Nas últimas semanas a mídia foi tomada pelo movimento chamado #BermudaSim, que foi iniciado por três jovens profissionais e que se alastrou pelo Brasil inteiro. Muito bacana esse movimento, muito legal a iniciativa de, de certa forma, discutir as convenções da sociedade.
Obviamente o mote principal do movimento é o bem estar do funcionário, mas acredito que vale a pena discutir um pouco sobre aparências.
A sociedade como um todo respeita os profissionais com as melhores gravatas, os médicos com as camisas mais limpidamente brancas. Mas até que ponto esta “casca” traduz a competência e o comprometimento profissional das pessoas? Profissionais impecavelmente vestidos indicam que são os melhores ou que apenas são os mais vaidosos? Ou, pior, será que toda essa preocupação com a aparência não se dá justamente para mascarar algum tipo de deficiência?
Entendo que é necessário respeitar quem está sendo atendido. Não faz sentido nenhum tornar o mundo corporativo numa praia; mas também não faz sentido algum obrigar que os profissionais sejam aprisionados em uma burka corporativa apenas por que a sociedade quer. O movimento #BermudaSim agiu com maestria em deixar claro que seu intuito não era revolucionar o dress code corporativo, tampouco que empresas virassem circo; o movimento reconhece o lugar e a importância das convenções sociais e as coloca em seu devido lugar, através do que chamou de Bermudamentos.
Lembro que minha última experiência em ficar mais à vontade foi quando trabalhava na faculdade, há quase 20 anos. Pudera: a faculdade era em frente a praia, não fazia sentido obrigar as pessoas a usarem calças compridas. Lembro-me claramente de comentários dos então estagiários das grandes empresas. Todos diziam que gostariam muito de não ter que usar aquele uniforme corporativo. Assim, nota-se que este é um desejo antigo de liberdade. Liberdade, inclusive, na forma de trabalho. Afinal, quantos de nós nunca teve o desejo de trabalhar em home office?
Onde trabalho nunca fomos obrigados a usar terno e gravata. Sempre tivemos liberdade – e bom senso – para nos adequarmos ao dress code de quem estamos atendendo. Até que hoje aderimos ao movimento #BermudaSim e é nítida a diferença de postura das pessoas. Parece que o ambiente ficou mais leve. É uma via de duas mãos: empresa respeita funcionário e funcionário respeita empresa. O movimento tem tomado uma proporção tão grande que fomos procurados pela Exame para falar sobre o assunto (clica aqui e confira a matéria, com participação deste humilde blogueiro).
Tudo é questão de bom senso! Um profissional pode ser excelente de bermuda, de saia ou de gravata; da mesma forma que pode ser produtivo no escritório ou em casa na beira da piscina. Acredito que comprometimento está acima de qualquer convenção social ou de vestimenta. Acredito que estamos chegando na Era da Quebra de Paradigmas e que precisamos, com muito bom senso, mostrar à sociedade que o Profissional do Conhecimento está acima de todas essas crenças que se formaram.
Abaixo às convenções, afinal, até O Diabo Veste Prada…
3 Comentários
Sou administrador de Redes… a bermuda é “liberada” aqui na empresa, quando há visita de clientes o pessoal é informado antecipadamente para virem com um roupa mais “profissional” particularmente eu gosto de bermuda mas nunca fui trabalhar de bermuda porque não acho bonito. Só isso, meus superiores vem de bermuda e eu não vejo problema nenhum. Só não vou porque sou um pouco vaidoso mas por mim tudo bem, com ou sem bermuda. Minha namorada também gosta que eu vá de social (antes que falem que sou vaidoso e sou gay… não, tenho namoradA… isso não vem ao caso mas só para deixar claro e evitar piadinhas 🙂 )
Na empresa que trabalho atualmente eu posso decidir se trabalho de calça ou bermuda. Opto por bermuda por causa do calor, mas sei que não pode ser qualquer bermuda, se não acaba virando circo.
Se pensarmos bem a própria área de TI no que se diz respeito a graduação não tem aquela preocupação de esta todo(a) formal no seu vestimento ao contrário de outros cursos de outras áreas. Fiz minha graduação e meus colegas de classe iam assistir as aulas de maneira normal.