O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está avaliando o Plano Nacional de Banda Larga, que prevê um investimento de R$ 75,5 bilhões nos próximos cinco anos para que o Brasil possa passar dos atuais 19 milhões de acessos à internet em alta velocidade para 90 milhões até 2014.
Hoje, uma das maiores dificuldades de implementar a banda larga no país é a concentração do provimento em poucas operadoras, regulamentadas pela Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações. A desconcentração deste mercado é uma das necessidades, além da atualização das tecnologias hoje adotadas no país – as mais difundidas são a ADSL e o Cable Modem.
Uma tecnologia muito difundida na Coréia do Sul, país com o maior número de acessos à banda larga em relação ao número de habitantes, é a HPN (Home Phoneline Networking), que aproveita o cabeamento doméstico para a instalação não apenas da banda larga, mas de uma banda ultralarga, que libera de 100 a 256 megas por usuário final. No Brasil, temos tecnologia para implementar esse sistema não somente internamente, mas sobretudo em ambientes externos. Faltam políticas governamentais que apoiem projetos como estes, desenvolvidos pela indústria nacional de tecnologia. A tecnologia HPN é de fácil instalação, requer poucos equipamentos, utiliza a infraestrutura já instalada de cabos de fibra ótica, coaxial ou mesmo de telefone, com alta velocidade. Ao permitir conexões via cabo coaxial ou de telefone sem perda de qualidade, permite o barateamento de projetos com esta tecnologia.
Tanto o governo como as operadoras anseiam atingir as classes C e D da população. Isso é viável, basta que o governo estabeleça relacionamento com a indústria nacional e conheça como pequenas e médias empresas provedoras estão se mantendo competitivas utilizando tecnologias alternativas às utilizadas pelas grandes operadoras. Só assim, será possível realizar uma verdadeira inclusão digital, o que, certamente, resultará em uma grande inclusão social.
Norberto Dias
Presidente da Cianet Networking – Florianópolis, SC
