Toda vez que acesso as notícias na Internet, só vejo reclamações…
Todo tipo de reclamação: De fabricantes, clientes, grupos, minorias, mercados, governo, jovens, idosos, etc.
Estranho notar que, antigamente, as reclamações levavam às ações, e as ações, às mudanças. Hoje, elas existem apenas para estatística, registro ou simplesmente porque alguém tem vontade de opinar.
Precisamos refletir e filosofar sobre essas reclamações, pois elas transmitem mensagens. E uma delas me salta aos olhos: as empresas estão reclamando que nossos profissionais, apesar de instruídos, não sabem fazer negócios, ou seja, não sabem fazer dinheiro!
Nos anos oitenta, quem tinha um curso superior, tinha emprego garantido. Hoje, mesmo com pós-graduação, domínio de um segundo idioma e certificações, muitos profissionais estão amargando longos períodos na geladeira, se recolocando somente após uma indicação, então, a resposta para se colocar e recolocar no mercado não são a formação ou habilidades e técnicas, mas duas palavrinhas apenas: Dinheiro e Clientes! Bill Gates e Steve Jobs (in memoriam) que o digam.
Será que esta geração, que recebeu um legado de décadas e séculos de conhecimento e estudos de caso, ainda não aprendeu como conquistar e manter clientes, para depois, fazer dinheiro?
Esta deveria ser uma época onde tudo funciona, tudo se encaixa e tudo dá certo, mas a modernidade também traz novos desafios, então, vamos parar um pouco com as reclamações e entender os conceitos básicos, para depois criar soluções para os problemas modernos. Faremos isso juntos, em três etapas e seis lições, para a reflexão e assimilação.
Primeiramente: Você pode me considerar agressivo, pensar que uso palavras duras e tal, mas fato é, que o capitalismo foi o sistema vencedor. Comunismo e socialismo, da forma como os livros descrevem, estão mortos! No capitalismo, o objetivo é o lucro! A reserva de mercado, o saldo positivo e a competição. E quem tem o dinheiro para investir, com objetivo de obter lucros? O acionista. Esse personagem, que muitas vezes não sabemos quem é ou de que país veio.
Lição número um: Temos emprego, pois precisamos remunerar o acionista! Ou seja, ele precisa obter o lucro desejado. Se isso não acontecer, ele fecha a empresa, bota todo mundo na rua, e vai investir em outra coisa. Simples assim. O acionista é um só, e mesmo que se associe com outros acionistas, é bem mais cômodo e apropriado, eleger um representante, um profissional bastante capaz para administrar os seus investimentos e produzir os resultados esperados. Muito prazer, este é o presidente da sua empresa ou organização!
O presidente precisa se preocupar com inúmeras variáveis, e seus resultados estão boiando sobre uma piscina de riscos, então ele contrata profissionais para ajudá-lo a gerenciar os diversos setores da empresa e delegar a eles a administração e os rumos que eles tomarão. Descrevi o papel dos diretores.
O diretor precisa traçar estratégias, dimensionar e planejar as atividades do setor para ajudar o presidente a obter o lucro que os acionistas estão exigindo e, para ajudá-lo a ter alcance sobre todo o seu feudo, ele contrata gerentes, coordenadores, supervisores e especialistas.
Até esse ponto, os cargos mostrados foram de gestão, ou seja, postos de trabalho que exigem estratégia, visão ampla e tomada de decisões, que muitas vezes precisam ser baseadas em modelos comparativos, experiência e até mesmo intuição. Mas agora vamos falar sobre o que nos interessa, o nível de execução.
Neste nível, não é necessário uma visão tão ampla, uma vez que as tarefas são específicas, de espaço e tempo conhecidos, com poucos riscos ou planos de contingência fáceis de traçar. Este nível executa as tarefas que o pessoal da gestão planejou, e que devem ser reportados para alimentar os gestores para que assim eles possam tomar decisões – sempre visando as metas estabelecidas pelos acionistas.
Acabei de descrever todos os tipos de empresa que existem no mundo! Desde o profissional liberal até a multinacional, passando pela ONG, Greenpeace, Cruz Vermelha, Exército da Salvação, banda de rock, escoteiros, time de futebol, crime organizado, religiões, etc. Qualquer organização que tenha uma visão, missão, valores e objetivos.
Lição número dois: Você tem emprego, não por causa da faculdade que cursou, mas pelo conhecimento que adquiriu, que te permitem fazer dinheiro para a empresa onde trabalha. Pegue seu salário e multiplique por dois… Pronto, é isso que você custa para sua empresa. Você precisa trazer dinheiro para empresa, na ordem de quatro vezes o seu salário, e mais o lucro que os acionistas esperam. Viu como é fácil!? Isso explica por que seu salário é baixo: Você traz pouco dinheiro para a empresa. Traga mais dinheiro para a empresa, e seu salário vai acompanhar esse crescimento. Se isso não acontecer, haverá uma fila de empresas querendo te contratar…
Aí você diz: – Mas meu chefe é muito chato! Não, seu chefe não é chato. Ele está chateado pois seus funcionários sempre trabalham da mesma forma, conseguindo sempre os mesmos resultados. Seu chefe quer ser surpreendido! Ele quer ver um milagre, uma resposta às preces e súplicas que faz no pé da cama antes de dormir. Seja você esse milagre!
Vejo profissionais reclamando que gostariam que o dia tivesse 30 horas, para serem mais produtivos. Estão errados!
O dia continuará a ter 24 horas, subtraindo 8 horas de sono, sobram 16 horas para trabalhar, estudar e se divertir. Se não consegue fazer isso, então o problema está na forma como você despende seu tempo com seus afazeres.
Você tem uma agenda de compromissos??? Não? Hmmm, sei… Deveria voltar pra escola.
Qual a diferença entre uma escola comum e uma boa escola? Se você respondeu que é o valor da mensalidade, então você precisa aprender mais sobre o mercado de trabalho. Na minha opinião, que não serve pra nada, a boa escola deveria custar o dobro do que cobra pelo serviço que oferece. Ela ensina o aluno a pensar, a ser criativo, a resolver problemas e a produzir resultados. Ela também te encoraja a ser mais competitivo, a correr mais rápido, a sonhar mais alto e ser um gestor! A escola comum te ensina a ser medíocre (estar na média), a ser a massa executora, controlável e que aceita trabalhar por qualquer salário. Conheço médicos e engenheiros medíocres. Policiais e políticos mais medíocres ainda. Até mesmo professores medíocres…
Discordou? OK, é um direito seu e vamos falar sobre isso nos comentários, pois eu ainda não acabei o artigo.
Lição número três: Você pode ter cursado uma escola comum, porém, para se tornar um grande gestor precisará de maior disciplina, planejamento e organização da sua carreira, do seu tempo e prioridades. Aprenda como trazer dinheiro para sua empresa de forma rápida e consistente, e não maquiando relatórios e balanços financeiros ou culpando colegas ou a conjunção de Saturno e o planeta do Super-homem! Isto já não funciona mais.
Segundamente: De quais formas posso trazer dinheiro para a empresa onde trabalho? Essa pergunta vai explicar o seu cargo e função. Trazemos dinheiro para a empresa de duas formas principais: Com produção ou evitando prejuízos.
Do jeito que o mundo de hoje está corrido, já não existe distinção entre as duas formas descritas. Ou você traz dinheiro para a empresa, pelo negócio fim dela, ou evita que ela tenha mais prejuízos. Digo isso pois toda empresa que almeja o lucro, tem prejuízos. E quanto maior é a empresa, mais difícil é para perceber por qual ralo o dinheiro está indo embora…
Alguns setores, como o de administração, finanças, jurídico e controle da qualidade, por exemplo, trabalham para diminuir os desperdícios da empresa. Recursos Humanos trabalha para que os profissionais com os perfis corretos sejam contratados mas que não seja necessário pagar salários muito altos. O almoxarifado informa quais materiais existem e quais precisam ser comprados para que a empresa trabalhe continuamente, mas que não precise comprar mais do que o necessário.
As grandes empresas criaram os procedimentos e processos integrados para produzir os resultados esperados no menor tempo e custo possíveis, onde tudo pode ser rastreado e comunicado aos gestores para a tomada de decisão, e é por isso que temos os softwares de gestão. Mesmo assim, não estamos livres das auditorias internas e externas para verificar se existem falhas no processo, que podem levar a prejuízos.
Lição número quatro: Acreditamos que os processos integrados são bem desenhados e planejados, porém, não são! A prova disso que as empresas estão perdendo competitividade. Os processos tem falhas, e os colaboradores podem sugerir mudanças para agilizar o processo, ou evitar maiores perdas de dinheiro, tempo e imagem da empresa.
É tarefa de todo profissional conhecer muito bem o processo produtivo da empresa onde trabalha, ou então conhecer muito bem onde ele se encaixa no processo para fazer bem o seu papel e ajudar a empresa a ganhar dinheiro. Se ele identificar falhas no processo, ele pode e deve produzir ideias para melhorar o processo ou até mesmo recriá-lo totalmente, isso ele deve fazer, pois a empresa vai agilizar a forma como ganha dinheiro e você será recompensado.
Então, a mensagem real que estou tentando levar para vocês não é apenas o “faça dinheiro”, e nem o “evite o prejuízo”, mas o “tenha ideias”.
Não é fácil ter ideias! A maioria das pessoas não faz isso, pois está ocupada demais com o processo. Para ter ideias, é necessário ter uma mente criativa, estar cercado de coisas que elevem sua mente até o nível da criatividade, podendo ser fotos, objetos, músicas e até mesmo pessoas.
Lição número cinco: Trabalhe bastante para ajudar sua empresa a ganhar dinheiro, mas tenha ideias, e descubra de que formas sua mente consegue produzir mais ideias. Pode ser um determinado período do dia, pode ser uma fonte de inspiração, uma memória muito feliz ou uma motivação. Descubra isso logo, pois você pode estar perdendo tempo e dinheiro!
Lógico que, para ter boas ideias durante o expediente, você vai precisar deixar de lado algumas coisas, tais como: Facebook, fofocas, distrações, problemas pessoais, questões pessoais, descrença, ceticismo, reclamações e coisas não relacionadas ao processo em que trabalha, etc. Até mesmo algumas pessoas e seus hábitos preguiçosos ou negativos podem te atrapalhar. Um bom profissional não se abala com críticas, mas aprende com elas. Um bom profissional não desanima, mas sabe como se auto-motivar! Um bom profissional adora a competição salutar!
Nos EUA, as crianças aprendem desde cedo o valor das coisas, o valor do dinheiro e como consegui-lo. Os americanos mercantilizam tudo, vendem tudo e fazem dinheiro! Eles não acreditam que o dinheiro é uma consequência, mas um fim que justifica os meios. Eles aprendem que devem ter ideias novas em um mercado maduro ou saturado, estudam muito e aprendem com os erros daqueles que vieram antes deles. Não é a toa que é um país poderoso e que dominam as relações comerciais pelo mundo.
Terceiramente: Como atingir o sucesso hoje em dia? Resposta: Busque a excelência!
OK, você mudou seus hábitos e agora tem mais ideias, onde algumas foram até implementadas pelo seu chefe. Parabéns! Agora, comece a pensar no próximo nível. Steve Jobs não nasceu gênio… Ele percebeu que poderia transformar ideias em dinheiro, se arriscou, reviu seus planos e treinou sua mente para produzir mais e melhor. Teve ideias quando ninguém as tinha, e deixou seu nome na história! E olha que ele não tinha tanto estudo e nem era tão brilhante assim, sendo considerado por muitos como “apenas um bom marketeiro”.
Os grandes gênios e inventores tinham uma coisa em comum: Eram todos obstinados! Buscavam o sucesso de forma incansável e nunca desistiram de acreditar. Desânimo todos nós sentimos de vez em quando, mas isso logo passa e você volta a ser focado e obstinado. Depois que você conseguir seus objetivos, então relaxe um pouco, curta seu sucesso, o dinheiro e prestígio que você conseguiu, e depois, vá em busca do próximo desafio, suba o próximo degrau e chegue onde ninguém mais conseguiu ou conseguirá. Perceba que o sucesso é feito de pequenos sucessos, e o fracasso, de pequenos fracassos.
Lição número seis: Não sei se dos leitores que agora estão vendo esse texto, sairá um inventor ou o próximo Steve Jobs, mas tudo o que sei é que dentro de você tem um gigante querendo conquistar o mundo, mas você o está prendendo, com sua acomodação e sua falta de fé! Pare de reclamar e assuma seu lugar no grande círculo da vida e das grandes personalidades. Coloque seu nome na história e não seja mais um. Você tem potencial para isso. Não o desperdice!
O mundo moderno já não aceita mais as velhas fórmulas e antigas soluções. Problemas modernos exigem soluções modernas, então, você precisa aprender a ter ideias modernas para ajudar sua empresa a ganhar mais dinheiro. Se não quiser fazer isso, acreditando que a empresa ganha muito dinheiro com seu trabalho, então tenha o seu próprio negócio e ganhe bastante dinheiro! Implemente sua filosofia e veja a mágica acontecer.
Muitas empresas até conseguem contratar profissionais criativos e que sabem como fazer mais dinheiro, porém, não tem continuidade, não são sustentáveis, não inovam, erram ao planejar o futuro ou se utilizam de estratégias mal formuladas. Vemos isso o tempo todo.
Resumo da ópera:
1) Entenda o mundo em que você está inserido hoje. Olhe em volta!
2) Entenda como você faz dinheiro para sua empresa e melhore esse processo, tendo ideias que ninguém tem. Olhe em frente!
3) Aprenda a planejar melhor, use boas estratégias e busque o próximo nível. Olhe pra cima!
Ideias = Dinheiro = Sucesso
Imagem Chave ao sucesso via Shutterstock
9 Comentários
“Será que esta geração, que recebeu um legado de décadas e séculos de conhecimento e estudos de caso, ainda não aprendeu como conquistar e manter clientes, para depois, fazer dinheiro?”
Óbvio que não, afinal enquanto vivermos num mundo onde só existe qualidade na pré-venda e não no pós-venda (que é o que mantém a empresa no mercado), iremos cada vez ter mais estatísticas e menos resultados.
Pré-venda quer dizer dinheiro uma só vez, pós-venda é garantia de futuro e crescimento.
Mais uma simples opinião exposta por alguém que singelamente detém 3 anos seguidos de prêmios da revista INFO EXAME por QUALIDADE DE ATENDIMENTO.
Acorda geração Y, Z, Alpha, beta, gama……
Artigo excelente!
Todos os profissionais do mundo deveriam ler
Ótimo texto para encorajar qualquer profissional.
Porém,a realidade é que os novos profissionais são totalmente abusados salarialmente com as empresas que exigem a tal criatividade e foco no processo.
Bons profissionais ,ou melhor os melhores, nem no Brasil ficam,estão na Oceania,América do norte,Europa entre outros,recebendo o devido valor e trablhando de forma digna.
Novamente,texto excelente,mas condizente com a realidade de poucos.
Concordo com o Sr. Leonardo Santana.
Esse artigo me deu o tapa na cara e tanto.
Texto inspirador, parabéns.
Legitima gambiarra esse artigo!!
Terei boas idéias para mim mesmo, não para uma empresa qualquer e sim para a minha! Nunca o empregado, principalmente o que está na parte do processo como citado no texto será remunerado pelas boas idéias que tiver. Tirando os desonestos que atuam nas gerências que se apropriam da SUA idéia e nem se lembram que você existe e geralmente as boas idéias nas empresas são reconhecidas com uma caneta personalizada de brinde no final do ano ou então um broche comemorativo depois de 20 ou 30 anos de emprego, mesmo economizando recursos valiosos para todos. O artigo é muito bom, para quem é gerente e precisa motivar seus funcionários mas na prática está a anos-luz da realidade. Alguém tinha que contestar…. 🙂
Muito bom artigo!
Todo profissional precisa de um esclarecimento, uma dica ou alguma orientação para direcionar os planos de execução de processos e a própria carreira profissional. Este texto reflete a realidade de forma simples e fornece um incentivo para alcançar um objetivo comum a todos, o de promover um bom relacionamento no ambiente de trabalho através da melhoria contínua dos processos. E o resumo serve como ponto de partida para se atingir as metas: entender o que se quer, planejar boas estratégias e colocar em prática. Porém, eu acredito que a variável reconhecimento salarial engloba vários fatores, como por exemplo a cultura da empresa em relação ao plano de carreira dos funcionários, oportunidade de acesso e aprendizagem de novas tecnologias, a qualificação profissional, e até mesmo a maneira de interagir com outros, enfim, infelizmente nem todos os profissionais possuem as qualificações desejadas ou a condição propícia para assumir maiores responsabilidades e obter melhores ganhos numa empresa que saiba valorizar seu trabalho. E hoje em dia quem consegue uma combinação dessas, sabe reconhecer o valor de textos como esse.
Excelente artigo, parabéns!