O porte de uma empresa não é mais justificativa para dizer o quanto modernizada ela está. Hoje, contar com equipamentos e softwares modernos é um grande diferencial competitivo. O maior impeditivo para que isso acontecesse no passado eram os altos custos das soluções que, modeladas para atenderem empresas de maior porte, não se ajustavam adequadamente quando se planejava implantar em uma empresa menor, e alguns projetos sempre esbarravam em altos custos.
Aos poucos isso foi mudando e um espaço do mercado que era carente de soluções começou a ser atendido de forma apropriada. Tamanho é o valor deste mercado que as principais fabricantes de software já se atentaram a isso e começaram a desenvolver soluções próprias para esse segmento.
Claro que a procura por soluções próprias para empresas menores foi em parte motivada pelo governo. Para exemplo, vamos citar a Nota Fiscal Eletrônica. Daqui a pouco tempo, todas as empresas deverão ter aderido a esse regime e é impossível trabalhar adequadamente sem contar com uma solução mais completa.
Quando isso acontecer, a maior barreira não serão os custos, mas sim a questão cultural. Temos um projeto de Nota Fiscal Eletrônica baseado na nuvem, o CloudNFe, e esse projeto conta com a hospedagem de dados em Data Centers, que por si só custariam caro. Porém, como é uma solução moldada para empresas de pequeno porte, o custo desse serviço acaba sendo diluído entre as empresas que o utilizam e isto faz com que a solução seja acessível. Pouco tempo atrás, uma pequena empresa contar com serviços hospedados em Data Centers seria inviável.
Outra prova disso, é um novo produto desenvolvido pela Microsoft, o Office 365. Essa solução entrega a consagrada solução da Microsoft através do navegador da internet com um custo incrivelmente baixo: a partir de R$ 10,00 por mês por usuário (valor convertido para Real e sem impostos). Outro ponto a favor é que como o licenciamento é flexível não há necessidade de pagar por aplicativos que não serão utilizados. Se determinado usuário só precisa do Word e do Excel, é só por eles que a empresa irá pagar – uma grande vantagem em relação à versão para desktops.
Em relação aos equipamentos, os incentivos fiscais fizeram com que as empresas fossem inundadas por LCDs e até notebooks, mas é muito comum encontrar empresas que ainda não contam com um servidor. A maioria delas não vê vantagens em adotar “… uma máquina que fica parada e que ninguém pode utilizar…”. O que é isso? Outro mito! Nesse, o custo também não é uma barreira, há servidores hoje em dia custando a partir de R$ 1.990,00 e que, com certeza, trabalhariam muito por uma pequena empresa.
Então, com esse cenário, por que algumas empresas não se modernizam? Como disse antes, acredito que a principal questão é a cultural. Enquanto em alguns países investir em tecnologia faz parte do negócio desde a sua formação, no nosso, as empresas ainda veem como um luxo ou até mesmo tratam a questão como sendo dispensável. A maioria das empresas, independente do quanto pequena possam ser, tem pelo menos uma assessoria jurídica e contábil, mas não enxergam a tecnologia da mesma forma.
Já estive em empresas em que as despesas com tecnologia são contabilizadas como material de escritório. Há outras que sempre preferem investir em equipamentos para a produção, mas nunca em um sistema para controlar a validade de suas matérias-primas, por exemplo. Mas acredito que esse é um paradigma que tende a ser quebrado, basta persistência.
Fato é que as mudanças que temos passado recentemente – mais uma vez, cito o governo eletrônico como exemplo – vieram para ficar e as empresas que mais rapidamente se adequarem, terão a modernidade a seu favor.
por Marcelo A. Rezende: diretor Comercial da empresa Promisys