O uso de um sistema informatizado dentro de uma empresa traz enormes benefícios tanto para o empresário, que tem o seu controle financeiro e administrativo de forma organizada e otimizada, quanto ao governo, que acompanha o movimento contábil e fiscal das empresas através da escrituração digital.
Esse processo é resultado da evolução da tecnologia combinado com a necessidade de se ter um maior controle das informações que são repassadas aos órgãos públicos e assim, facilitar a análise desses dados pelo governo.
Antigamente, o uso dos antigos livros caixa (nem sei se ainda tem empresa que usa essa modalidade – exceto as microempresas e as quitandas), aqueles livros que continham todo o histórico de entrada e saída da empresa, era obrigatório e necessário para uma eventual fiscalização por parte do agente público.
Entretanto, era muito morosa a fiscalização e existia uma enorme dificuldade em guardar esse livros em locais seguros e longe de traças e outros tipos de “bichos”. Hoje, com o uso de softwares que gerenciam as informações da empresa, os conhecidos ERP, fazem todo o trabalho fiscal e contábil, até mesmo na geração de notas fiscais eletrônicas.
Tudo fica registrado eletronicamente, e através do ERP qualquer tipo de consulta e relatório é gerado em poucos minutos e até em segundos, dependendo do volume e da complexidade da informações a serem pesquisadas.
Ocasionalmente, em determinados momentos, essa pesquisa no sistema de informática da empresa ou geração de um arquivo para ser enviado ao órgão público, pode ocasionar um certo atraso devido a uma lentidão no processamento das informações, levando ao usuário do ERP a registrar um atendimento no suporte da empresa para resolver esse atraso.
Inicia-se nesse momento uma discussão entre a equipe de infraestrutura e a equipe de sistemas em que cada um joga a culpa ao outro sobre a lentidão no processamento das informações pesquisadas por parte do usuário.
O pessoal de infra acusa que o ERP está lento devido ao tamanho do banco de dados, tabelas não indexadas, falta de uma manutenção preventiva e outros motivos plausíveis.
Do outro lado, o pessoal de sistema se defende colocando a culpa na infraestrutura que está deficiente. É o processamento do servidor que não aguenta mais as necessidades do ERP, falta memória RAM, CPU ultrapassada, cabeamento de rede inadequado e outras desculpas que merecem atenção no caso concreto.
Contudo, o que precisa ser analisado é que tanto a equipe de sistemas como a de infra precisam arranjar uma solução, pois o sistema ERP não roda sem a infra e não adianta ter a infra sem o sistema funcionando. Encontrar a solução em conjunto, nesse caso, ganham os profissionais de TI (pela proatividade em resolver) e ganha a empresa (que sabe que possui bons profissionais que resolvem os seus problemas de tecnologia).
Você já teve este tipo de discussão na empresa que trabalha? Conte-nos suas experiências! 🙂
Até a próxima!
Publicado Originalmente em Blog Roney Médice
6 Comentários
Geralmente é sistema, com o hardware disponível hoje e o custo em geral barato, poucos sistemas exigem tanto assim de infra, até porque, vejo muitos sistemas sem paginação adequada, pouco uso de caches, várias consultas desnecessárias, e por ai vai, claro que infra tem que estar adequada, minha humilde opinião, cada caso é um caso
Estou passando por essa situação neste momento. Sou analista senior da infraestrutura e a empresa sofreu de lentidao e timeouts no ERP recentemente.
Inicialmente verificamos a infraestrutura e chegamos a conclusão que cpu, memória, disco, rede e sistema operacional não estavam sobrecarregados e informamos que não havia problema algum na infraestrutura dos servidores envolvidos e naturalmente pedimos para o setor de desenvolvimento verificar.
O setor de desenvolvimento não tinha ideia do que poderia causar estes problemas e mesmo com os graficos o pessoal não se convenceu que o problema poderia ser do sistema.
Investigamos entao mais a fundo e encontramos logs de erros que foram programados e gerados pelo proprio ERP, coisa que os programadores esqueceram de verificar. Informamos o pessoal de dev sobre os erros, e isto por certo tempo foi dado como questao resolvida pelo pessoal de infra, mas mesmo assim o problema voltou a infraestrtura e sempre de forma acusativa, como se fosse nossa culpa e deveriamos resolver o problema de um jeito ou de outro.
Tudo isso gerava má vontade de ambas as partes. Era claro que o problema não era infra e que o pessoal de dev não sabia o que fazer e não pedia ajuda, e sempre acusava e cobrava por solucao.
Um dia em mais testes inuteis pela equipe de infra recebemos o gerente de dev que humildemente pediu ajuda e disse que não sabia qual era o motivo do problema. A partir dai a equipe de ti sentiu vontade de ajudar e saimos do nosso escopo de infra e pesquisamos sobre o problema em foruns de prpgramacao. Chegamos a conclusao que o sistema não estava escrito de forma recomendada, utilizando funcoes que deveriam facilitar a vida em casos pequenos mas não deveriam ser usados em casos grandes, de muita informacao.
A equipe de infra encontrou um sistema e o adaptou para que o mesmo monitorasse o erp, identificasse os formularios que causavam a lentidao e qual era o estado da aplicacao no momento da lentidão. Estas informacoes foram suficientes para o pessoal de dev focar nos formularios problematicos, mesmo que o problema exato não foi identificado pela equipe de infra.
Eu aprendi que em situações como estas precisamos ser humildes, pedir ajuda e não empurrar a buxa.
Perfeito,
Mais uma prova concreta que é muito difícil essa vida entra os setores de infraestrutura e desenvolvimento de sistemas.
Obrigado por enriquecer o artigo com caso concreto.
A conclusão do texto mandou lembranças, parabens por escrever mais do mesmo, parecendo reportagem da globo: inconclusiva….rs
qual seria o nome deste sistema q monitora o ERP? Estou interessado. Nosso BD é o Firebird.
Silvano,
Uma ferramenta é o Sinática monitor. Tem ambém o FB TraceManager…
Abraços,