Que o conceito de BYOD (Bring Your Own Device – traga seu próprio dispositivo) está sob os holofotes dos CIO’s modernos, é indiscutível. Ainda assim, a proliferação destes dispositivos de forma descontrolada e não gerenciada pode transformar em um pesadelo para o CIO o sonho de ter os antiquados PC’s complementados ou, até mesmo, substituídos por estas novas tecnologias. Em tempos de largos investimentos em computação e soluções em nuvem, aplicações e serviços estão à disposição dos usuários de forma absolutamente simples de ser consumida. Isso aumenta a eficiência das empresas, acelera o mundo dos negócios, energiza os volumes de vendas e transações e congestiona os meios de comunicação. Mas, acima de tudo, esta transformação exige que as áreas de TI das empresas dediquem atenção especial a estes dispositivos moveis e à sua utilização para fins empresariais.
Além das tradicionais políticas de uso dos BYOD, é fundamental desenvolver políticas que se esmerem cada vez mais na segurança dos dispositivos, das aplicações e dos componentes chaves; estas políticas devem sempre priorizar os dados acima de qualquer questão. Criar políticas claras e objetivas, que intervenham minimamente nos dispositivos dos usuários e que permitam que eles tirem o máximo proveito destes dispositivos, tem um impacto positivo no âmbito corporativo para a performance das áreas de TI e, obviamente, para o CIO.
É importante notar que, hoje, as políticas que simplesmente proíbem ou bloqueiam o uso destes recursos na empresa desenham um ambiente de TI ultrapassado e colocam o CIO e sua equipe absolutamente fora dos princípios de crescimento e inovação da corporação.
Para resgatar os usuários encantados e seduzidos por aplicações externas, disponíveis nos grandes sites e datacenters – caso do Dropbox, Hotmail e mindmeister e tantas outras – pode-se criar políticas de uso de dispositivos móveis concretas e objetivas, com limites determinados. Vale a pena investir, também, em um ambiente interno (Market Place), sob o modelo de nuvem privada, onde os usuários da empresa podem provisionar e comprar recursos em qualquer lugar e a qualquer hora. No Market Place, o usuário contará com máquinas virtuais, uma infinidade de aplicações (AaaS), storage, CRM, Colaboração, etc. Será bilhetado por uso e durante o tempo que estiver utilizando.
Estudos mostram que o uso do BYOD aumenta sim e muito a produtividade das empresas e de seus profissionais. Muitos destes profissionais preferem usar seu próprio equipamento a utilizar o da empresa e aqui enfatizamos a produtividade e não a queda de custos. Embora a empresa pudesse mirar um ganho de custos com a evolução e o uso do BYOD, já sabemos que estes custos acabam crescendo algo em torno de 30%. Isso pode envolver despesas escondidas de comunicação, wireless, etc., especialmente quando comparados com os conhecidos custos tradicionais da estação de trabalho dedicada.
Considerando este cenário, lembremos os CIO’s que para se contar com um ambiente pronto para receber, ou resgatar seus usuários com BYOD, existe um período de planejamento e preparação do lançamento do ambiente, o gerenciamento dos dispositivos e o controle de segurança. Até que esta fase se conclua, as áreas de TI vivem momentos de pesadelos e desconfortos frente aos usuários mais espertos que já fazem uso de aplicações e recursos externos, muitas vezes mixando-os com informações corporativas e confidenciais. Até chegarmos à fase dos sonhos e da harmonia, ainda passaremos por tempos difíceis, proibições importantes e a nítida sensação de que o ambiente perdeu seu controle. Quando há tempo hábil para se transformar e aculturar os usuários e clientes, o sucesso é garantido. Infelizmente, a urgência natural do mercado e da economia nem sempre torna este tempo disponível e o projeto que começou por um profissional, acaba terminado por outro. Uma pena, mas uma realidade.
Autor: Paulo Henrique Pichini é CEO & Presidente da Go2neXt – Cloud Computing Builder & Integrator