Pode até soar estranho, mas algumas pessoas ainda tem a impressão de que, migrar um ambiente convencional para a Computação em Nuvem é simplesmente uma questão de escolher o provedor preferido, o modelo de cloud a ser adotado e fazer um Ctrl+C Ctrl+V das informações e plim! Em um passe de mágica, tudo vai estar na troposfera digital funcionando perfeitamente!
Na verdade, o processo não é bem assim. A Computação em Nuvem permite a qualquer empresa adotar uma gama de recursos que parece não ter fim: É possível escolher desde software como serviço, usar uma estrutura bare metal, ter diversas opções para integração de aplicações, empregar interfaces de programação de aplicações (APIs), escolher múltiplos tipos de containers, até adotar um modelo serverless.
Na prática, é possível ter uma infraestrutura de Computação em Nuvem combinando todas essas (e muitas outras) opções simultaneamente, e isso nos leva a um dos grandes desafios que toda organização provavelmente vai enfrentar nos próximos anos:
Lidar com a complexidade do ambiente de Computação em Nuvem.
Um outro fator muito importante, e que precisa ser compreendido claramente, é que vivemos em um em um mundo multi-cloud. Muito tempo atrás, quando a computação em nuvem ainda estava se estabelecendo, uma grande parte da discussão era tentar entender o conceito de nuvem pública (como AWS, Microsoft, Google, OpenCloud) e nuvem privada (exclusiva para um único cliente, normalmente on-premise).
Bem, não levou muito tempo para que as organizações compreendessem que a abordagem mais efetiva era usar o melhor dos dois mundos, criando um ambiente combinando a nuvem pública, com vantagens como otimização de uso de recursos/custos, elasticidade, e capacidade de crescimento virtualmente infinita, e a nuvem privada, que permite um controle maior de toda a infraestrutura, facilitando questões associadas a governança, regulamentações ou a proteção de arquivos confidenciais/sensíveis.
Essa abordagem ficou conhecida como nuvem hibrida, e é bastante razoável imaginarmos que, em um futuro bem próximo, será o modelo adotado por essencialmente todas as organizações. Novamente, um dos maiores desafios será lidar com a complexidade desse ambiente de Computação em Nuvem que agrega múltiplas tecnologias, passando por diferentes provedores de cloud e infraestrutura local.
Mas o que isso quer dizer? Seria melhor não adotar a computação em nuvem e evitar que a sua complexidade impacte na efetividade da TI? Será que a saída é contratar mais e mais pessoas, efetivamente aumentando custos, para poder fazer uso adequado da nuvem?
Calma! A resposta é bem mais simples do que você imagina, é tudo uma questão de estar consciente desse desafio e se preparar adequadamente para gerenciar a complexidade da computação em nuvem de uma forma saudável.
Nesse ambiente onde cada dia nos traz uma nova tendência, podemos dizer que se 2018 foi o ano do multi-cloud/nuvem hibrida, 2019 será o ano em que vamos ouvir falar cada vez mais de uma nova disciplina que vem ganhando cada vez mais destaque: CCM, Gestão de Complexidade na Nuvem (Cloud Complexity Management).
Lidar com a complexidade de um ambiente hibrido-multi-cloud requer uma boa estratégia, incluindo aspectos como cibersegurança, governança, privacidade, tratamento de dados e aplicações em um ambiente AnyOps, e é justamente ai que entra a CCM, organizando tudo isso em diferentes domínios, efetivamente simplificando toda a complexidade da computação em nuvem a um nível em que é possível combinar todas as tecnologias existentes e as muitas que estão por vir.
É claro: Tudo isso vai ter que ser tratado por profissionais de cloud devidamente qualificados, indo dos níveis operacionais, passando pelos táticos e chegando finalmente aos estratégicos, a demanda por especialistas vai crescer de uma maneira formidável.
É claro x 2: o melhor momento para se preparar é agora 🙂
Fontes: