Júlio decidiu que era hora de trocar de emprego. Gostava do seu emprego atual, mas já estava na hora de mudar. Queria trabalhar em uma empresa nova, aprender coisas diferentes, conhecer outras pessoas. Como de costume, começou analisando as suas opções:
- Anúncios de Jornal: Passou a acompanhar os anúncios todo o domingo, ainda que soubesse que raramente os bons empregos eram publicados em classificados de jornal.
- Sites de Emprego: Havia funcionado para o seu emprego atual, a diferença é que naquela ocasião estava desempregado. Se seguisse por esse caminho corria o risco que os seus empregadores atuais soubessem dos seus planos antes da hora, portanto descartou essa opção.
- Networking: Detestava Networking, ainda que entendesse a sua importância para recolocação profissional. Mesmo assim, atualizou o seu perfil no LinkedIn e no FaceBook e tratou de revisar a sua lista de contatos em busca daqueles que poderiam ajudá-lo a encontrar um novo emprego.
- Consultorias de Outplacement: Não tinha experiência com esse tipo de empresa, mas estava inclinado a tentar. Sabia que as boas posições, as posições de ouro, estavam nas mãos dosHeadHunters. Como não conhecia nenhum HeadHunter, talvez precisasse do suporte de quem conhece. Ouviu dos colegas histórias de sucesso de quem conseguiu um bom emprego através de uma consultoria. Por outro lado, sabia que o mercado estava cheio de empresas que prometem mundos e fundos e não conseguem cumprir nem mesmo parte do combinado.
Decidiu então procurar uma empresa de Outplacement. Depois de alguns contatos chegou em uma que lhe pareceu séria. A conversa com o diretor dessa empresa foi mais ou menos assim:
– Olha Júlio, se você procurar por aí vai encontrar opiniões variadas sobre o trabalho da maioria das consultorias de Outplacement. Tem muita gente satisfeita, e bastante gente insatisfeita também. Vou ser honesto contigo, o meu trabalho é vender um produto, que nesse caso é você. Quando tenho um bom produto nas mãos, que tem demanda de mercado, meu trabalho é muito fácil. Quando tenho um bom produto, cujo mercado não tem demanda, a coisa é mais difícil, tenho que avaliar caminhos alternativos, outras carreiras, outras cidades, mas é para isso mesmo que sou pago afinal. Finalmente, quando o produto não é bom não tenho muito o que fazer. Nesse caso, me resguardo o direito de não aceitar o cliente, o que, felizmente, não é o seu caso.
O sujeito pareceu sensato, e continuou.
– Além disso, temos que analisar o teu momento profissional, que convenhamos, é bastante favorável. Tu estás bem empregado, em uma boa empresa e com um bom salário. Procurar emprego em uma situação como essa é bem diferente de procurar emprego quando se está desempregado. No teu caso precisamos fazer antes de mais nada um planejamento de carreira, pensando, pelo menos, nos próximos dois passos. Não é interessante para ninguém que tu sejas recolocado em uma empresa, apenas para trocar novamente daqui a seis meses. Quando começarmos a analisar as posições disponíveis temos que pensar se elas estão alinhadas com esse plano. Onde tu pretendes estar daqui a cinco anos? Será que uma determinada empresa ou posição é a melhor opção para te levar até lá?
A conversa convenceu Júlio, que fechou um contrato de um ano com essa empresa. Começava ali uma jornada que mudaria a sua vida, mas ele ainda não sabia disso.
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Aguardo os próximos capítulos…