Nestes tempos em que a empresa depende de seu poder empreendedor e no qual ter um Sistema de Gestão da Qualidade é o mínimo requisito, muitas organizações se esquecem da competência de seus colaboradores.
O que podemos encontrar no mercado brasileiro são empresas que se contentam em determinar a competência mínima para se ocupar determinada função e geralmente baseada no perfil do atual ocupante, sem visualizar a excelência necessária para que essa função agregue valor à organização.
A nossa cultura organizacional determina que não se invista em pessoas e aquela empresa que percebe que essa visão é deturpada consegue um enorme diferencial em relação a seus competidores.
Em situação normal a empresa acredita que investir em educação ou treinamento de colaboradores não tem retorno e não percebe que ao longo do tempo perde sua capacidade, pois o mercado exige novas características e conhecimentos e assim a estrutura funcional vai se tornando obsoleta.
Pude ao longo do tempo ver bons exemplos de empresários que se tornaram conscientes dessa realidade através das seguintes atitudes:
1. Empresa do setor de fundição que levantou o perfil dos colaboradores e descobriu que parte desse contingente era analfabeta e criou dentro de suas instalações um curso de alfabetização e que posteriormente se tornou um curso de educação de primeiro grau.
2. Empresa do ramo de usinagem que tendo seus colaboradores formados apenas na pratica deu a eles a oportunidade de freqüentar uma escola técnica.
3. Empresa do ramo de manutenção de maquinas que ofereceu a seu pintor a oportunidade de participar de curso e se qualificar.
4. Empresa de autopeças que estruturou um curso de informática para todos os colaboradores (inclusive da produção) para dar-lhes a oportunidade de se manterem atualizados.
5. Empresa de fundição que ofereceu a seus soldadores a oportunidade de realizar curso e terem qualificação oficial.
6. Empresa do ramo de serviços que tem reuniões mensais para determinar as necessidades de treinamento.
Estes poucos exemplos podem ser indicadores de que alguns executivos percebem o retorno do investimento e contrariam a lei que se tenta estabelecer por força de erros de visão administrativa e mesmo de alguns consultores, pois é comum identificar que eles usam a expressão “tenha o mínimo necessário” para ter a aparência de uma empresa.
Estruturar um plano de treinamentos incluindo inclusive a direção da empresa nesse aperfeiçoamento pode ser o marco entre ser apenas mais uma empresa ou ser uma das melhores empresas. Ouve-se muito dos pequenos e médios empresários que isso “custa dinheiro” esquecendo-se de que existem diversas oportunidades em órgãos e associações que apresentam cursos a valores subsidiados.
Faz parte da estrutura do ser humano a restrição a mudanças e muitas vezes oferecer treinamento cria mudanças e coloca em situação difícil aqueles lideres que se beneficiam da ignorância ou baixo nível de conhecimento de seus comandados.
Ter o conceito de que o desenvolvimento das capacidades aprimora a empresa e seu mercado é característica do executivo que consegue ver além do momento e que se faz capaz de navegar por diversos cenários empresariais e neste caso, o termo executivo envolve desde o empresário individual até o presidente de empresa multinacional passando pelas empresas familiares e por organizações de todos os portes.
Vale lembrar a sabedoria da imperatriz Quanny Akemi que afirmava:
“Quando meu pai se apercebeu da queda que havia no rendimento das colheitas e que isso poderia colocar nosso reino em situação de instabilidade determinou que todos os agricultores fossem visitados pelos mestres do reino e que em cada vila houvesse aulas sobre as sementes, os adubos, as formas de colheita e armazenamento dos grãos. Nesse tempo meu pai também determinou que em cada núcleo se criasse uma escola para tirar os seus súditos da ignorância e que assim eles próprios pudessem formar os novos agricultores.”
Use sua inteligência empresarial, mãos à obra e bons negócios.
Artigo de Wilson Tomao, parceiro do Ezencutivo.