A família, as instituições de ensino e a falta de mão-de-obra qualificada no país

Com o forte crescimento estimado para os próximos 10 anos no Brasil com PIB chegando a 7% ao ano, a discussão sobre carência de mão de obra volta as mesas de discussão de especialistas, empresários e educadores e novamente constatamos estar diante da total falta de visão de futuro que ronda nosso país a séculos.

É fato que sinais de crise mundial, já vinham sendo anunciados muito antes dela acontecer, também é nítido que o Brasil em sua trajetória de estabilização econômica teria um grande potencial em sair quase ileso aos desmandos econômicos das potencias mundiais. Porém mais uma vez nos deparamos com o óbvio. Falta de investimento em educação, capacitação e treinamento de nossos jovens para o mercado de trabalho.

Esta carência na mão-de-obra, que é noticiada todos os dias, não é novidade para nós, sempre que saímos de uma “crise” e enveredamos para o lado da prosperidade, este assunto nos assombra. Talvez o que não assimilamos é que estamos diante de uma geração de profissionais oriundos de instituições despreparadas para criar o profissional do futuro, aliados a pais que transitaram por mudanças no comportamento das famílias, sendo pai e mãe trabalhadores, ocupados com suas rotinas, repletos de informação úteis e inúteis,  sem tempo ou paciência para educar devidamente seus filhos.

Traduzo educação para os novos tempos, em habilidades para trabalhar com as mudanças do mundo corporativo, responsabilidade social, globalização, consolidação de mercados com grandes fusões e aquisições, equilíbrio profissional e pessoal, desafios da era “mais, melhor e por menos”, abundância de informação útil e inútil, crescimento de redes sociais em detrimento de redes “pessoais”, disciplina e ética.

Esta transferência de educação foi delegada às nossas instituições de ensino, que por sua vez, querem e ainda tentam formar técnicos (Robôs) para executar tarefas em detrimento da necessidade cada vez mais prioritária de formar pessoas com comprometimento, comportamento  assertivo, preparadas para ambientes de radicais mudanças, onde saber como se comportar é mais importante do que saber fazer. Resultado comprovado por estudos que apontam que 95% das demissões são provocadas por problemas de comportamento e não por motivos técnicos.

Precisamos repensar com urgência  alguns modelos, onde  pais devem estar cientes de sua complexa obrigação de entender as mudanças e educar seus filhos para elas, acompanhar de perto as instituições que tem o papel de complementar o processo de formação, dar subsídios para o mundo moderno e prover informação consistente para a formação profissional e pessoal.


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