Aprender Programação e o Futuro do Trabalho

Muito tem se falado sobre aprender programação, inteligência artificial, tecnologia, quarta revolução industrial e sobre como será o futuro do trabalho. Muita especulação, na verdade, porque ninguém sabe mesmo como será o dia de amanhã.

O que tenho feito nos últimos 20 anos é programar, praticamente todo santo dia, e tenho observado como a tecnologia vem mudando nossas vidas, nossa rotina e também, claro, o mercado de trabalho. Por isso escrevo este post, para levantar alguns aspectos que considerei relevantes para essa discussão sobre o futuro do trabalho.

Adiantando! Criei recentemente um curso chamado “Aprender programação em 20 horas” e que vou falar sobre ele também lá no final do post 🙂

Como era com nossos pais

Trinta anos atrás, quando uma pessoa era contratada para trabalhar em uma empresa, algumas vezes, ela recebia uma sala só pra ela. Nesta sala tinha espaço para pendurar os diplomas e certificados, tinha um quadro para escrever algumas ideias, tinham cadeiras para receber ali uma ou duas pessoas, uma mesa com muito espaço para empilhar papeis e mais papeis, uma estante para colocar livros bem grossos, um ramal telefônico e poderia até ter uma máquina de escrever.

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Esse era o ambiente de trabalho de um profissional. Era ali que ele tinha que se mostrar, onde precisava provar que era realmente bom em algo e que valia a pena seu salário.

Mensalmente ou bimestralmente acontecia uma reunião com seu superior ou outras pessoas tão importantes e o funcionário tinha que falar, se portar e demonstrar que era o melhor. Precisava discutir ideias e propor soluções com base em seus livros e relatórios. Era assim que a vida no trabalho acontecia.

Um trabalhador valorizado saía pra trabalhar quando o sol estava nascendo e muitas vezes só chegava em casa tarde da noite, afinal, tinha que mostrar trabalho. Quanto mais se trabalhava, melhor seria.

Como é agora

Você é contratado para trabalhar em uma empresa e tem uma cadeira, um espaço em uma mesa com muitas outras pessoas e um computador. Nada mais. Até a impressora é compartilhada.

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Daí você precisa provar que é bom, que dá conta, que é criativo-inteligente-resolvedor-de-problemas-gênio-ágil-esperto-comunicativo-proativo e algo mais através do computador. Não sai mais dali. Tudo o que você fizer estará ali dentro, será compartilhado pela rede da empresa ou enviado por e-mail. Será fazer parte de um processo e saber que na sua vez nada pode dar errado. Afinal, tem muita tecnologia hoje pra você errar em algo. 

Como foi um tempo atrás

Por meados da década de 90 existiam os “cursos básicos de informática. Você aprendia normalmente “DOS + Windows + Word + Excel” e com aquele certificado de baixo do braço, e no seu currículo, você tinha acesso aos bons empregos para começar sua carreira. Ao invés de trabalho “pesado”, você podia trabalhar sentado em frente a um computador, digitando, calculando, registrando coisas.

Sem o tal “curso de informática” você poderia ser chamado de “analfabeto digital“, afinal, nem sabia copiar um arquivo para um disquete. O que seria de você no futuro?

As pessoas tinham medo que a informática iria ceifar milhões de vagas de trabalho, que a informatização poderia ser uma coisa ruim… E, de fato, isso gradativamente aconteceu.

Como será no futuro

Existe um movimento intenso no desenvolvimento de inteligências artificiais,que irão, dentro de alguns anos, substituir milhões de pessoas em seus trabalhos. Se eu puder resumir essa tendência em poucas palavras, eu diria que estas tecnologias fazem algumas tarefas de forma impecável, ininterrupta, dezenas de vezes melhor que nós e milhões de vezes mais rápido. Vou dar alguns exemplos: 

Ubber: Uau! Como é incrível o Ubber, um aplicativo prático, fácil de usar, que faz todo mundo feliz (passageiro e motorista). A tal Ubber já existe no mundo inteiro, mas é uma empresa que ainda não lucra. Vale bilhões, mas não tem saldo positivo até hoje e sabe que não terá por algum tempo, já que 80% da receita das viagens vai para o motorista e o Ubber fica só com 20%, por isso, em poucos anos não haverão mais motoristas, apenas carros autônomosSaiba mais.

Hoje: “Eu vou morrer de medo quando ver um carro autônomo andando na rua, medo dele me causar um acidente”

Logo mais: “Eu vou morrer de medo quando ver um humano dirigindo um carro na rua, medo dele me causar um acidente”

Advogados: uma inteligência artificial ganhou 160 mil causas em pouco mais de um ano e foi programada por um garoto de 19 anos. Saiba mais.

Médicos: o Watson é uma inteligência artificial capaz de processar um grande volume de dados médicos e aprender com eles, tornando-se assim muito mais eficaz que um humano na tomada de decisões quanto a nossa saúde. Saiba mais e mais.

Hoje: “Não quero um robô tomando decisões quanto a minha vida”

Logo mais: “Quero um hospital com Watson Health para eu receber o melhor tratamento possível para o meu caso, sem dúvida” 

Você será substituído por um robô? Muita gente vai, muita gente foi e se você será, não sei. Só sei que EU estou sempre aprendendo mais sobre como programar robôs 🙂

 Tudo bem se você pensar que isso é exagero, não tem problema pensar isso, que nenhuma destas mudanças vai acontecer. Muitas pessoas erram em previsões, neste caso, um de nós dois apenas estaria errado: ou eu ou você. 

Como isso mudou?

Aquele tempo da sala e ramal telefônico passou, do curso de “informática básica” também. Hoje a tecnologia é invisível, faz parte da nossa vida e você já precisa saber lidar com ela, senão você nem atende seu celular, nem adiciona alguém na agenda do telefone, não consegue ler seus emails pessoais, acessar o banco, fazer uma compra online, se inscrever em algum processo de seleção… e por aí vai.

Nada disso aconteceu do dia pra noite, foi tudo bem gradativo. Lembra quando para usar a internet era preciso o computador discar usando a linha telefônica? Se alguém pegasse na extensão ouvia um monte de ruídos e caía a conexão? Lembra quando começaram a falar de conexão com cabo? E o wireless, lembra a primeira vez que usou? E notebook? Lembra quando alguém aparecia com um era a coisa mais chique que existia? Celular smartphone, então, hein!? Tudo isso aconteceu de 10, 15 anos pra cá.

Estamos em um grande momento da tecnologia. Hoje você tem no bolso um computador (seu celular) que é um milhão de vezes mais potente que o computador que levou o homem a lua em 1969, e faz o que com ele? Joga Pokemon, acessa o Facebook, fica só navegando ou já aprendeu a usar essa tecnologia ao seu favor?

Aprender programação?

Você pode estar aí se perguntando: “e nessa história toda o que tem a ver a programação“? Quando começamos a falar de tecnologia, começamos a falar (implicitamente) dos programadores, dos caras “do lado de lá” que estão produzindo todos esses dispositivos, softwares e sites, e disso eu entendo muito bem.

Ao falar que você hoje precisa provar que é bom tendo apenas uma tela de computador e um mundo virtual dentro dele, digo que é ali (no computador) onde você tem realmente oportunidades incríveis de se destacar!

Aprender programação te dá super poderes

Nesse futuro novo, você não precisa necessariamente ser um programador e ditar as regras da tecnologia. O que você não pode é ficar de fora desta convergência ou ser um peixe fora d’agua.

Quando você aprende a programar, você entende como a tecnologia funciona, entende como são feitos os programas e computadores e começa a se sentir familiar com eles. Se seu notebook estragar, possivelmente você conseguirá arruma-lo se você quiser, porque entenderá muito melhor como as coisas são feitas, como são construídas e como funcionam em conjunto. Aprender programação te ajudará a entender melhor a eletrônica, mecânica e até mesmo engenharia.

De tanto ser procurado por administradores, profissionais de comunicação, advogados, funcionários públicos e jovens querendo aprender a programar, criei o treinamento “Aprender programação em 20 horas“. Fiquei meses estudando para criar a metodologia, de como tornar esse aprendizado fácil para pessoas leigas, saindo do “zero absoluto”, e tenho tido excelentes resultados de lá pra cá!

O interessante aqui é ver como cada um sabe para que será util programar: uns querem um novo emprego, outros mudar de profissão, outros poder ensinar aos filhos, tem aqueles que são tão curiosos que não conseguem ficar sem saber, alguns até já são alunos de faculdade de tecnologia mas não conseguiram entender muito bem como as coisas funcionam e por isso participam comigo. Uma pergunta que faço logo no início é “Você é ninja em que?”, veja o vídeo abaixo.

E o trabalho afinal?

Se eu pudesse de sugerir algo, eu diria: aprenda programação! Perca o medo da tecnologia e vá aos poucos se tornando mais familiar em como as coisas são feitas, para que em um futuro não tão distante você possa ser alguém que não é engolido pela tecnologia, mas sim, usa ela com inteligência ao seu favor.

Começar agora é o ideal! Conheça o curso aprender programação em 20 horas 😀

Nos vemos no futuro!

Tiago Gouvêa

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Programador por natureza, trabalha desenvolvendo tecnologias focadas em comunicação, colaboração e integração em diversas plataformas.
Criou projetos de sucesso, chegando a ser premiado com R$120.000,00 através do Programa PRIME (Primeira Empresa Inovadora).
Criou sistemas online como o Index CMS e Integre.se utilizados por centenas de empresas em todo o país;
Atualmente é Diretor de Tecnologia em uma empresa de gestão de Fundos, consultor de desenvolvimento e palestrante.


3 Comentários

Edilson
1

Estou estudando PHP e Angular pois foram as duas linguagens que mais me adaptei, mas vou para esse mundo da programação para aumento salarial e trabalhar com outras tecnologias, pois até hoje só trabalhei com suporte (que é um saco), e não consigo sair pois tenho mulher e filho para sustentar.Mass….Uma hora sairei, até lá estou estudando e focando nestas linguagens.
No mais, ótimo artigo.

Carlos Franca
2

Ola Tiago, muito bom seu artigo, meu nome e Carlos e estou começando a desenvolver um sistema para desktop e estou com uma duvida que já esta me seguindo um tempo, qual a melhor linguagem de programação para desenvolver aplicações para Desktop? vejo vários artigos ou opiniões falando de uma linguagem ou outra, mas no meu resumo geral percebi que o c# ou o Delphi seria as melhores opções, mas o java não seria muito bom pois não se adapta muito bem em aplicações para Desktop, na sua opinião qual seria a melhor ou opção para este tipo de aplicação?

Gabriel Oliveira
3

Gostei da matéria, mas mesmo assim o futuro se torna “perigoso” para os programadores, até porquê, já estão em andamento ( alguns até prontos ) inteligências artificiais que sabem programar. Sim, um robô construindo outro robô ou até ele mesmo sozinho! Um exemplo é o sistema DeepCoder, por enquanto consegue resolver problemas simples e de cinco linhas, mas quem sabe..

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