Olá pessoal,
Recentemente encarei a certificação Professional Scrum With Kanban (PSK I) e gostaria de compartilhar algumas dicas sobre a certificação.
O exame segue o rigor de outras certificações da Scrum.Org, conforme detalhes a seguir:
- 45 questões
- 60 minutos
- 85% de acerto exigido (aproximadamente 38 acertos)
- Idioma do exame em Inglês
- Online com consulta permitida
- Questões de múltipla escolha, verdadeiro e falso e seleção de mais de uma resposta
O processo de inscrição consiste do pagamento de 200 USD e recebimento do código para uma única tentativa de realização do exame.
Meu conselho é que você encare o exame se atender a estas condições:
- Boa experiência com Scrum
- Conhecimento básico do método Kanban (não confundir com o quadro kanban que muita gente usa para controlar tarefas To Do-Doing-Done)
O que recomendo usar como base para o exame:
- Dar aquela revisada esperta na última versão do Scrum Guide
- Ler, reler, e ter na mão no dia do exame, o The Kanban Guide For Scrum Teams disponível para download no site da Scrum.Org
- Realizar os simulados (Open Assessment) no site da Scrum.Org repetidas vezes até ficar com 100% de aproveitamento
- Se você nunca teve contato com o método Kanban, ou se limitou ao quadrinho To Do-Doing-Done, sugiro uma passada no livro Kanban do David Anderson, criador do método e referência mundial no assunto. Se você tem conhecimento básico ou avançado no método pode pular essa etapa.
Agora vamos às dicas:
- Um dos pontos mais importantes do exame é que o Scrum Team (Scrum Master, Product Owner e Dev. Team) determine claramente qual é o fluxo de trabalho, onde ele começa, onde ele termina, quais as etapas e deixe explicítas as políticas para um item de trabalho mudar de uma etapa para outra.
- As quatro práticas que você precisa ter na cabeça para otimizar o fluxo: 1) visualizar o fluxo 2) limitar o WIP (Work In Progress – Trabalho em Progresso) 3) gerenciamento ativo dos itens em progresso 4) inspeção e adaptação frequentes no que foi definido como fluxo de trabalho
- Métricas: esqueça story points e velocidade. As 4 métricas que você deve saber para o exame são:1) WIP – Quantidade de trabalho iniciado e não terminado 2) cycle time – duração de tempo entre a data início e a data fim de um item de trabalho 3) work item age – duração de um item em progresso entre sua data de início e a data corrente 4) throughput – quantidade de itens finalizados por unidade de tempo
- Importante diferenciar métricas que se referenciam ao passado (lagging), como cycle time e throughput, de métricas que olham para o presente/futuro (leading), como WIP e work item age
- Outro termo importante bastante abordado no exame é o SLE (Service Level Expectation), que trata do % de probalidade de entrega de um conjunto de itens em um determinado intervalo de tempo.
- Conhecer sobre a Lei de Little também ajuda, pois caem algumas questões sobre ela no exame. Se você não conhece, basta dar uma “googlada” rápida
- Ter noção para o que serve um Diagrama Cumulativo de Fluxo (CFD – Cumulative Flow Diagram) também ajuda.
- Embora o foco seja reduzir o tamanho dos lotes e do WIP, nem sempre o menor lote ou o menor WIP é o melhor caminho. Você precisa estabelecer uma relação causal destas variáveis com o cycle time e throughput.
- Os pilares transparência, inspeção e adaptação continuam sendo a base de tudo. Devem ser utilizados para: revisitar o fluxo de trabalho tanto sua execução quanto sua definição, limites de WIP, cycle time e outras métricas.
- Trabalho urgente não significa que você deva aumentar o limite de WIP. Você sempre poderá seguir 2 caminhos: 1) negociar com o Product Owner para que este item seja priorizado na Sprint seguinte ou 2) absorver o trabalho extra como um item especial, mas sem alterar o limite de WIP.
- Papéis e artefatos permanecem intactos e como definidos no Scrum Guide, sem nenhum papel extra adicionado por conta do uso de Kanban. Exemplo: se o fluxo de trabalho foi definido no Sprint Backlog, a responsabilidade do fluxo é do Dev. Team.
- Cerimônias também permanecem intactas. Elas permanecem as mesmas (Planning, Daily, Review, Retro) com os mesmos objetivos, porém, são impactadas (guarde essa palavra) devido o uso do método Kanban. Exemplo: Na Daily, o foco continua sendo na meta da Sprint (Sprint Goal) e no plano de ação das próximas 24 horas, mas as perguntas são mais focadas no fluxo: 1) Quais itens do fluxo estão bloqueados 2) qual o tempo de execução dos itens (work item age) e quais deles irão estourar a SLE? 3) Alguém está trabalhando em algo que não está no fluxo? Na retrospectiva o Scrum Team discute também sobre como otimizar o fluxo de trabalho.
- Releases no meio da Sprint são bem vindas, pois o foco é o fluxo. Se um conjunto de itens chegarem a um estágio de release no fluxo, não há por que esperar somente o final da Sprint para realizar a Release.
Eram essas as dicas, agora espero que você tenha sucesso no exame. Se você não estiver apto a realizá-lo neste momento, não queime etapas apenas para obter uma certificação. Volte 2 casas atrás, busque por bons cursos sobre ambos os temas (Scrum e Kanban) e aí parta para o desafio do exame.
Abraços e até o próximo artigo! 😉
2 Comentários
Vitor parabéns por compartilhas as suas dicas. Tenho dúvidas sobre a força dessa certificação (PSK I) no Mercado, pois vejo mais informações e profissionais tirando a certificação KMP I.O que acha?
Oi Alison, tudo bem?
Elas tem propósitos diferentes. O PSK foca no Kanban em um contexto combinado com Scrum. O KMP foca mais no Kanban puro.
Claro que cada certificadora (e consultor, principalmente) vai “puxar a sardinha” para o seu lado.
Na dúvida conheça e tire as duas e aí tire suas conclusões!
Forte abraço