Inspirados pelo artigo anterior, tomamos coragem e falamos agora sobre o que fazer após constatar que a sua faculdade pode mesmo ter comido bola no balanceamento entre as disciplinas técnicas e não técnicas.
Em novembro de 2013, falamos sobre a importância de uma boa capacidade de comunicação para o desenvolvimento de sua carreira (se você perdeu, o link para o artigo está aqui).
Falamos também sobre a lacuna que as faculdades não preenchem em relação às habilidades sociais do profissional, focando tão somente em competências técnicas.
E não é que o artigo teve boa repercussão? Recebemos muitos comentários positivos e é possível até que alguns tenham sentido um certo ressentimento em relação às instituições onde cursaram (ou ainda cursam) seus bacharelados.
Mas, então, agora vem o puxão de orelha. Sim, a faculdade falhou, mas e você, ao constatar isso, passou a fazer o quê?
Minha pergunta tem por objetivo expor uma característica comum do ser humano à qual você pode estar se rendendo: a tendência de colocar a culpa nos outros. Sim, porque a faculdade oferece informações úteis – para não dizer indispensáveis – ao seu futuro, mas ninguém, em sã consciência, acredita que ela fornecerá tudo o que você precisará para o resto da vida.
E, então, pergunto novamente: ao se dar conta disso, o que você faz?
Ilustro a questão com um caso (real) de uma pessoa com quem trabalhei cujos e-mails eu não conseguia sequer entender, tamanha a dificuldade de expressão.
Certa vez, ao reconhecer a importância deste quesito em seu desenvolvimento profissional, esse indivíduo veio conversar comigo sobre o que poderia fazer para melhorar (isso bem antes do artigo no Profissionais TI, o que mostra que eu incomodo as pessoas com minhas opiniões há um bom tempo).
Em resposta, indiquei-lhe um excelente livro, desses mais antigos, que você só encontra para comprar usado (o meu eu não vendo). Trata-se de um verdadeiro tesouro que, com prazer, indicarei também aos leitores do Profissionais TI que me solicitarem (para isso, utilize o formulário “Fale Conosco” do Amplitudo).
Bem, e o que ele fez?
Se você pensou que nosso colega nem deu bola para o livro, você errou. Ele realmente deixou um pouco de lado seus joguinhos de dragões e começou a ler. Digo mais: menos de uma semana depois, comentou que o livro era, de fato, excelente.
Meu contentamento, no entanto, durou pouco. Logo a sedução proporcionada por outras atividades lhe roubou aquela faísca inicial de entusiasmo e o livro-tesouro foi abandonado. O livro, sim, mas não os joguinhos de dragões ou o tempo dedicado às redes sociais…
E é essa reflexão que eu desejo estender a você – supondo que seja um dos que concordou com o artigo anterior. De lá até aqui (pouco mais de um mês), quais esforços você procurou fazer para melhorar nesse sentido?
Espere, não responda. Antes responda a estas aqui. Neste mesmo período:
- Quantas vezes você acessou o Facebook?
- Quantas vezes você viu algum vídeo engraçado no Youtube?
- Quantas vezes você jogou seus “joguinhos de dragões”?
- Quantas vezes você ligou a televisão sem objetivo definido?
- Quantas vezes você reclamou do seu trabalho?
Supondo haver honestidade nas respostas, certamente é possível culpar sua faculdade por todos os anos de sua graduação. Mas por este último mês, não.
Pense nisso.
9 Comentários
Alguém precisa dizer ao Álvaro que uma boa verdade dói mais que uma tijolada! Hahahah!
Brincadeiras a parte, sim eu me senti doído nessa porque é EXATAMENTE o que eu faço, depois de uma breve reflexão estavam lá do outro lado da mesa me encarando os cursos que larguei, os livros que comprei e nem li, os interesses de TI que morreram para dar lugar ao FB, Youtube, BF e GTA… que não agregam valor a carreira nenhuma.
Sobre a faculdade, a minha até teve uma matéria de Desenvolvimento Pessoal e Profissional. Muitos não deram bola, mas lembro do esforço da professora em falarmos na aula, debatermos, apresentássemos trabalho para a classe, e que isso me ajudou nos treinamentos que presto no trabalho. Talvez teria sido até melhor se eu tivesse focado mais.
Obrigado pelo artigo Álvaro, é realmente para se refletir. E suas últimas perguntas eu começarei a contar até o final de toda semana, espero assim diminuir o tempo perdido com bobagens.
Ótimo artigo!
Eu sou uma pessoa que faço parte dessas perguntas para outras pessoas que acabam reclamando muito dessas lacunas deixadas pela faculdade ou outros cursos.
Acho que o foco de um bom profissional é sempre melhorar por si, e não esperar que uma instituição mude sua forma de ensino, para ai então o profissional evoluir, até por que acesso fácil a informação e o que mais temos hoje em dia.
Rafael Oliveira
Já mandei o e-mail e até agora nada, acho que é furada.
Ao Bruno,
Desculpe a “tijolada”, amigo. A propósito, recomendo um capacete reforçado caso resolva adentrar futuramente o mundo do Amplitudo (pré-cadastro em http://www.amplitudo.com.br), pois há muitos tijolos por lá…
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Ao Rafael,
Concordo. É tudo muito fácil hoje em dia. Se em uma era pós-Google a pessoa só sabe reclamar, fico a imaginar o que seria da vida dela se tivesse nascido lá pela década de 40…
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Ao João,
Respondi a todos os e-mails que chegaram até mim e não localizei um “João” entre eles. E junto de seu comentário sobre o artigo, chegou até mim o e-mail “[email protected]” que, suponho, não seja verdadeiro. Se eu ainda puder ajudá-lo de alguma maneira, estou à disposição.
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Abraços,
Álvaro Nascimento Vieira
Já chegou o e-mail, muito obrigado pelo retorno e ótimos artigos! Parabéns!
Obrigado.
Mandei email e até agora sem responda.
kkkkkkkkk nossa adorei absolutamente tudo que vc falou,e quer saber?Tudoo verdade,nós muitas vezes somos desleixados mesmo.
#partiuestudar haha
Muito Bom!!! Eu tenho lido todos os post dos “Profissionais de TI” e esse realmente me fez refletir a fundo os métodos e aplicações que realizamos após o termino da FACULDADE. É preciso entender, que essa área de atuação profissional TI, a pessoa nunca deve parar de estudar pois a tecnologia se renova constantemente e isso exige muita aplicação de leituras, informação, treinamentos lógicos, etc. Valeu pelas dicas.
Muito bom o artigo, eu já havia lido no dia que foi publicado aqui no PTI, mas resolvi ler novamente nessa retrospectiva de 2014.
Muito bom, me deu um “chacoalhão”, pois as vezes nos acomodamos de novo. Ou seja, deixamos de lado o importante e voltamos para os “joguinhos de dragões”
Att.