Sua carreira está alinhada com seu propósito de vida?

Com a crise econômica mundial que assola, de forma cruel, esse ano de 2015, os processos de reinvenção e ressignificação aprendidos, na maioria das vezes, por meio de um trabalho de orientação profissional denominado coaching, trouxe o termo “propósito de vida” para o cotidiano de muito de nós.

Mas, o que você entende por esses termos: ressignificar, reinventar e propósito de vida? Em alguns dos meus textos publicados no blog já falei deles e até mesmo por aqui. Contudo, hoje quero falar deles de uma forma mais pontual. Então, vamos lá.

Imagem via Shutterstock

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Ressignificar

Nada mais é do que dar um novo significado aquilo que já se vivenciou ou aprendeu. Parece simples, mas, na prática, se mostra bem difícil de aplicar porque isso nos faz relembrar situações e emoções nem sempre agradáveis.

Olhando para o seu passado, lá no início da sua carreira, se lembra dos chefes difíceis? Dos colegas que só queriam puxar seu tapete? Daquelas situações de conflito nas quais entrou e hoje você já não tem tanta certeza se valeu mesmo a pena? Então, será que ao revisitar essas suas histórias mediante tudo o que viveu até hoje (suas vitórias, conquistas, derrotas, falhas, sucessos), enfim, a trajetória que percorreu até aqui não lhe faz olhar para trás e pensar diferente?

Se você respondeu sim, parabéns! Você acaba de compreender por meio da sua história pessoal o conceito de ressignificar aquelas mágoas antigas, os dissabores vividos, as animosidades cultivadas com os ex-colegas/ex- chefes e o conceito sobre tudo o que ficou lá para trás, no passado, na sua história. Hoje você conquistou um novo olhar sobre tais acontecimentos e compreendeu que estes o ajudaram a avançar para o ponto no qual se encontra.

É de extrema importância revisitar quem fomos, o que vivemos e dar um novo significado para aquilo que não ficou bem resolvido ou que ainda reverbera de forma destrutiva ou, no mínimo, desconfortável em nós.

Na nossa carreira passamos por altos e baixos. E não carregar pesos desnecessários nos permite seguir em frente de forma mais leve e confiante. Portanto, vamos prosseguir com os outros termos.

Reinventar

Após termos ressignificado aquilo que vivemos e não ficou bem resolvido, acabamos evoluindo como pessoa e profissional. Dessa forma, não conseguimos mais nos manter exatamente nos moldes aos quais pertencíamos, pois, descobrimos algo dentro de nós que pulsará e exigirá ser explorado. Algumas vezes descobrimos uma nova habilidade, competência ou talento e nosso inconsciente nos exige que escutemos isto e que passemos a tentar algo ainda inédito em nossas vidas.

Bem aí, nesse ponto, mora o novo começo, a reinvenção de quem somos e para onde seguiremos.

Com o passar dos anos, algumas pessoas, sentem a necessidade de dar um novo rumo as suas carreiras. Uma vontade muitas vezes sem explicação clara, mas que ao prestarmos atenção a esses desconfortos, acabamos percebendo os pontos que já nos exauriram e estão nos exigindo mudança.

Essa é uma das razões pelas quais vemos tantos profissionais com uma, duas décadas de carreira mudando completamente, são empresários, que param por um período sabático para escutar essa voz interior e, ao retornarem mudam para novas áreas totalmente distintas de tudo que fizeram em toda sua trajetória profissional.

Propósito de vida

Podemos entender como o resultado da combinação dos processos de ressignificação e reinvenção que vivenciamos e comentamos anteriormente.

A partir do momento em que nós olhamos para o que fomos e/ou fizemos e em vez de nos julgar, optamos por ter uma atitude mais compassiva conosco e ressignificamos nossa história, descobrimos novos talentos ou sonhos. E, naturalmente, somos induzidos a nos reinventar e a encontrar o nosso propósito de vida, a nossa missão, aquilo que fazemos sem o menor esforço, sem sacrifício, sem sofrimento porque fazemos com a nossa alma, com amor, com o nosso dom.

E quando encontramos o nosso propósito, nada volta a ser como antes. Passamos a sentir pulsar a necessidade de abraçar essa mudança, precisamos seguir adiante e abandonar tudo aquilo que já não nos cabe mais, precisamos nos deixar livres para a experiência do novo e nos autorizar a viver tudo aquilo que temos condição e vontade de viver.

Tem um ditado que fala: “Não tenha medo da mudança. Tenha medo de que nada mude.”

Portanto, quero lhe fazer alguns questionamentos:

  • Você sabe qual é o seu propósito de vida?
  • Será que o seu trabalho está sacrificando alguma parte importante da sua vida todo os dias?
  • Pensando na sua rotina, seus dias no escritório lhe impulsionam para que você dê o seu melhor sempre?
  • A sua carreira ainda desperta sonhos e desejos em você?
  • Quando volta para a casa, depois do trabalho, a sensação que leva é a de satisfação por aquilo que lá realizou?
  • O que você faz todos os dias contribui para tornar o mundo em que vivemos melhor?

Caso tenha respondido não para alguma dessas perguntas, pare e repense sua carreira. Aproveite o final do ano e reavalie seus objetivos para 2016. Busque uma ajuda profissional, um coach ou um consultor, converse, sinalize o seu desconforto.

Não se permita ser menos do que o máximo daquilo que tem capacidade de ser.

Sucesso! Coragem!

Carolina Souza

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Psicóloga (CRP 06/203773) e Especialista em Gestão de Projetos (PMP) atua há décadas no mundo empresarial. Certificada CPRE, SFC, ITIL com profunda experiência nas áreas de Engenharia de Requisitos, Análise de Processos e Desenvolvimento de Equipes de Alta Performance. Palestrante. Colunista no PTI desde 2013 sempre colaborando com artigos focados no desenvolvimento profissional dos leitores e gerentes de projetos em início de carreira.

Conecte-se com a autora em seu perfil no Linkedin e continue aprendendo sobre como crescer em sua carreira.


12 Comentários

Anderson Costa
2

Carolina,
estou sinceramente impressionado com a coerência, pertinência e fluidez do seu texto. Sem mencionar o seu “português”, fluente como raramente costumo ver.
Enfim, tenho muitas “angústias” e “desconfortos” com relação à minha carreira. A princípio, parece que, “long time ago”, fiz uma escolha errada… Mas muito tenho lido e refletido sobre isso e penso que, antes de uma mudança mais abrupta – que embora não faça a menor ideia sobre qual seja, não descarto a possibilidade -, quero tentar aplicar minhas aptidões na minha carreira e, mais especificamente, aqui mesmo onde estou!
Vou continuar lendo os seus textos e deixando as suas “alfinetadas” incomodarem um pouquinho mais… rs
Parabéns! Conquistou um leitor a mais.

Carolina Souza
6

Olá Silvano,
Fico feliz em saber que trouxe minhas ideias no momento certo.
Obrigada pelo comentário.
Abraços.

Carolina Souza
9

Olá Anderson,
Obrigada pelo comentário.
Fico feliz em poder estimular a autorreflexão através dos meus textos e mais ainda por saber que conquiste um novo leitor.
Qualquer dúvida, pode enviar uma mensagem pelo linkedin que terei grande satisfação em ajudar.
Sucesso!
Abraços.

Carlos
11

Olá Carolina,
Concordo com os comentários , seu texto é excelente. No meu caso enxerguei uma trajetória que foi minada pelos desafios da carreira. Comecei consertando micros, depois servidores, depois configurando redes enfim, mas por necessidades da empresa e salariais tive que migrar para o lado da análise de sistemas, e hoje atuo como negócios. Até nem sei mais em que área sou mais atraído, por lembrar que ao consertar algo me dava muito prazer, mas entregar algo funcionando , mesmo que tenha sido feito pelos outros, me faz torna-se parte daquele sucesso, enfim, o que quero dizer é que não consigo identificar qual área , atuação , está ligada ao meu propósito de vida. Uma dica que dou a mim mesmo é tentar passar para o outro lado..ou seja, ser cliente e demandar por sistemas que atuem no dia a dia do trabalho das pessoas. Entretanto, isso não é uma coisa fácil , e muda totalmente a situação concorda? qual a sua opinião?

Carolina Souza
12

Olá Carlos,
Obrigada pelo feedback.
Quanto as suas questões, acredito que se colocar no lugar do cliente é algo que você já pode praticar usando a empatia no momento de compreender a necessidade de negócio do seu cliente. E mesmo na área de negócios você pertence ao produto construído, não é porque não desenvolveu que você não construiu, o mapeamento, a especificação o desenho da solução foi feito por você, concorda?
Sobre descobrir o propósito de vida, talvez lhe ajude a descobrir respondendo as seguintes perguntas:
a) O que você mais gosta de fazer na vida?
b) O que faz você perder a noção do tempo?
c) O que você faz com perfeição?
d) O que lhe pagariam para fazer devido a maestria com que produz?
e) Com o quê você mais gosta de estar em contato?
f) Com que tipo de pessoa você mais gosta de conviver?
g) Qual é para você a melhor forma de se comunicar com os outros?
h) Que tipo de atividade é mais sacrificante para você realizar?
Bom, após responder essas perguntas analise o que é comum a todas elas (ambiente, atividade, ação, habilidade, competência, área, público) talvez consiga mapear o que mais gosta.
Boa sorte.
Abraços.

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