, se beneficiando constantemente dos altos padrões de governança e eficiência necessários para a expansão”.
4. A infraestrutura está em toda parte – seus dados também: No ano passado, o Gartner introduziu um tema necessário às empresas, que é “a infraestrutura está em todo lugar”. Conforme tecnologias como Inteligência Artificial (IA) eMachine Learning (ML) são aproveitadas como diferenciadores competitivos, planejar como o crescimento explosivo de dados será gerenciado é vital. O Gartner estima que, até 2022, 60% das infraestruturas corporativas de TI se concentrarão em centros de dados, ao invés dos tradicionais Data Centers.
“O desejo de mover as cargas de trabalho selecionadas para mais próximo dos usuários por motivos de desempenho e conformidade é compreensível. No entanto, estamos caminhando rapidamente para cenários em que essas mesmas cargas de trabalho são executadas em vários locais e tornam os dados mais difíceis de proteger. Os efeitos em cascata da movimentação de dados combinada ao crescimento desses dados afetarão fortemente as áreas de I&O se eles não estiverem se preparando agora”.
5. O impacto esmagador do Internet das Coisas (IoT): Projetos de IoT bem-sucedidos têm muitas considerações a serem feitas e é provável que poucos fornecedores ofereçam uma solução completa, de ponta a ponta. O Gartner recomenda que as áreas de I&O envolvam-se nas discussões iniciais de planejamento do quebra-cabeças de IoT para entender serviço proposto e apoiar o modelo em escala.
“Isso evitará o efeito cascata de falhas de serviço imprevistas, que podem causar sérias dores de cabeça no futuro”, afirma Winser.
6. Nuvem distribuída: Nuvem Distribuída é definida como a distribuição de serviços de Nuvem Pública para diferentes locais físicos, enquanto operação, governança, atualizações e evolução desses serviços são de responsabilidade do provedor de Nuvem pública.
“As opções emergentes para Nuvem distribuída permitirão que as áreas de I&O coloquem os serviços de Nuvem pública no local de sua escolha, o que pode ser realmente atraente para os líderes que desejam modernizar o uso da Nuvem pública”, diz o analista do Gartner.
No entanto, o Gartner ressalta que a natureza nascente de muitas dessas soluções significa uma ampla gama de considerações que não deve ser negligenciada.
“O entusiasmo por novos serviços, como o AWS Outposts, o Microsoft Azure Stack ou o Google Anthos, deve ser acompanhado desde o início com diligência para garantir que o modelo de entrega dessas soluções seja totalmente compreendido pelas áreas de I&O que estarão envolvidas no suporte a elas”.
7. Experiência imersiva: Os padrões dos clientes para a experiência entregue pelos recursos de I&O estão mais altos do que nunca. Os valores agregados anteriores, como integração perfeita, respostas eficientes e tempo de inatividade zero agora são simplesmente as expectativas básicas dos clientes.
O analista do Gartner alerta os líderes que, à medida que os sistemas de negócios digitais se aprofundam nas infraestruturas de I&O, o impacto potencial do menor dos problemas de I&O é amplificado.
“Se a experiência do cliente for boa, você pode expandir a mente e a participação de mercado ao longo do tempo; mas, se a experiência for ruim, os impactos são imediatos e podem afetar potencialmente a reputação da empresa, em vez de apenas a confiança do cliente”.
8. A democratização da TI: A Low Code é uma abordagem de amadurecimento visual para o desenvolvimento de aplicações que está se tornando cada vez mais atraente para as equipes de negócios. Ela permite que desenvolvedores com variados níveis de experiência criem aplicações para Web e dispositivos móveis com pouca ou nenhuma experiência em codificação, impulsionando amplamente um modelo de “autoatendimento” para equipes de negócios, em vez de recorrer à central de TI para um plano de projeto formal.
“À medida que a Low Code se torna mais comum, a complexidade do portfólio de TI aumenta. E, quando as abordagens de Low Code forem bem-sucedidas, as áreas de I&O serão solicitadas a prestar serviço”, diz Winser. “A partir de agora, é do melhor interesse dos líderes de I&O incorporar seu apoio e exercer influência sobre coisas que inevitavelmente afetarão suas equipes, bem como a organização em geral”.
9. Networking – O que vem a seguir? Em muitos casos, as equipes de TI se destacam no fornecimento de redes altamente disponíveis, o que geralmente é alcançado por meio de um gerenciamento cauteloso de mudanças. Ao mesmo tempo, é difícil para as áreas de I&O acompanhar o ritmo das mudanças e não há sinais de que as coisas irão desacelerar. O analista do Gartner diz que a pressão contínua para manter as luzes brilhando criou problemas inesperados para a rede.
“Os desafios culturais de prevenção de riscos, dívida técnica e dependência de fornecedores significam que algumas equipes de rede enfrentarão um caminho difícil pela frente. 2020 precisa ser o momento de mudanças culturais, uma vez que o investimento em novas tecnologias de rede é apenas parte da resposta”.
10. Gerenciamento de Infraestrutura Digital Híbrida (HDIM): À medida que as realidades das infraestruturas digitais híbridas entram em ação, a escala e a complexidade de gerenciá-las estão se tornando uma questão mais central para os líderes de TI. As organizações deveriam investigar o conceito de Gerenciamento de Infraestrutura Digital Híbrida (HDIM, do inglês Hybrid Digital Infrastructure Management), que busca solucionar os principais problemas de gerenciamento de uma infraestrutura híbrida.
“Esta é uma área emergente, portanto, as organizações deveriam ter cuidado com os fornecedores que dizem ter ferramentas que oferecem uma solução única para todos os seus problemas de gerenciamento híbrido atualmente. Nos próximos anos, porém, esperamos que os fornecedores focados em HDIM ofereçam melhorias que permitam aos líderes de TI obter as respostas de que precisam muito mais rapidamente do que hoje”.