Nunca antes na história desse país falou-se tanto em tentar uma carreira no exterior.
Motivações à parte, também nunca foi tão fácil buscar uma oportunidade de trabalho fora do Brasil, em especial na área de tecnologia. Peças fundamentais na engrenagem desse mundo digital em que vivemos, os profissionais de TI estão em alta demanda.
Mas antes de começar a se candidatar a vagas de trabalho no exterior, confira essas dicas.
1. Tenha as qualificações necessárias
Ronda a casa dos 500 mil o volume de postos de trabalho de TI não preenchidos na Europa. E o prognóstico é de que, até 2020, o déficit ultrapasse as 750 mil vagas. Os números são animadores, mas você não deve se iludir: o que o mercado europeu procura são profissionais altamente qualificados. Afinal, nenhuma empresa vai passar pela burocracia e pelos custos de realocação de um profissional mediano. E quando se fala em qualificação não é apenas o domínio das linguagens de programação e outras habilidades específicas. Ser fluente em inglês é obrigatório, já que essa é a língua oficial do mundo tech e dos negócios. No caso específico da União Europeia, dada a variedade de línguas e culturas, dominar também outros idiomas pode ser uma grande vantagem. Outro diferencial que pode contar a seu favor é seu envolvimento em projetos paralelos. E não se preocupe se sua experiência profissional não conta com nenhum player global. Em muitos mercados estrangeiros, os projetos de que você participou e a forma como se envolveu neles importam mais do que as empresas onde trabalhou.
2. Estude o mercado
Saber se a sua área de atuação tem representatividade no país em que você deseja viver é fundamental para você ter uma noção das oportunidades de trabalho que terá. Há cidades e países onde algumas indústrias são mais fortes do que outras e isso tem relação direta com seu futuro profissional. Em Londres, por exemplo, são muitas as empresas de fintech (tecnologia aplicada às finanças). Afinal, essa cidade é o centro financeiro do mundo. Uma das melhores formas de ‘sentir o mercado’ é participar de eventos locais. Em junho, em Lisboa, será realizado o Landing.jobs Festival, um evento de carreiras da qual vão fazer parte 60 empresas europeias (e 12 profissionais do Brasil e da América Latina serão selecionados para participar do evento como convidados). É uma excelente oportunidade.
3. Saiba o que você quer
As suas motivações para sair do Brasil certamente serão questionadas numa entrevista para uma oportunidade de trabalho fora do país. Você precisa estar pronto para esclarecê-las sem apelar para chavões vazios, como “estou em busca de novos desafios” ou “quero sair da minha zona de conforto”. Ser claro nos seus objetivos vai mostrar ao recrutador o quanto você planejou e refletiu sobre essa mudança na sua carreira. Buscar oportunidades que você não encontra no Brasil ou querer viver uma nova cultura de trabalho são algumas justificativas razoáveis que podem convencer na hora da entrevista.
4. Esteja pronto para a mudança
Pode parecer estranho, mas há quem se candidate a uma oportunidade de trabalho fora do Brasil sem estar pronto para se mudar. As razões são diversas: o assunto não foi discutido com a família, o financiamento da casa ainda não foi todo pago, a ideia de viver em outro país parecia só um sonho distante. É claro que imprevistos acontecem e todo mundo tem o direito de mudar de ideia ou simplesmente desistir daquilo que já está certo. Mas deixar a falta de planejamento evidente no seu processo de recrutamento pode pegar mal em seleções futuras.
5. Dê uma chance ao trabalho remoto
O trabalho remoto pode ser o primeiro passo para a internacionalização da sua carreira. Trabalhando remotamente para uma empresa estrangeira você vai ter a chance de conhecer uma nova cultura de trabalho, desenvolver seus conhecimentos de outros idiomas, testar sua capacidade de adaptação e organização. Tudo isso sem passar pelo estresse natural que uma mudança de país envolve. Não é um ótimo teste? E ainda tem, é claro, a vantagem de receber seu salário numa moeda mais forte do que o Real.