Há alguns meses, escrevi aqui no Profissionais de TI, um artigo com algumas dicas de ética profissional para técnicos em informática, uma postagem que teve uma boa aceitação e que rendeu muitos comentários.
Mas nada que eu ou que outro autor escreveu se compara a isso:
No tópico deste fórum, um programador pede ajuda aos amigos foristas para que o programa que ele está desenvolvendo fique artificialmente lento após alguns meses, a fim de que o cliente pague a mais para que seja realizada uma “manutenção”.
Embora uma atitude como essa possa chocar o leitor à primeira vista, ela é quase uma brincadeira infantil perto do que algumas empresas, grandes e pequenas, são capazes de fazer para manter sua clientela. Os recentes escândalos de espionagem envolvendo a NSA contribuíram ainda mais para aumentar a desconfiança em programas e em serviços comuns que utilizamos em nosso dia-a-dia. No caso de programas de código fechado, sempre ficamos com o ônus da dúvida, pois não temos, a princípio, como comprovar a existência de tal comportamento antiético, malicioso e ilegal. Felizmente, o software livre não sofre desse mal, pois como o código-fonte está disponível a todos, qualquer um pode auditá-lo e uma artimanha dessas certamente não permaneceria oculta por muito tempo.
Mesmo sabendo, porém, que nem todos os leitores desse post são adeptos da liberdade de software, essa imagem é uma verdadeira aula de como não ser um bom profissional. Se o programador deseja lucrar com seu programa – o que é natural – este objetivo deve ser atingido através do agregamento de valor ao produto ou ao serviço. No pŕóprio tópico onde surgiu essa pérola são dadas algumas sugestões como limitar o tamanho máximo do banco de dados ou cobrar pelo número de clientes instalados.
Outra postagem levantada lá ainda alerta que tal atitude é um tiro no pé, pois como os próprios foristas disseram, o mais provável é que o cliente, após um determinado tempo, simplesmente acabe migrando para uma solução melhor.
O pior é que o autor dessa pérola retornou ao tópico e revelou que começou a mexer com a linguagem de programação há apenas dois meses e disse não ver objetivo em desenvolver um programa perfeito pelo fato de os salários de programadores serem baixos.
É por isso que esse país não vai pra frente, como disseram lá.
4 Comentários
Isso chama-se EXTORSÃO, e é crime!
Já conheci alguns “profissionais” desse tipo, a falta de responsabilidade e comprometimento dos profissionais que vemos em diversas empresas é maior do que imaginamos .
Abraço .
Infelizmente exitem vários profissionais que atuam dessa maneira e acreditem alguns vão além. Criam armadilhas como funções com propósitos negativos, prometem e não cumprem, exploram de forma predatória o cliente e colaboradores.
Há bem pouco tempo trabalhei numa software house onde o proprietário queria descompilar DLLs pagas para obter o código fonte. Isto porque ele descompilava programas Clipper para poder se apropriar do fonte, recompilar com algumas alterações e nisso ele se apropriava não só do programa em questão mas tomava o cliente pra ele também.
Sem contar os problemas que tive por conta das más condições de trabalho (ambiente inapropriado, excesso de cobrança, carga horaria extensa, nenhum beneficio, desvio de funções, exploração, assédios morais constantes e baixíssima remuneração) depois de ver estas atitudes não tive dúvidas e decidi pedir demissão. Trabalhar numa empresa onde metade do faturamento é proveniente de más condutas e de crimes mancharia minha reputação como profissional.
Concordo com o Fernando, isto é crime e precisa acabar!!!
Depois querem reclamar dos políticos corruptos que temos,não se pode reclamar, eles são o espelho da sociedade em que vivemos,uma sociedade corrupta,com um monte de pilantras que querem se dar bem em cima de pessoas honestas,produz os parlamentares corruptos que temos.