Estudo do Grupo Capgemini diz que 56% das empresas brasileiras aumentaram investimentos em testes

Grupo Capgemini, um dos líderes mundiais em serviços de consultoria, tecnologia e terceirização, desenvolveu por meio da Sogeti, sua divisão de serviços, em parceria com a HP, o terceiro World Quality Report 2011-2012, estudo que examina o estado da qualidade das aplicações e práticas de testes em diversas indústrias e regiões. A partir da recuperação do mercado mundial, 85% das organizações reconhece que o seu portfólio de aplicações necessita da chamada racionalização e que aquelas de missão crítica, implementadas utilizando tecnologias antigas, precisam ser revisadas e atualizadas para melhorar sua eficiência.

Também como resultado, a pesquisa revela que 42% das companhias planejam aumentar o seu orçamento para testes e para o chamado Quality Assurance (QA) – em português, garantia de qualidade. Além disso, a computação em nuvem (cloud computing) aparece no relatório como fator importante para o aumento da demanda por testes, que se tornam vitais para assegurar a excelência, evitar riscos e equívocos nos aplicativos. Assim como as empresas estão buscando adotar métodos de entrega ágil como parte do seu processo de qualidade, o porcentual de companhias que estão movendo alguns dos seus sistemas de TI para a nuvem cresceu para 81%.

O estudo aponta, ainda, que os investimentos em qualidade atingem níveis excelentes nas economias emergentes. Durante o ano passado, 83% das companhias chinesas e 56% das brasileiras aumentaram de forma substancial os seus investimentos em QA, em contraste com os números revelados na América do Norte e Europa.

“O Brasil vive um momento de transição. Antes, os testes realizados nas companhias não eram estruturados e, geralmente, estavam atrelados às áreas de desenvolvimento. Hoje, com o aumento da complexidade dos ambientes e a necessidade de imprimir mais agilidade e efetividade na implementação das novas aplicações, a demanda por profissionais capacitados, ferramentas e processos vem crescendo de forma rápida”, explica o head da prática de testes da CPM Braxis Capgemini, Sérgio Pagani Carvalho.

O executivo reforça que, para evitar erros e retrabalho é essencial o desenvolvimento de uma metodologia de testes. Assim, é possível garantir o funcionamento das aplicações, otimizando custos e diminuindo os riscos aos negócios.

Mercados emergentes e rapidez na adoção do cloud computing – Na China, mais de 37% das companhias estão planejando migrar entre 11% e 25% de suas aplicações para a nuvem computacional no próximo ano. Paralelamente, 40% está se preparando para direcionar entre 26% e 50% de suas aplicações para o Cloud. Em contrapartida, 24% das empresas da América do Norte e 18% da Europa ainda não têm este interesse.

Assim, a implementação do cloud computing e a crescente dependência de aplicações baseadas na Internet também estão elevando a importância para os quesitos relacionados à segurança. No passado, a prática era vista pelas companhias como um quesito de risco em relação à função de gestão. Cerca de 27% das grandes organizações com mais de 5 mil funcionários estão alocando equipes de segurança da informação dedicadas a projetar e testar os procedimentos nesta área.

Entre outras tarefas, estes times garantem que os novos sistemas não sejam comprometidos e que dados confidenciais e sensíveis sejam protegidos de usuários não-autorizados. Testes na nuvem apontam para o  gerenciamento do portfólio de serviços de TI como um todo, não apenas sistemas individuais.

“Os CIOs estão sob intensa pressão para entregar aplicações de alta qualidade em um orçamento apertado”, diz ovice-presidente global de canais e parcerias da Capgemini, Raf Howery. Segundo ele, migrar aplicações para nuvem é uma progressão natural, pois oferece um ambiente com custo eficaz, confiável e ágil para desenvolvê-las e testá-las. “Mais investimentos em QA, especialmente nos mercados desenvolvidos, ajudarão as empresas a prosperar na nuvem computacional, uma vez que a tecnologia é totalmente aplicável”, explica.

Terceirização de testes – O relatório destaca a continuada confiança no outsourcing de testes de aplicativos, revelando que mais de dois terços (70%) dos entrevistados utilizam fornecedores externos não só para a execução de testes, mas também para a estratégia de teste,  testes de aceitação do usuário e de segurança. O modelo de co-location se mantém em alta, com 27% da preferência, seguido pelo nearshore dentro do mesmo país ou continente no qual está instalada a empresa, com 24%.

Em relação aos destinos para offshore, as preferências diferem entre organizações norteamericanas e européias.Para as empresas com sede nos Estados Unidos e no Canadá, a opção inicial é, na maioria das vezes, a Índia (18%),seguida pela China (12%) e Europa Oriental (9%). Já as empresas instaladas no oeste ou norte europeu, demonstraram, pela primeira vez, a preferência por fornecedores da parte oriental deste mesmo continente (12%), seguidos de provedores da China (7%) e da Índia (4%).

As tendências atuais, como cloud computing e mobilidade, estão elevando a complexidade das aplicações. “As organizações estão sendo mais desafiadas do que nunca para manter a sua vantagem competitiva, fornecendo softwares mais ágeis e de melhor qualidade”, pontua Jonathan Rende, gerente geral e vice-presidente de aplicações e software da HP. “Os resultados deste relatório apontam como a disciplina de gestão da qualidade, globalização de recursos e processos ageis devem se tornar parte integrante da estratégia de entrega de software das organizações, sempre visando à inovação, à eficácia e à rapidez”, finaliza.

Metodologias – Por fim, o relatório destaca a necessidade da padronização de QA por meio de metodologias comprovadas, como o Tmap, do grupo Capgemini. Este caminho é cada vez mais importante para medir o impacto nos negócios, uma vez que a área de testes, alianhada aos objetivos da companhia é capaz de quantificar as perdas, a partir de defeitos potenciais em aplicações desenvolvidas. Identificou-se, ainda, um aumento contínuo na automação de testesdedicados a resolver questões como:

  • 37% das companhias utilizam técnicas de estimativa elaboradas internamente e mais de 22% das empresas usam métodos padrão da indústria. Porém, 12%  das organizações ainda não possuem qualquer metodologia;
  • No entanto, a maioria das empresas (58%) realizam até a metade de seus QA sem usar automação. Apenas 23% usam as soluções de testes automatizados para mais da metade dos testes executados.

Fonte: PLANIN Worldcom

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