Já falamos aqui no PTI sobre a Bioinformática neste artigo, mas, resumindo, o Bioinformata é um profissional que desenvolve, gerencia e analisa dados médicos e biológicos, em especial os genes.
Para isso, além de competências da biologia, ele se aproveita de conhecimentos da informática, matemática e computação. Ao contrário do que muitos acreditam, a profissão não é nova, apenas está em alta nos últimos anos principalmente pelos avanços tecnológicos recentes.
Essa pode ser uma oportunidade muito interessante para quem quer atuar tanto no mundo da biologia, quanto na Tecnologia da Informação (TI). Neste artigo, vamos falar sobre como é a carreira na Bioinformática, quais são os cursos disponíveis na área, o perfil ideal de quem deseja trabalhar no ramo, entre outras informações importantes. Vamos lá?
O que faz um Bioinformata?
Nas décadas de 80 e 90, a biologia passou a produzir uma grande quantidade de dados, sendo inviável que seres humanos conseguissem realizar o mapeamento e a organização dos mesmos. Muitas vezes, eram necessários meses ou anos para analisar os dados de um experimento.
Felizmente, tudo mudou após a evolução tecnológica — que agrupa melhorias no hardware, software, e no acesso e velocidade da internet. Este avanço foi aproveitado para acompanhar e potencializar os avanços da ciência. Novos procedimentos para que essas informações fossem analisadas de forma mais prática utilizando linguagens de computador e outros procedimentos matemáticos foram e estão sendo criados.
Atualmente, a bioinformática (biologia computacional) tem um papel fundamental na área da saúde, contribuindo para a identificação e tratamento de doenças, produção de novos remédios, modelagem matemática e estatística em biociências, etc. Para realizar as análises, o Bioinformata precisa desenvolver e implementar programas, algoritmos, bem como realizar estudos estatísticos.
Veja algumas atividades que podem fazer parte da rotina do profissional:
- analisar e simular o metabolismo de células;
- reconhecer inibidores de enzimas;
- identificar a função biológica de uma sequência de DNA;
- observar imagens e sinais biológicos.
Qual é o perfil ideal para ser um Bioinformata?
Como você já deve ter percebido, a bioinformática é uma área multidisciplinar e é exatamente assim que será a rotina de quem iniciar a carreira como bioinformata. Dessa forma, é válido que o estudante da área seja curioso, atento e que goste de aprender sobre vários nichos de conhecimento.
É comum que o profissional se sinta mais atraído por biologia ou informática, mas é importante destacar que ambos (mesmo que em menor ou maior medida) vão estar presentes na rotina de trabalho. Sendo assim, é interessante que o profissional realmente aprecie todas (ou a maior parte) das áreas que englobam a carreira. Também é importante ter paciência e determinação para conseguir compreender problemas, converter linguagens e encontrar soluções.
Ler livros, assistir vídeos e fazer cursos deve ser parte da rotina de quem pretende seguir com a carreira na bioinformática, já que o mercado é extremamente dinâmico. Novidades não param de chegar e é importante se manter atualizado.
A maioria das publicações científicas, palestras, cursos, linguagens de programação vão estar em inglês. Sendo assim, ter um bom conhecimento na língua inglesa também é importante para conseguir se aprofundar na área.
Quais são os cursos da área?
No Brasil, mais especificamente em Belo Horizonte (MG), é possível realizar um curso Superior Tecnológico em Bioinformática, que é oferecido pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. Com duração de 5 semestres, o curso presencial passou a ser oferecido no início de 2018.
Também em Belo Horizonte, na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), é ofertado um ótimo curso de Pós-Graduação na área. As linhas de pesquisa trabalhadas são: Bioinformática de Biomoléculas, Bioinformática Funcional e Bioinformática Genômica.
Outro local que desenvolve a Pós-Graduação em Bioinformática é o Instituto de Matemática e Estatística, da Universidade de São Paulo. A área de pesquisa é extensa, e engloba Modelagem Molecular, Banco de dados para extração de conhecimento, Análise e processamento de imagens, entre outras opções.
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), localizada em Natal (RN), possibilita inscrições para o Doutorado em Bioinformática durante o ano inteiro e é uma alternativa para quem já está na área e deseja aprofundar os seus conhecimentos.
No Rio de Janeiro também existe uma Pós-Graduação dedicada ao assunto. O curso é desenvolvido no Instituto Oswaldo Cruz, na unidade de Manguinhos da FIOCRUZ e tem duas linhas de pesquisas, uma na área de Bioinformática e a outra em concentrada em Modelagem Computacional.
O curso ainda não está disponível em todos os estados do Brasil, mas é comum existirem cursos de áreas correlatas com ênfase em Bioinformática. É comum que os profissionais iniciem em uma graduação de exatas e continuem os estudos com uma especialização em Bioinformática. Antes de iniciar os estudos, é fundamental verificar se a instituição está credenciada no MEC e se a grade curricular abrange temas interessantes para você.
Como está o mercado de trabalho da Bioinformática?
Como a maioria das profissões relacionadas a Tecnologia da Informação, a atuação de um Bioinformata é ampla. O profissional pode trabalhar em laboratórios, hospitais, indústrias farmacêuticas, entre outros locais. Outra possibilidade é atuar na área acadêmica realizando pesquisas ou dando aulas em universidades.
O Bioinformata também pode decidir ser um empreendedor, inclusive muitos cursos da área englobam disciplinas sobre isso em seus currículos. Um bom exemplo disso seria uma empresa especializada em analisar determinado tipo de dados, oferecendo informações sobre bioenergia, bioetanol, cana-de-açúcar, entre outras possibilidades.
Tendo um grande número de carreiras possíveis, os salários também variam muito de acordo com a escolha profissional. Entretanto, segundo o site Love Mondays, a média salarial para um Bioinformata é de R$ 5.343,00 por mês.
Muitos especialistas consideram a Bioinformática como uma das mais importantes profissões do futuro, visto que os avanços tecnológicos não param e os problemas a serem resolvidos também não. A profissão é realmente muito necessária e tem uma demanda crescente, sendo solicitada por vários nichos do mercado. Além disso, conforme destacamos no artigo, a sua atuação é extremamente relevante para os avanços da ciência.
Que tal conversarmos mais sobre o assunto nos comentários? Esperamos a sua dúvida ou opinião sobre a Bioinformática!
1 Comentários
Bom dia.
Achei um erro na matéria, a UFRN é Universidade Federal do Rio Grande do Norte, localizada em Natal (RN).