Você certamente já deve ter recebido oportunidades de vagas do tipo: “Procura-se programador PHP Júnior”, “Desenvolvedor Sênior” ou “Vaga para programador Pleno”, certo?
Bem, como acontece em toda área de atuação, em programação também há diferenças de níveis de profissionais normalmente classificados em Júnior, Pleno e Sênior.
Neste artigo tentarei expor uma visão pessoal sobre estes níveis.
Júnior, Pleno e Sênior
Antes de falar sobre minha visão sobre este níveis, devemos nos lembrar que eles são utilizados no mercado há bastante tempo e que, independentemente do que acreditamos, existe uma certa lógica nisso tudo, além de representarem um “modelo padrão” a ser seguido por grande parte das empresas hoje em dia.
Com uma rápida pesquisa na internet você encontrará diversos artigos exemplificando qual é a diferença entre cada nível de profissional. Todos falam praticamente a mesma coisa, classificando os profissionais em cada um dos níveis de acordo com suas qualificações, tempo de experiência e postura profissional. Dentre os que encontrei em minha pesquisa o que mais gostei foi o artigo da Oficina da Net “Qual a diferença entre os cargos júnior, pleno, sênior, master e especialista“. O artigo vai além do falado aqui e explica também os níveis master e especialista. Eu recomendo a leitura deste artigo e aproveito para reproduzir aqui uma tabela com os níveis que retirei de lá.
Classificação “padrão”
Nível | Tempo de experiência | Formação | Responsabilidades |
Trainee | 2 a 2 anos e meio | Recém-graduado | Tarefas de pequena ou média complexidade em área(s) específica(s). Elabora projetos (sob supervisão) |
Junior (JR) | até 5 anos | Recém-graduado | Funções de procedimentos simples ou que não exigem profundo conhecimento em um ramo de atuação |
Pleno (PL) | 6 a 9 anos | Pós-graduado | Atividades específicas, que exigem profundo conhecimento. Toma decisões endossadas por um superior. |
Sênior (SR) | a partir de 10 anos | Pós-graduado + Gestor | Toma decisões. Age de forma autônoma, com base no conhecimento e experiências adquiridos ao longo da carreira. Gere pessoas e projetos. |
Master | 15 anos ou mais | Pós-graduado + Gestor + Certificações | Atua fora do processo de supervisão ou por demandas. Gere projetos / negócios. Possui autonomia plena. |
Tabela retirada de Oficina da Net
Se nos atentarmos a esta tabela perceberemos que há uma relação entre tempo de experiência e formação para cada um dos níveis apresentados. É claro que aqui não é um padrão de relação entre os dados e seus níveis, cada empresa pode ter suas características específicas para cada nível e os dados aqui apresentados são mais uma média do que um valor obrigatório. Mas, ainda olhando para a tabela te pergunto: Em desenvolvimento de sistemas, você acha que a tabela atende?
O que eu penso
É claro que não sou um especialista em recursos humanos e também tenho pouco tempo de atuação no mercado de trabalho para afirmar determinados comportamentos, mas ainda assim percebo na área de desenvolvimento de sistemas uma situação que foge à estrutura apresentada na tabela acima.
O que eu vejo acontecendo por aí é uma relação inversa entre formação e tempo de experiência. Sem ser uma verdade absoluta, mas frequentemente encontrada, vejo vagas de sênior ocupadas por profissionais recém formados e com algumas certificações, vagas de júnior ocupadas por profissionais experientes, porém, sem uma formação e até estagiários responsáveis por atividades além de sua capacitação atual.
Não sei dizer o motivo pelo qual isso acontece. Talvez seja um fator relacionado com a falta regulamentação da área. Analisando o que tem ocorrido por aí, eu reafirmo a posição de algumas empresas em aplicar testes verbais e práticos independentemente do tempo de experiência ou da formação de um profissional. Dessa forma, sim, é possível classificá-lo em júnior, pleno e sênior. Salvo em situações que a própria vaga exija alguns itens específicos.
Qual sua opinião acerca deste assunto? Deixe seu comentário abaixo!
* Texto originalmente publicado em Fernando Bagno.
13 Comentários
Bom eu trabalhei no UOL durante um tempo e lá tinha muitos programadores sem formação acadêmica formal porém com um conhecimento esplendido inclusive alguns na época eram palestrantes em grandes eventos, Já trabalhei em empresas também onde tinham profissionais com excelente formação acadêmica porem conhecimento prático limitadíssimo ou seja falavam muita teoria mas na hora prática nem tudo acontecia como a teoria mandava.
Como foi dito vai de acordo com a experiência do profissional ,vamos supor que teu ramo de atuação seja por exemplo saúde você para um hospital será considerado um programador Master já em uma empresa de contabilidade um Pleno uma vez que compreender algumas das regras de negócios ajudam na tomada de decisão.
Não considero a questão de formação um item determinante, apenas um pequeno diferencial limitado uma vez que a formação somente ajuda o cara a chegar mais rápido do ponto A ao ponto B considero o conhecimento prático (experiência) muito mais eficaz e relevante.
Olá Felipe, tranquilo?
É exatamente esta questão que pontuei neste trecho do texto: “[…] vejo vagas de sênior ocupadas por profissionais recém formados e com algumas certificações, vagas de júnior ocupadas por profissionais experientes, porém, sem uma formação e até estagiários responsáveis por atividades além de sua capacitação atual. […]”
Também considero a experiência profissional por vezes mais importante do que a formação acadêmica – também afirmo no texto isso quando falo sobre a aplicação de testes -, é por isso mesmo que fico um tanto quanto pensativo sobre tudo isso a todo instante. O que me fez escrever este artigo.
Concordo que a experiência é o ponto determinante para o bom Desenvolvedor, porém acho que hoje em dia é essencial um ensino superior. Já vi muitas vezes pessoas falando e até já usei a seguinte frase: Faculdade só serve para diploma, experiência que te faz um bom profissional. Temos que concordar em partes, pois pelo fato de em uma graduação você conhecer diversas áreas, pode-se fazer com que você não seja apenas um desenvolvedor, você poderá conhecer várias áreas de atuação ( análise de requisitos, infra, BD etc… ). Dito isto, não quero falar que um Desenvolvedor tenha que conhecer isso, até porque sua principal função é programar, porém um cara que pelo menos conhece o básico de cada uma dessas áreas citadas, poderá se sair melhor que uma pessoa que apenas desenvolve ( lembrando que toda regra há uma exceção, é claro). Não acho que há um certo ou um errado, mas não me assusta que hoje pessoas com ensino superior, mesmo que menos experiente, tenham cargos melhores que pessoas que não optaram por fazer graduação e não são reconhecidos pela sua experiência.
Olá João, tranquilo por ai? Concordo com sua visão, há os dois lados da moeda. E concordo também que um programador deva conhecer outras áreas, afinal, ele é programador, mesmo sua função ser “apenas” programar, é necessário conhecer o que estará programando e de que forma, então vale a pena sim ter conhecimentos – mesmo que básicos – de outras áreas.
Forte abraço!
Eu tenho 13 anos de experiência em redes, sei que não é a área citada aqui, não tenho faculdade, pós-graduação, tecnólogo e nem nada disso, ao logo da minha carreira adquiri experiência que pode me colocar na posição que estou hoje como Administrador de Redes Sênior de uma empresa com mais de 2mil funcionários. Tenho certificações, que na verdade só tirei para incluir no currículo, porque todos sabem que certificação não prova que você sabe, só prova que você estudou para uma prova.
Concordo com os testes que algumas empresas aplicam nas entrevistas, concordo plenamente, já trabalhei com profissionais que tinham faculdade, pós e várias certificações e mesmo depois disso tudo, um conhecimento muito restrito.
Boa noite.
Gostei do artigo.
Só um detalhe. na sua apresentação( fim do artigo) está escrito
“Brasileiro, brasiliense, casado, pai, programador, ‘AMANDE’ de psicologia e, recententemente, de literatura também.”
Como está no rodapé do artigo, provavelmente vai se repetir sempre em todos os artigos
Exatamente Bruno. Essa é a ideia. Se conseguirmos mesclar as duas situações, ensino superior e testes práticos, acho que chegaremos a melhores resultados. Obrigado por seu relato.
PS.: Flávio, obrigado pela atenção. Já corrigi.
Abraços!
Olá Pessoal!
Eu acho que uma graduação é mt importante pra pessoa que busca ter realmente conhecimentos específicos na área de ti, mas não adianta a pessoa ser graduada em ti só pra ter um certificado e na prática n demonstrar nada. Prefiro um Tecnico dedicado do que um graduado que só tem um mero certificado.
Abraçoo.
Tenho 25 anos na Areá em que atuo e sou graduado e tenho diversos cursos de aperfeiçoamento, porem venho discutindo com a gestora do RH que hoje eu estou no nível pleno quando eu deveria estar de sênior ou dai pra mais, mas a desculpa do RH para não elevar este nível é que a Empresa não necessita de um Sênior. entendo que na hierarquia certamente isso não seria possível por que se não tem o Sênior como pode a descrição de minha função ser um e eu tenho que executar ou muito acima.
Olá mundo!
Concordo plenamente com este post e entendo que tem os dois lados na moeda. A razão pra se classificar um programador está na analise da dedicação que ele teve em vida,… tudo depende dos esforços, isso é,o amor que teve pela área, um bom e grande programador e tecnólogo é é aquele que entregou toda a sua vida pela informatica, aqueles que respiram tecnologia dia após dia, porém existe uma análise muito importante. Alguns tem o tempo totalmente livre pra estudar mas escolhe poucas horas por preguiça e desânimo, outros querem muito aprender mais porém não tem tanto tempo e só pega nos tempos livres… enquanto que outros fazem faculdades e poderia dizer que até trabalha na área mas não entregou sua vida por isso,e por fim,aqueles que não saem do computador pra nada, que estuda de 10 a 20 horas por dia, o amante e viciado por tecnologia não pensa em apenas se matar de estudar, criar seus próprios programas e sistemas mas também tem aquele sonho de chegar em um nível imortal da programação, na verdade isso torna também uma obsessão um sacrifício… vai muito além do que anos de experiência, do que uma pós-graduação, do que uma profissão como analista de sistemas e pleno,etc… a razão é entender que nada que nos programadores aprendemos é o suficiente, a tecnologia é um ramo muito extenso e que também ultrapassa as leis da natureza, pois ela foi criada pela própria natureza, com o auxílio dos matemáticos e físicos até surgir onde estamos hoje. Juntando tudo isso, eu plenamente acho que o programador deve sonhar muito mais alto do que a própria realidade em si, mesmo estando com os pes no chão.
Trabalho com TI já tem uns 7 anos, fiz técnico 3 anos e graduação 4 anos. Por ser recém formado, ainda me encaixo coo júnior?
O que você vê acontecendo por ai — a relação inversa entre formação e tempo de experiência — não é por falta de regulamentação. Regulamentação destrói qualquer área do mercado, onde há regulamentação, há serviços ruins. O fato de haver diversos programadores sem certificados/cursos em cargos de jr/pleno/sênior é resultante de suas experiências superarem a função que a vaga exige.
Um pedaço de papel escrito por burocratas (leia-se diploma) não garante que aquele profissional realmente saiba exercer o que estudou, assim como não é necessário tê-lo para possuir conhecimentos e experiências em qualquer área. A regulamentação cria uma distopia no mercado, onde quem tem os conhecimentos mas não tem os pedaços de papéis afirmando perde oportunidade na área que atuam, e quem tem os papéis eleva seu valor pelo tempo e dinheiro gasto para adquiri-los.
Logo, o serviço decai em qualidade e o seu valor aumenta. A qualidade pelo fato de que o diploma/certificado não garante que contratado saiba aplicar o que aprendeu, e o valor pelo custo que é exigido para exercer tal função por parte do mesmo.
Olá Fernando. Quatro das maiores empresas de tecnologia do mundo são comandadas por pessoas com ensino superior incompleto(Gates, Jobs, Zuckerberg e Michael Dell). Sou desenvolvedor há mais de 10 anos com passagem por vários tecnologias tais como .NET à SAP com graduação, pós-graduação e mestrado, porém 90% do que utilizo aprendi fora do ambiente acadêmico. O que posso dizer é que se pudesse voltar no tempo e redefinir prioridades não passaria tanto tempo para concluir um diploma universitário e focaria por exemplo em outra língua como o “inglês”.