Dentro do setor público, assim como no setor privado, existe uma série de ineficiências que tornam cada vez mais evidente a necessidade de aperfeiçoamento das atividades do negócio e a evolução organizacional. Dentro desse contexto, muitas organizações vêm buscando a melhoria nos seus processos de trabalho para que esses objetivos de negócio possam ser alcançados.
A Constituição Federal brasileira de 1988, em seu artigo 37, elenca como um dos princípios da Administração Pública Federal a eficiência que, por definição, é a capacidade de, a partir de recursos limitados, conseguir atingir uma maior quantidade de saídas de trabalho possível. Para o atendimento desse princípio torna-se fundamental a boa gestão dos recursos públicos, sejam eles humanos, materiais, tecnológicos, etc. Assim, uma atividade é dita eficiente quando é possível atingir o melhor rendimento possível com o mínimo de dispêndios (BRASIL, 2013).
É perceptível que a adoção da gestão de processos em diversas instituições públicas têm gerado resultados positivos. Conforme levantamento de Governança de Tecnologia da Informação (TI) de 2014 realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) (BRASIL, 2014), a dimensão “processos” deve ser utilizada para avaliar a governança de TI dessas instituições. Ainda na visão desse tribunal, para que a TI seja bem governada, deve-se definir e estabelecer processos para atendimento de políticas, alcance de resultados e garantia da continuidade de ações. Contudo, a gestão de processos não se aplica somente a TI, devendo ter sua abrangência expandida e aplicada em todos os setores da organização.
Mas o que é a gestão de processos?
Referente à gestão de processos, muitos dos trabalhos nesse tema baseiam-se no Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio – Corpo Comum de Conhecimento (BPM CBOK®), que é uma referência básica para profissionais de Business Process Management (BPM) editados e distribuídos pela Association of Bussiness Process Professionals (ABPMP). Conforme a ABPMP (2013), esse guia possui definições e orientações para que seja entendido como realizar a prática de BPM. Na visão desse guia, o BPM representa uma forma de visualizar as atividades de negócio além das estruturas funcionais tradicionais e, dessa forma, permitir a entrega de valor para os clientes ou melhorar a gerência de outros processos. Ou seja, a governança de processos está ligada diretamente ao alinhamento entre o bom desempenho de processos, projetos e a estratégia da organização.
Através da gestão de processos é possível estruturar e gerenciar os objetivos de negócios e criar valor para a organização. Além disso, esse trabalho facilita o entendimento das áreas envolvidos sobre o que deve ser executado, quais são os seus papéis e responsabilidades. Gera um maior entendimento dos riscos que estão associados ao processo e seus respectivos impactos. E, além disso, permite que as equipes operacionais consigam enxergar a entrega de valor ao cliente.
Fontes:
- ABPMP. Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio Corpo Comum de Conhecimento. ABPMP BPM CBOK v. 3. 1. ed. 2013.
- BRASIL. Procuradoria Geral da República. Secretaria Jurídica e de Documentação. Manual de gestão por processos/ Secretaria Jurídica e de Documentação/ Escritório de Processos Organizacionais do MPF. Brasília: MPF/PGR. 2013. Disponível em: <http://www.mpf.mp.br/conheca-o-mpf/gestao-estrategica-e-modernizacao-do-mpf/escritorio-de-processos/publicacoes/livros/manualdegestaoporprocessos.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2017.
- BRASIL. Tribunal de Contas da União. Acórdão TCU 31117/2014. 2014. Disponível em: <http://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br:tribunal.contas.uniao;plenario:acordao:2014-11-12;3117>. Acesso em: 15 fev. 2017.