A Internet revolucionou a comunicação e com isso, a organização da vida em sociedade. Com a popularização dos microcomputadores e acesso a rede, a forma do homem se relacionar e comunicar sofreu notáveis mudanças ao longo dos anos – e porque não dizer, avanços.
Se hoje vivemos num período que pode ser chamado de “Sociedade da Informação”, isso só é possível pela oportunidade de acesso a rede, proporcionando comunicação em tempo real e em escala global. Originalmente projetada para fins militares, a internet representa hoje um dos exemplos de investimento mais bem sucedido e com maior potencial de crescimento.
O trabalho inicial, que era feito pela troca de pacotes entre duas máquinas, a então ARPANET, foi evoluindo aos poucos a partir das necessidades bélicas. O projeto foi primeiramente financiado pelo governo norte-americano com a intenção de otimizar o seu desempenho tático militar, de forma que os seus dados não ficassem concentrados em uma só máquina e que os seus computadores fossem capazes de trocar informações entre si de uma maneira mais eficaz e segura. Contudo a ideia inicial cresceu e o projeto passou a ser também estudado pelo setor de pesquisa, principalmente pela organização RAND Corporation.
Time de desenvolvimento da ARPANET
O e-mail, ou correio eletrônico, foi a primeira aplicação de rede que realmente mostrou algum potencial – e hoje é um contato obrigatório para qualquer profissional. Pode-se dizer que foi o primeiro passo para o formato de páginas WWW que temos hoje.
Contudo, por mais que o e-mail tenha sido uma invenção inovadora para época, a popularização de seu uso não foi tão trivial. Os computadores ainda eram máquinas muito caras para a maior parte da população. Muitos que podiam comprá-la, ainda não estavam convencidos de que deveriam fazê-lo, devido a falta de bons softwares para usuário final – o conceito de computação pessoal só foi trabalhado e realmente incorporado, algum tempo depois, com o lançamento do Windows.
A evolução da Internet acompanha a evolução do hardware e dos softwares. Por mais que existisse uma boa ideia do projeto, e que o governo americano iniciasse o seu trabalho com máquinas em seus escritórios, o avanço do desenvolvimento de softwares visando o usuário, com um ambiente mais amigável, aumentaram o interesse das pessoas em adquirir um computador e a realmente fazer dele uma ferramenta útil em suas atividades.
A informatização e busca por recursos desse tipo no Brasil, por exemplo, só se deu com a intervenção estatal em busca de compensar o atraso tecnológico da telecomunicação nos anos 70, época em que o correio eletrônico já tinha sido colocado em prática nos EUA. E mesmo com a busca para compensar esse atraso, a verdade é que as coisas aconteceram em passos estreitos, por falta de dinheiro, pessoal e principalmente, interesse.
A Embratel começou a trabalhar com o conceito de Internet no Brasil por volta dos anos 80 e não foi bem recebida pela maioria das pessoas. Enfrentou o desafio da falta de infraestrutura adequada – o país se encontrava a uma média de 20 anos atrás dos países desenvolvidos no setor tecnológico, falta de conhecimento e interesse. Com o intuito de levar a ideia para um número cada maior de pessoas, a empresa criou alguns centros pelo país, com máquinas com acesso a rede, já que eram poucos os que tinham um computador em casa. Mas o público desses centros envolvia basicamente engenheiros – talvez por um grau de instrução maior e interesse por inovação. Algum tempo depois, o conceito de comunicação em páginas foi um pouco mais difundido, e empresas médicas passaram a divulgar serviços na rede. Mas essas páginas eram raramente atualizadas, o que só aumentou o desinteresse por quem utilizava periodicamente o recurso.
Além disso a divulgação desses novos meios de comunicação praticamente não existia, o que deixava grande parte da população ignorante sobre o que acontecia no setor. Se nos EUA o estudo de organizações de pesquisa se intensificou nos anos 60 a 80, ele apenas começou a caminhar no Brasil em 80, com poucos trabalhos relevantes na área.
Em 1984 o número de assinantes da Embratel era de apenas 110 pessoas, contra 74 milhões (!) de internautas em 2010, segundo dados do IBOPE.
Assim, apesar da lentidão da implantação em alguns países, o efeito global da Internet hoje é algo que deve ser comemorado. Considerando que a ARPANET foi projetada nos anos 60, hoje, apenas 50 anos depois, temos em resposta um fenômeno da comunicação que impactou na sociedade, cultura e negócios.
É importante lembrar, mais uma vez, que essa resposta positiva dos usuários inicia-se quando o mesmo tem uma forma mais acessível de acesso às máquinas, mas também quando a computação partiu para um novo ramo, destinando recursos, estudos e focando o usuário final como grande público. A partir daí a Internet passa a ganhar um número cada vez maior de usuários, passando a conectar estados, países e continentes.
Hoje a internet atua como um “fator modificador” da vida em sociedade. As notícias correm em escala global e em tempo real. Os negócios tiveram que se adaptar a essa nova forma de “vida conectada”, as empresas trabalham com maior eficiência, ao mesmo tempo que enfrentam também novos riscos, como a informatização do cliente e disseminação de conteúdo nas redes sociais.
Se a internet já deixou de ser considerada fenômeno e hoje é incorporada naturalmente em nossas vidas, novos paradigmas virão. É importante estar atento, conectado e o mais importante: informado!