Não importa o tamanho da empresa: Grande parte delas possui a necessidade de controlar algum projeto, seja um projeto curto de poucos meses ou até mesmo grandes projetos que podem durar anos. Mas será que estas empresas estão preparadas para usar os modelos, métodos e práticas do mercado? Será possível utilizar técnicas e processos conceituados como os descritos no PMBOK em empresas enxutas, de pequeno porte?
Vou iniciar uma série de artigos em que abordarei o tema de gestão de projetos em pequenas empresas. Neste artigo inicial irei explicar o que planejei e alguns assuntos que pretendo abordar.
Antes de tudo você precisa refletir a forma como você e as pessoas ao seu redor trabalham. Elas se comunicam? Você possui um ambiente produtivo? Existem atividades desnecessárias ou rotinas que atrapalham a produtividade? Entender o ambiente em que pretende aplicar algum conceito de gestão de projetos é fundamental para buscar aplicar da maneira correta e adequada a este ambiente.
Podemos dizer que as principais diferenças entre pequenas e grandes empresas são seus recursos reduzidos que podemos simplificar em “pessoas” e “dinheiro”, além de geralmente os projetos e atividades terem um escopo bem menor.
“Fácil, Prático e Direto”
Em um de seus Podcasts, Ricardo Vargas menciona que, ao gerenciar um projeto você deve assumir uma gestão “Fácil, Prática e Direta”, caso contrário o custo do gerenciamento não irá justificar o objeto gerenciado. Não faz sentido, por exemplo, você complicar a gestão de um projeto, gerando dezenas ou centenas de documento para um projeto de duração de 2 meses, gastando 1 mês apenas para gerenciá-lo.
“Ah, mas se eu fizer isso não estarei utilizando o modelo proposto pelo PMI”
Não importa qual seja o projeto, o objetivo dele sempre estará relacionado com:
- Entregar Valor ao Cliente/Receptor do Projeto
- Entregar no Prazo
- Entregar no Custo
- Entregar com Qualidade.
Não estamos discutindo aqui o modelo do PMI e sim o sucesso do projeto. O que interessa ao término de um projeto é o resultado dele. Seguir um modelo ou prática a risca não é garantia de sucesso, assim como não pode ser usado para justificar uma falha: “Falhei mas usei modelo de mercado, então estou protegido”. Errado.
Portanto, para esta série de artigos irei adotar o que recentemente o mercado está chamando de “Modelo Híbrido” de Gestão de Projetos.
Entende-se por Modelo Híbrido de gestão de projetos a união de diversas práticas de mercado. Buscamos utilizar o melhor de cada prática, framework, processo ou guia disponível no mercado para buscar o sucesso do projeto. Isso significa que podemos utilizar em um mesmo projeto métodos tradicionais como PMBOK e também métodos ágeis como SCRUM, além de outros modelos e técnicas como Lean, PM Canvas, Kanban, ToyotaA3, entre outros.
Organização dos Artigos
Irei buscar escrever os artigos em uma “ordem cronológica”, tratando de tópicos do início ao fim do projeto buscando meios de facilitar a gestão nestas empresas pequenas.
Porém, nem sempre isso irá ocorrer, uma vez que, por inserirmos métodos ágeis em algumas situações, elas não seguirão uma ordem cronológica, além de que cada setor ou empresa pode adaptar as informações que irei compartilhar da forma que entender ser mais prática ou que irá trazer mais valor, assim como remover ou adicionar conceitos que irei tratar nos artigos.
Esta é uma vantagem de se adotar um modelo híbrido: Você pode inserir ou remover práticas de acordo com o retorno ou sucesso que a prática trouxe aos seus projetos.
Não reinvente a roda!
As práticas de mercado estão ai para serem usadas. Chamamos de “práticas de mercado” porque elas passaram por testes, avaliações e opiniões de centenas ou até mesmo milhares de profissionais de diversos ramos e setores do mercado.
Se você está buscando uma forma de gerenciar seus projetos, não tente logo no início criar seu próprio modelo de gestão baseado em experiências pessoais. Os padrões de mercado foram testados e comprovados em diversas empresas. Claro que, novamente, usar prática de mercado não significa que terá sucesso, porém, as chances são bem maiores do que usar uma prática que você inventou. Outra vantagem do modelo híbrido: Você irá utilizar o melhor de cada prática para seu projeto, aumentando ainda mais as chances de sucesso!
Espero que tenham se interessado e que acompanhem os artigos. Pretendo que tenham uma frequência semanal. Para separá-los no site e organizá-los entre artigos de outros assuntos usarei a sigla GPMPE-MH: Gestão de Projetos para Micro e Pequenas Empresas – Modelo Híbrido.
Já tem sugestões? Gostaria que eu abordasse algum tema nesta série de artigos ou algum outro assunto não relacionado? Use os comentários! Obrigado pela leitura!
Publicado Originalmente em: http://www.vignado.com.br/?p=365
2 Comentários
Gostei da sua menção em relação as práticas, e a utilização de gestão de projetos em micro e pequenas empresas já se torna quase uma obrigação, mesmo que ela seja feita em papel de pão para ajudar a organizar.
O modelo híbrido funciona muito bem para pequenas e médias empresas, principalmente por adaptar a etapa de negociação a realidade delas. Parabéns pelo artigo