O ser humano possui em sua natureza a evidente necessidade de se tornar mais rápido, o desejo de mobilidade e velocidade pertence ao processo de evolução. Invenções como a da roda, do avião, da comunicação mediada por equipamentos, comprovam essa característica.
Nos últimos 30 anos uma enxurrada de inovações ocorreram sobre os olhos de várias gerações. Estas mesmas invenções se tornam instrumentos para o surgimento de novas tecnologias. Voltamos apenas 15 anos e, analisemos alguns equipamentos que hoje nos rodeiam como o celular, a internet, o laptop, o GPS, as máquinas digitais de imagem, as redes sociais, onde estavam? A grande maioria já existia sim, mas acessíveis apenas a um extrato muito privilegiado da sociedade.
Dando continuidade ao debate sobre as mudanças ocorridas e os paradigmais que surgem com as novas tecnologias, vamos descrever hoje o conflito entre gerações que foram adotando estas novidades ao longo de sua vida, e as geração que não conseguem visualizar o mundo sem elas.
Hoje temos uma geração on-line, formada por adolescentes que nasceram dentro desta realidade, e continuam acompanhando o nascimento de novas tecnologias. Esta geração é caracterizada por estar em um mundo mais instigante, interativo e imediato. Muito bem definidos como os “nativos digitais”.
No mesmo espaço atualmente podemos facilmente encontrar usuários de tecnologia que vislumbraram esta ao longo do tempo. Com certas dificuldades e algumas resistências procuram se adaptar a utilização de todo este aparato tecnológico. Vieram de uma geração em que os pais proibiam explorar as novidades, com a carga de que mexendo nos aparelhos poderiam estragá-los. Esta geração definimos hoje de “imigrantes digitais”, os quais, fizeram curso de datilografia, compraram LP do seu cantor favorito, presenciaram a chegada das televisões coloridas, já abreviavam palavras no uso do telex, revelavam fotografias para então verificar “como fiquei na foto?” entre outras atividades não muito distantes.
Atualmente podemos observar alguns conflitos entre estas gerações, principalmente no ambiente familiar e escolar. Pois hoje a família precisa conhecer este mundo, transportar suas preocupações para com os filhos neste vasto campo digital. Na escola, conflita-se um modelo criado por e para imigrantes digitais, projetada para um modelo agrário e de manufatura. A rápida transformação e obsolescência do modelo tradicional provoca a carência de modelos educativos eficientes.
Mais do que nunca é preciso refletir sobre o papel familiar quanto à transmissão de modelos educativos adequados aos filhos, e da mesma forma a escola precisa se adequar a estas transformações. Propostas pedagógicas como de Paulo Freire e as teorias de Jean Piaget, são ótimas propostas para a construção do conhecimento de forma construtiva e colaborativa, utilizando as tecnologias do tempo do aluno.
No próximo artigo avançaremos no debate, traremos maiores detalhes destas alterações sociais na constância da tecnologia, bem como as melhores práticas para se viver em um mundo de diversidades composto por gerações distintas.