Combatendo a ameaça do roubo de identidade

Por Cynthia Bianco

O roubo e a manipulação de identidade, tipo de fraude que implica no uso mal intencionado de dados de identificação, geram prejuízos da ordem de bilhões de dólares anualmente às organizações. Trata-se de um problema mundial. No setor de seguros nos Estados Unidos, por exemplo, as fraudes representam 10% dos prejuízos e revisões de perdas relacionadas a apólices. Diante desta situação, o que as empresas privadas e estatais podem fazer para preservar sua segurança e minimizar seus riscos?

Uma medida importante para garantir controle e segurança é ter certeza da identidade dessas pessoas que interagem com a empresa ou instituição e, ainda, compreender os relacionamentos existentes entre elas. É imprescindível ter essa capacidade de identificar os indivíduos suspeitos para minimizar o risco de fraudes.

No entanto, isso não é tão simples assim. Mesmo os melhores sistemas estão sujeitos à degradação da qualidade de dados, provocada por erros de digitação ou alterações e variações no nome ou endereço usado por um indivíduo.

Os métodos usados pelos fraudadores são difíceis de se detectar. Atualmente, há amplas evidências do crescimento das fraudes, lavagem de dinheiro e outros delitos associados a dados de identidade. A Índia, um centro financeiro em expansão, tem se mostrado vulnerável às práticas de lavagem de dinheiro. Segundo um relatório da KPMG, traficantes de drogas, armas, entre outros criminosos, lavam mais de US$ 1 trilhão por ano no país.

Nos últimos anos, o mundo viu uma rápida sucessão de mudanças no setor de serviços financeiros e um recrudescimento das pressões regulatórias. Isso demonstra que uma organização que não consegue identificar com precisão os indivíduos com quem realiza transações se expõe a atos ilícitos. Esta incapacidade pode resultar em multas, processos judiciais, penas de reclusão e muitos outros problemas de ordem jurídica.

Um processo preciso de identificação e resolução de identidade pode ajudar as empresas privadas e estatais. A gestão de risco baseada na identificação e comparação entre registros internos e dados de identidade mantidos por fontes externas aumenta o rigor dos processos de negócios e a credibilidade dos dados. Nos órgãos de vigilância, a resolução de identidade dota as agências globais, nacionais e locais da capacidade de pesquisar e fazer a triagem de indivíduos suspeitos, por exemplo. Já no setor de saúde, previne a falsificação da identidade do paciente e ajuda a descobrir duplicatas ao se trabalhar com bancos de dados associados a pesquisas farmacêuticas, registros de doenças e prontuários de pacientes.

Para monitorar e detectar fraudes e outros comportamentos suspeitos, as empresas precisam de um processo que rastreie as pessoas em todos os pontos de contato, ao longo do histórico, abrangendo diversos sistemas e aplicativos tecnológicos.

Porém, com uma estimativa de que o volume de dados cresce anualmente a uma taxa de mais de 50%, disponibilizar dados de identidade precisos e consistentes não é uma tarefa fácil. Como cada indivíduo é responsável pela digitação de seus dados na web, os erros podem prevalecer.

A maioria das soluções de resolução de identidade não consegue interpretar informações incoerentes ou absorver a grande quantidade de dados em tempo real. Os erros intencionais e não intencionais na digitação de dados são inevitáveis. Novos nomes são inventados a cada dia, o que torna praticamente impossível compilar dicionários atualizados de nomes válidos e verificar se o nome está “correto”.

Assim, as organizações multinacionais e governamentais precisam de flexibilidade para pesquisar e encontrar correspondências entre dados de diferentes países, que usam alfabetos distintos, como o romano, árabe e cirílico, e ainda devem ser capazes de lidar com nomes internacionais e variações de nomes e endereços.

É necessário a adoção de um sistema que funcione com a mesma destreza que um usuário inteligente, que determina se existe uma correspondência de acordo com uma série de fatores, sem se restringir a questões ortográficas, fonéticas, e outros erros e omissões nos dados. Além disso, o software deve ser capaz de executar pesquisas em bancos de dados extensos com alta velocidade.

Quando contam com dados mestres e de referência de alta qualidade, as organizações mantêm processos de GRC (Governança, Risco e Conformidade) mais eficazes e cumprem a regulamentação de lavagem de dinheiro e outras leis que impõem sanções comerciais e econômicas, tal como a Basiléia.

Pesquisar, identificar correspondências, agrupar, fazer triagens e vincular dados de identidade com precisão ajuda as organizações a baixar seus custos operacionais. E, em posse de dados exatos, completos e consistentes, além de dados atualizados sobre os seus clientes, é possível tomar decisões de negócios melhores e mais ágeis.

Quando empresas privadas e estatais sabem quem é quem, é possível se precaver contra transações e reclamações fraudulentas, crimes financeiros, roubo de identidade e demais ameaças à segurança pública.

As organizações, de uma forma geral, precisam perceber que dispor de soluções de tecnlogia que auxiliem nessa capacidade de lidar com a resolução de identidade de seus dados pode ser uma arma bastante eficaz contra as fraudes, a lavagem de dinheiro e outros crimes, mesmo quando houver numerosas tentativas de ludibriar o sistema.

*Cynthia Bianco é diretora de vendas diretas da Informatica Corporation no Brasil

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