Falta de planejamento de compra dos consumidores pode atrasar as entregas deste Natal

O jeitinho brasileiro, de deixar tudo para a última hora, inclusive as compras de Natal, pode ser o grande causador dos atrasos das entregas dos produtos adquiridos pelo e-commerce. É verdade que os empreendedores brasileiros não estavam preparados para atender a (inesperada) demanda do período no ano passado, o que resultou em um recorde de reclamações. Mas para este ano, o comportamento dos varejistas foi diferente.

De acordo com Cristina Rother, diretora da e-bit, empresa especializada em informações do setor, os empresários se anteciparam aos problemas, como a falta de estoque. Já em setembro, eles compraram uma quantidade superior dos produtos mais populares, muitos por consignação. “Apesar do estoque e precaução, os consumidores deixam para comprar na última hora”, afirma ela.

A primeira opção de logística para as empresas sempre é os Correios, especialmente para os pequenos empreendedores e de atuação segmentada. A escolha deve provocar atrasos, que podem ser amenizados com a criatividade dos varejistas. Segundo Cristina, existem alternativas adotadas recentemente e que funcionam bem, como a contratação de motoboys para entregas na mesma cidade do Centro de Distribuição da empresa e o aluguel de carros para atender nos momentos de alta procura.

Amadurecimento do setor

Mesmo com todo o cuidado dos empresários, os e-consumidores precisam se planejar, para receber as compras na data prevista e sem riscos de estragar a tradicional troca de presentes. “Quanto mais perto do Natal, maior o estímulo ao consumidor, que para fugir das filas e lotações das lojas optam pelo conforto do e-commerce”, porém Cristina explica que sem esse planejamento, não há solução definitiva.

Se de alguma forma os atrasos das entregas no ano passado foram prejudiciais, eles serviram de aprendizado ao e-commerce nacional. Os lojistas estão mais maduros, preparados, e a atuação deve ser bem positiva. A expectativa de crescimento continua em 20%, apesar de uma queda na projeção de faturamento total deste ano. Dois fatores têm influência direta na mudança do cenário de queda: a crise econômica sofrida pelos EUA e Europa e, principalmente, a greve dos Correios.

Confiabilidade

A boa notícia é que os erros de logística do final do ano passado não atrapalharam a confiabilidade dos brasileiros no comércio eletrônico, que de dois anos para cá cresceu 70%, segundo pesquisas realizadas pela e-bit. “O e-commerce conquistou os consumidores pela praticidade e também pela atratividade dos valores praticados, que são em média 15% menores do que o do varejo tradicional”, explica Guilherme Lunardi, diretor comercial da JET Tecnologia em Comércio Eletrônico.


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