Projetando um ambiente virtual com alta disponibilidade

Quando resolvemos ir para o mundo da virtualização precisamos nos atentar a alguns cuidados básicos e um deles, com certeza, é alta disponibilidade.

Imagine você com todos os seus servidores virtuais rodando tranquilamente até que o host físico que está hospedando seu ambiente resolve falhar (pode acreditar, eles falham!). Como fica seu ambiente?

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Quando você tem um cenário físico o máximo que vai acontecer é cair um banco de dados ou servidor de domínio. Quando falamos de ambiente virtual é comum termos 20 servidores virtuais rodando em apenas 1 servidor físico e, por mais munido de tecnologia que ele possa ser, ele está sujeito a falhas. Quando não se pensa na alta disponibilidade o sonho pode se tornar um grande pesadelo.

Para isso, precisamos nos atentar a alguns detalhes, dos quais vamos falar neste artigo.

Quantidade de Hosts físicos

Em um ambiente altamente disponível nunca podemos trabalhar com apenas 1 host físico! Nunca podemos confiar todo o ambiente a uma única máquina, fazer isso mostra no mínimo amadorismo e falta de responsabilidade. Qualquer projeto que se prese precisa iniciar com, no mínimo, 2 hosts.

Alta disponibilidade nos itens principais de cada servidor

Um servidor que vai trabalhar com virtualização de uma forma profissional precisa estar munido de algumas características básicas, que são:

  • Minimo de 4 placas de rede
  • Fontes redundantes
  • Discos HotSwap

Fora isso, seu ambiente também precisa ser um ambiente redundante. Sempre que vou projetar um novo ambiente penso em um par de PDU ligados a 2 nobreaks, cada servidor precisa ter um cabo ligado a 1 PDU e consequentemente ligado a um nobreak diferente. Além disso sempre procuro trabalhar com 2 Switches, metade das placas de rede de cada servidor ligado a 1 Switch, com isso evitamos brechas e retiramos pontos de falha em nosso ambiente.

Projetando os recursos físicos

Quando pensamos em alta disponibilidade precisamos pensar em recursos, ou seja, tudo precisa ser pensado em dobro. Se a quantidade de memória de suas máquinas virtuais chegam a um total de 100 GB, você precisará de no mínimo um ambiente com 200 GB de memória separados em 2 servidores. Digo isso porque de nada adiantar ter 200 GB em um único servidor, pois, caso ele falhe, seu ambiente todo irá falhar! Se você mantém 2 servidores com 100 GB de RAM cada, caso 1 falhe o seu ambiente será totalmente suportado pelo host que continua em pé.

Além disso, é preciso projetar o crescimento deste ambiente. Não aconselho sempre usar a configuração mínima, ou seja, se a soma de seu ambiente completo deu um total de 100 GB de RAM aconselho sempre incluir uns 30% a mais para garantir o crescimento do ambiente. O ideal e recomendado seria 50%, ou seja, 150 GB em cada servidor.

Armazenamento

Outra coisa que precisa de bastante atenção é onde serão armazenadas as suas máquinas virtuais. Ambientes alto disponíveis não podem conter VMs em HDs locais, ou seja, você precisará adquirir um storage. Quando armazenamos nossas maquinas virtuais em um storage garantimos que elas não ficam presas exclusivamente a um host, logo, caso ele caia, sua VM poderá ser facilmente levantada em outro host. Quando falamos em armazenamento precisamos nos atentar às mesmas regras de memória quando se trata em pensar no futuro: nunca compre somente o mínimo, nunca trabalhe no gargalo!

Qual hypervisor utilizar?

Eu sempre irei recomendar o VMware, porém, dentro do VMware existem algumas versões que, dependendo do tamanho do seu ambiente. será bastante útil. Caso você escolha o VMware a partir de sua versão mais básica, que é o Essentials Plus, ele já conta com HA disponível e automático, ou seja, com um ambiente VMware se um dos seus hosts físicos falha, todo seu ambiente é automaticamente reiniciado em outro host sem intervenção de sua equipe de TI.

Bom pessoal, vou ficando por aqui. Qualquer dúvida favor deixar sua pergunta abaixo ou me escrever no e-mail [email protected].

Obrigado

Frederico Neves

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Profissional graduado em Sistemas para internet, possui grande experiência em projetos de virtualização e cloud computing. Atualmente ocupa o cargo de Consultor de TI na PRODAMA atuando com a equipe de vendas dimensionando cenários e desenhando projetos. Atuo também em implementações de toda linha VMware, IBM System X, IBM System Storage, ARCSERVE Backup.
Profissional especialista IBM System X, IBM System Storage e VCP5 VMware.
Contato: (44) 8411-2684
email: [email protected]


13 Comentários

Rubens Frank
1

Excelente dica! Aborda conceitos importantes de boas práticas do Pacote de Desenho e Gerenciamento de Disponibilidade. Estou estudando intensamente para conseguir uma certificação internacional importante em Infraestrutura de TI e os conceitos do artigo estão bastante claros. Me ajudou com o reforço do conceito aprendido e exemplo de aplicabilidade. Parabéns pelo artigo.

Lucas Alcântara
3

Parabéns mais uma vez Frederico N. Sempre com bons textos.
Achei muito interessante os detalhes de boas práticas, como na questão do Storage, para manter a disponibilidade e prática fácil de convergência em casos de falhas.
Claro e Direto!

Fernando Henrique
6

Fantástico artigo! Realmente, quando iniciamos um projeto de virtualização e alta disponibilidade, nos deparamos com situações que respondem muitas das nossas questões e problemas recorrentes de uma TI defasada que até então ainda eram obscuros… constantes quedas, ligações a todo momento no suporte, incêndios a serem apagados, falta de tempo para inovação, gerenciamento complicado e descentralizado… estou iniciando um projeto de clusterização dos meus servidores e do firewall aqui na empresa, e a brincadeira não está saindo barata… mas com toda certeza, o ROI em cima de uma ambiente desse é absurdo. E enfatizo a sua preferência por VMware, pois o gerenciamento, o ganho no desempenho e a facilidade de uso são incríveis! Obrigado pelo artigo, serviu para elucidar ainda mais o caminho que estou seguindo! Forte abraço!

Nicolas Peres
7

É aquele ditado: “Se você tem 2, tem 1, mas se você tem 1, não tem nenhum”… Parabéns, ótimo artigo!

Felipe Villela
9

Ótimo artigo Frederico, claro e direto, muitos não se preocupam com HA.
Há algum tempo eu li neste mesmo blog, um artigo sobre o mercado de trabalho na Austrália, se não me falha a memória mais voltado para área de programação.
Gostaria de saber se você possui alguma perspectiva, ou informação a respeito do mercado fora do Brasil, (Austrália seria bacana!) para área de Infraestrutura, Virtualização, Cloud Computing.
Mais uma vez, parabéns pelo artigo.

Pedro Coutinho
10

Parabéns Frederico,
É raro encontrar pessoas na área de Ti que consigam passar conhecimento com uma linguagem simples e direta.
Abraço!

Paulo
11

Interessante o “eu sempre irei recomendar VMWare”. Se for rodar máquinas virtuais Windows, em um ambiente com alta disponibilidade (considerando o uso do vCenter em dois nós em HA), você terá que também licenciar o Windows Server Datacenter 2012 R2 (ou um mais novo que venha a surgir), pois somente assim estará legalizado para fazer “vMotions” entre os nós do seu cluster.
Só que ao fazer isso, você além de pagar o licenciamento Windows terá que pagar o licenciamento VMWare (isso, se não for pirata, é claro, mas aqui estamos falando de pessoas e empresas honestas, certo…).
Agora, concluir, o Windows Server 2012 R2 já tem o Hyper-V (que faz tudo que o VMWare faz, e já é lider de mercado no Brasil segundo o IDC). Você poderia estar sugerindo a adoção dele, ganhando um bom bocado de dinheiro a mais de consultoria e ainda assim estaria entregando uma solução mais barata para o cliente final.
A desculpa do “Ah, mas o VMWare é muito melhor já ficou para trás, a Microsoft está cada vez mais competente em termos de virtualização e hoje não deixa muito a desejar em relação a vmware”, eu repensaria meus conceitos; boa sorte!

pablo smith
12

Gostaria de uma analise comparativa sua entre os hypervisors xen server e o vmware, caso possível. Valeu pelo artigo.

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