“Não pode haver amizade sem confiança, nem confiança sem integridade.“1 — Samuel Johnson
No artigo anterior eu terminei com a frase acima, resgato-a nesse momento para analisarmos a palavra amizade e confiança. No conceito de liderança, os líderes que só se preocupam com números, estão longe de ter o estilo de liderança de Jesus, pois Ele como líder nato, conhecia intimamente cada um de seus liderados. Suas necessidades estavam em primeiro lugar, por isso chegou inclusive a dar sua vida por eles e os chamava de amigos.
Então observemos a maneira como Jesus falava com as pessoas. Ele era admirável e podemos dizer que era positivo, porque geralmente deixava as pessoas perceberem o que estavam sentindo sem, contudo, rebaixá-las ou menosprezá-las. Também não se dobrava quando seus adversários tentavam jogá-lo contra a parede. Difícil ser assim, não é?
Jesus também repreendia seus liderados quando necessário, mas mostrava seu lado terno quando era necessário. O estilo de Jesus coloca as pessoas em primeiro lugar e os regulamentos em segundo, sem ilusões de que isso é possível a todo o momento, pois o líder representa a empresa e seus valores. Contudo as necessidades humanas vêm em primeiro lugar, às tradições depois. Em termos práticos, isto quer dizer que o líder, às vezes, tem de quebrar as tradições, paradigmas corporativos e derrubar barreiras, isto requer muita coragem e assertividade.
É utópico até para nós gestores corporativos nos depararmos com esse modelo, pois temos de entregar resultados, afinal nenhuma organização sobrevive sem eles. Os investidores e diretores precisam desses resultados e nós também precisamos deles. Então como vivenciar esses conceitos ao mesmo tempo em que o foco na produtividade e nos resultados é tão importante e cada vez mais cobrado?
A chave está em usar o capital humano da sua organização para a conquista desse resultado. Lembro-me de um processo que vivenciei há alguns anos quando uma empresa recebeu um novo diretor, os resultados de algumas áreas estavam muito abaixo das metas, os funcionários insatisfeitos, perdia-se mão de obra especializada para a concorrência, a produção estava em queda livre, acidentes a todo instante geravam mais afastamentos e o estresse estampava os rostos.
Esse diretor então começou a visitar essas áreas nos horários de menor movimento das lideranças e a ouvir o que cada funcionário tinha a dizer. Com seu jeito espontâneo foi anotando cada uma das sugestões, críticas, dicas e comentários. Eis que um dia a surpreendente notícia de que vários gerentes, supervisores e líderes técnicos foram demitidos. O que não sabíamos era que as visitas desse diretor ocorriam há algum tempo e ele estava apenas começando a agir.
Imagine a surpresa de todos em saber dessas mudanças tão repentinas. Mas o que vimos em seguida foi espantoso, uma explosão de produtividade impressionante. Algumas áreas registraram o triplo da produção normal, o clima nessas áreas melhorou significativamente e nem foi preciso repor as pessoas que haviam se desligado da empresa no período. Tudo começou a funcionar tão bem que logo em seguida toda a empresa passou a receber a mesma visita.
Esse diretor deu a essas equipes um voto de confiança, ao ouví-los e se comprometer em atuar nas situações reportadas. Foi preciso muita segurança e coragem para quebrar paradigmas, remover barreiras e atender seus liderados. Uma liderança que não tem noção da importância dos seus liderados e da força desse capital humano perde muitos resultados.
Ouça mais sobre as necessidades dos seus liderados e oportunidades interessantes de desenvolvimento podem surgir desses momentos de interação. E os resultados certamente aparecerão.
Bibliografia:
Gabi,Wagner – “Relações Públicas e Humanas para Líderes Cristãos” – Editora CPAD.
Youssef, Michael – “O Estilo de Liderança de Jesus” – Editora Betânia
Dusilek, Nancy G. – “Liderança Cristã” – 5ª. Edição – editora JUERP
Covey, Stephen R. – “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes” – 30ª. Edição – FranklinCovey
Armstrong, David – “A gerência através de histórias” – Editora Campus
2 Comentários
Estou vivendo esse momento. O capital humano, o maior patrimônio da empresa, ou pelo menos deveria ser, tratados sem o valor merecido. Vejo o gestor como um ponto motivador, se ele não funciona bem, a equipe também não funciona. Mas é complicado, quando a própria empresa adota políticas que coloca a equipe em segundo plano. Resultado? Desmotivação, êxodo, improdutividade.
Romilson,
É verdade sem que a empresa veja o capital humano como seu maior patrimônio os resultados são esses realmente. Espero que use esse período para evoluir como profissional. Somos forjados nos desafios.
Abraços e obrigado pelo comentário.