Introdução
O mundo atual impõe a educadores, crianças e jovens a tarefa de absorver as novas tecnologias, sem as quais qualquer atividade profissional e até mesmo a vida cotidiana se tornaram inviáveis.
Considerando-se que a Segurança da Informação é um tema novo em relação a outras áreas do conhecimento humano, deve haver uma maior conscientização a seu respeito, orientações diárias, principalmente para os usuários mais novos, as crianças, que devem ser educadas e conscientizadas para realizarem um acesso ao ambiente Internet de forma correta.
Entendendo o que é Segurança da Informação
A Segurança da Informação é a garantia de que as informações, em qualquer formato, estão protegidas de acessos não autorizados, estão disponíveis quando forem necessárias e que sejam confiáveis.
Com a chegada de tecnologias da informação e comunicação a questão segurança tornou-se mais complexa, pois a maioria dos computadores se conecta a Internet, tornando os dados um grande atrativo para ladrões.
O mundo da segurança, seja pensando em violência urbana ou em hackers, é peculiar. Ele é marcado pela evolução contínua, no qual novos ataques têm como resposta novas formas de proteção, que levam ao desenvolvimento de novas técnicas de ataques, de maneira que um ciclo é formado. Não é por acaso que é no elo mais fraco da corrente que os ataques acontecem. (NAKAMURA, GEUS, 2007, p. 25)
Apesar de a segurança ser essencial, há uma dificuldade muito grande ainda em entender sua importância, por isso o usuário é considerado o elo mais fraco, já que nos incidentes de segurança sempre há pessoas envolvidas, tanto no lado das vulnerabilidades exploradas, quanto no lado das ameaças.
De acordo com Lucas (2010) a segurança da informação tem como pilares a confidencialidade, a integridade e a disponibilidade, também conhecidas como tríade, pois quando usadas juntas formam a base do conceito e da prática para a garantia da segurança sobre qualquer informação.
Para que o nível de segurança da informação desejado se concretize, é necessário consolidar uma política de segurança que seja seguida pelo usuário ou organização, garantindo que os princípios estabelecidos sejam mantidos.
Desta forma, para conseguir manter a segurança da informação, os usuários devem manter-se atualizados sobre fraudes virtuais e ferramentas de proteção. Nas escolas devem ser disseminados padrões de proteção para que as crianças sejam educadas e treinadas para utilização correta da computação.
As crianças, os pais e o ambiente computacional
O aprendizado e o pensamento das crianças ampliam-se unidos com a observação e investigação do mundo, pois quanto mais elas exploram as coisas, mais elas conseguem relacionar fatos e ideias, tirando suas próprias conclusões (BERGER, 2003).
No âmbito da informática também é assim, as crianças devem ser motivadas a explorarem esse mundo tão atrativo, e tanto os pais como os professores de informática devem auxiliá-las para que possam fazer de modo seguro o uso da Internet, fomentando uma cultura de educação digital.
Os estímulos para utilização do computador podem começar com simples programas de desenhos ou de textos, desde que sejam de forma criativa. Os jogos são importantes também, mas os pais devem selecionar o conteúdo, voltado para os valores humanos e éticos. A Internet pode abrir portas para que os pequenos entrem em diálogo com o mundo, mas de acordo com a Revista Alô Bebê (Edição 13, 2002, p. 23), “no primeiro momento, o acompanhamento e apoio dos pais nessa descoberta é fundamental, não só para ensinar os caminhos, mas para orientar escolhas”.
Os pais preocupam-se com a privacidade e segurança, mas há alguns que parecem não compreender os verdadeiros riscos que seus filhos estão submetidos e que o mundo virtual também precisa de limites.
No mundo virtualizado os pais também tem papel fundamental na educação dos filhos, acompanhando-os para mostrar o que pode e o que não pode, incentivando-os a chamá-los quando algo diferente acontecer e o mais importante – manter o computador em um local de fácil acesso na casa, ajudando-os a supervisionar as atividades online das crianças e por fim, o diálogo, que é a chave de garantia de uma navegação segura.
Desta forma, o mais importante é ter bom senso e naturalmente criar regras para o uso do computador e da Internet, estabelecendo horários para que as crianças possam fazer seus trabalhos e brincar, pois assim pais e filhos estarão compartilhando a máquina de uma maneira segura, aprendendo e divertindo-se juntos.
O ambiente computacional e a escola
Nos tempos de hoje os alunos entram na escola cada vez mais novos e aos poucos já iniciam no processo de alfabetização e com isso, também entram em contato com as aulas de informática.
As aulas de informática nas séries iniciais não mais assumem o papel de um complemento da grade escolar, mas sim, como uma mudança no método de ensino desde o início da vida escolar. São nessas aulas que as crianças têm a possibilidade de saírem de suas salas comuns e caminharem até outra sala onde existe um mundo cheio de novidades e conhecimentos. De acordo com Panucci (2007):
Existem duas propostas educacionais relacionadas à Informática; uma é o ensino da própria informática, os conceitos computacionais, com as disciplinas no currículo, e a outra é a utilização da informática como auxílio para o ensino, ou seja, o ensino através do computador (PANUCCI, 2007, p. 19).
O professor de informática assume o papel de ensinar a seus alunos os primeiros conceitos de como se utilizar o computador como uma ferramenta de ajuda e apoio. Neste sentido, há de se entender e conceber a Internet não como uma vilã das aulas, mas sim como uma aliada, onde educadores preparados devem aproveitar ao máximo os recursos da tecnologia para trabalhar com seus alunos, passando uma experiência positiva.
Por isso, a Segurança da informação deve ser discutida também no âmbito escolar, por meio de bons hábitos e regras para a utilização de equipamentos e, “tão importante quanto garantir o acesso à informação é ensinar o aluno a buscar, localizar, selecionar, confrontar, estabelecer nexos, e, com base em tudo isso, produzir o próprio discurso e criar textos” (PRADO, 2003, p. 1).
Portanto, o professor é peça fundamental nesse quesito, por isso ele precisa estar sempre atualizado sobre as novas tecnologias, aos riscos, fraudes e a legislação vigente, pois só assim poderá orientar corretamente seus alunos, trabalhando com conteúdos necessários a vivência na sociedade digitalizada, promovendo a educação digital.
Conclusão
O fato de a informação encontrar-se exposta a diversos tipos de ameaças e ataques, seja através de meios físicos, lógicos ou humanos, requer atenção especial, pois as pessoas devem se conscientizar que fazem parte do problema, já que não adianta fazer investimentos em tecnologias de última geração e deixar de lado o fator humano.
Já que o elo mais fraco na segurança da informação são as pessoas, estas devem ter um foco maior na tentativa de conscientizá-las do destaque que elas têm nesse quesito. Portanto, há uma necessidade muito grande de capacitar os usuários, principalmente os mais novos, as crianças, nos conceitos e boas práticas de segurança, evitando assim a exposição dos pequenos no mundo virtual.
Por fim, visando à conscientização das crianças sobre segurança da informação, pais e professores devem orientá-las para um bom uso da rede, falando sobre isso não apenas uma vez, mas sim, sempre tocar no assunto e trabalhar questões práticas que envolvam atividades cotidianas na Internet, desenvolvendo nos pequenos as competências necessárias para que possam tomar decisões e saberem agirem diante dos riscos, ou até mesmo após um incidente, pois estarão aprendendo a usar a web com segurança e confiabilidade.
Orientadora: Rosemeiry de Castro Prado – FATEC – Campus Ourinhos/SP.
Artigo acadêmico completo disponível aqui.
2 Comentários
Artigo muito Bom Parabéns a autora, muito interessante o tema
Pingback: Conscientização em Segurança da Informação: Os desafios de despertar a participação ativa na segurança de uma corporação |