Os smartphones e os tablets acompanham as pessoas em todos os lugares, inclusive no trabalho. E há ainda quem utilize o aparelho pessoal para trabalhar e isso tem um nome: consumerização de TI. Isto não é novidade e nem moda. As pessoas têm cada vez mais acesso as novas tecnologias e é comum que queiram aproveitar estas novidades para agilizar todas as suas atividades, inclusive trabalhar. Isso pode ser bom para a empresa, mas alguns cuidados são fundamentais.
Um estudo da Dimensional Research, encomendado pela Dell KACE, que ouviu 750 profissionais de TI, gerentes e executivos, mostra que 87% dos entrevistados dizem que seus funcionários usam dispositivos pessoais para fins relacionados ao trabalho, que vão desde o acesso a e-mail até o CRM e o ERP; 80% dos funcionários usam smartphones pessoais e 69% dizem que PCs pessoais são levados para o trabalho pelos funcionários.
Os números são bastante expressivos e não há como ignorar a consumerização. Mesmo assim, 64% dos entrevistados para o estudo disseram não saber exatamente quantos dispositivos pessoais e aplicativos estão conectados à rede da companhia. E ainda pior, 62% relatam a empresa não tem as ferramentas necessárias para oferecer suporte aos dispositivos pessoais de empregados.
Com estes dados já dá para perceber que o primeiro cuidado deve ser com a segurança da informação. Já ouviu aquela frase: “se não pode com ele, junte-se a eles”? Acredito que a consumerização deve ser vista dessa forma. As empresas devem buscar sempre oferecer segurança para que o funcionário use os seus aparelhos.
Outro questionamento é se a produtividade do funcionário é prejudicada pelo uso dos dispositivos móveis. Afinal, não dá para controlar se o uso está sendo para fins pessoais ou corporativos. Mas acredito que as empresas têm mais a ganhar do que a perder.
Uma pesquisa, realizada pela Maritz Research, aponta que cerca de 65% dos entrevistados garantiram que perdem pelo menos uma hora por semana de produtividade por conta de tecnologias defasadas nas empresas. A pesquisa foi realizada com gestores de TI e funcionários com alta afinidade com a tecnologia, de empresas nos Estados Unidos e Inglaterra.
Podemos concluir que a produtividade pode ser maior ou menor por diversos motivos. Mas tecnologia defasada não garante a produtividade de ninguém. Por isso, cabe a cada organização avaliar e definir quais as regras para o uso de redes sociais e também quais os dados da empresa que podem ser acessados pelos aparelhos móveis pessoais. Sem esquecer, é claro, de oferecer ferramentas para garantir a segurança destes dados.
E também, se for o caso, criar um manual de conduta. Permitir o uso dos aparelhos pessoais não significa que o funcionário possa twittar ou ler seus emails pessoais durante as reuniões, por exemplo. Proibir os dispositivos móveis não é uma boa alternativa, mas exigir bom senso é fundamental.
Autor: João Moretti – diretor geral da empresa MobilePeople