Conflitos no gerenciamento de projetos: Evitá-los ou enfrentá-los?

Olá amigos do PTI,

Neste artigo vou abordar um pouco sobre algo inevitável, tanto no mundo dos projetos como em nossas vidas: o conflito.

O conflito pode ser uma valiosíssima fonte de desacordo construtivo, onde as diferenças de opinião e personalidades entre as pessoas pode (e deve) ser usado pelo líder a favor de seus projetos. Mas para que isso ocorra, o líder deve saber lidar com o conflito e entender que tipo de abordagens ele pode utilizar.

Força – É o famoso: “É assim e ponto final, quem decide aqui sou eu.”. Costuma ser a pior forma de se lidar com o conflito e só deve ser utilizada quando o conflito já ultrapassou a esfera profissional e foi para a pessoal (veremos um pouco mais sobre os estágios do conflito daqui a pouco). Costuma ser uma solução ganha-perde.

Retirada – Este acontece com mais freqüência do que se imagina. Trata-se daquele gestor que acha que o conflito se “auto-resolve” e sempre sai com algo como: “Hoje estou com dor de cabeça, amanhã falamos sobre isso”. O problema é que a tal “dor de cabeça” costuma se estender por algumas semanas. 🙂

Conciliação – Neste caso o líder tenta fazer com que os lados cedam um pouco e pode ser até efetivo em curto prazo, mas, por se tratar de uma solução perde-perde, o conflito pode voltar à tona e em nível maior do que a situação anterior.

Acomodação – Conhecida popularmente como “panos quentes”. É aquele caso em que o líder fala exatamente o que cada parte quer ouvir e enfatiza mais os pontos de acordo do que os pontos de desacordo. Novamente pode ser uma solução de curto prazo.

Colaboração – É a busca por consenso. Pode ser efetiva dependendo do nível em que o conflito se encontra

Confronto – Costuma ser a melhor forma de resolução de conflitos. É sentar com as partes e tentar entender a causa-raiz do conflito e propor alternativas para uma solução ganha-ganha.

Você pode me perguntar: “Mas Vitor, como sei qual o estágio de conflito existente na minha equipe?”

Respondo-te para identificar um dos cenários abaixo:

Nível 1 – Problema a resolver
Característica: Informação compartilhada e colaboração.
Ambiente: Pessoas possuem diferentes opiniões e utilizam fatos para justificarem seus pontos de vista.
Exemplo: “Entendo sua posição, mas prefiro outra abordagem, pois tivemos experiências anteriores de retrabalho com esta técnica.”.

Nível 2 – Desacordo
Característica: Proteção pessoal.
Ambiente: Auto-proteção torna-se importante. Distanciamento dos membros do time.
Exemplo: “Sei que minha idéia não funcionará tão bem, mas a sua também não”.

Nível 3 – Contestação
Característica: Buscar a vitória.
Ambiente: Pessoas assumem lados. Conflito começa a ser acusatório.
Exemplo: “Ele sempre atrasa a entrega da demo”.

Nível 4 – Cruzada
Característica: Proteger o próprio grupo.
Ambiente: Time segregado. Um lado acredita que o outro deve ser removido.
Exemplo: “Eles fazem tudo errado. Inviável trabalhar com eles”.

Nível 5 – Guerra Mundial
Característica: Destruir o outro.
Ambiente: Combativo. Pessoas não se falam mais.
Exemplo: “Ou ele ou eu”.

Por isso que, mais do que nunca, o líder ou gerente do projeto deve ser muito mais que um “controlador de prazos”, que um “elaborador de cronogramas” e sim um verdadeiro mestre na arte de lidar com pessoas.

– “Mas Vitor, como o líder extrai o melhor de uma equipe conflituosa?”.
– “Através do conceito da liderança situacional
– “E o que é isso?”.
– “É assunto para ser debatido no próximo artigo!”.

Um abraço a todos os amigos e até o próximo artigo onde darei continuidade ao tema.

Vitor Massari

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Profissional com mais de 15 anos de experiência em projetos de software. Sócio-proprietário da Hiflex Consultoria, profissional PMP e agilista, acredita no equilíbrio entre as várias metodologias e frameworks voltados para gerenciamento de projetos.
Lema: "Agilista convicto sempre, agilista obcecado jamais"


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