No artigo da semana abordo sobre os principais desafios quando trabalhamos com programas ou projetos multiculturais, como é tratado a questão “valor” e principalmente como o “valor” é visto pelas partes interessadas e como relacionar este desafio com a gestão de benefícios e a gestão mudança transformacional.
Com a finalidade de estabelecer uma base do entendimento do desafio, é importante estabelecer as características gerais de um líder e identificar os principais pontos de melhoria dentro da situação multicultural, discutindo a criação de Inteligência Cultural, de boa comunicação e de liderança eficiente como ferramentas principais, ainda destacando os possíveis impactos positivos e negativos durante todo o ciclo de vida do projeto.
Qual a importância do “valor” no projeto?
O valor do projeto é diferente para cada parte interessada, assim como o apoio destas ao projeto, e diante desta afirmação, se torna cada vez mais importante estabelecer métricas eficazes para identificação e engajamento das partes interessadas, e estabelecer uma estratégia de gerenciamento de comunicação de forma veicular a informação dentro e fora do projeto de forma adequada a todas as partes interessadas com a informação correta, no tempo certo.
Qual a vantagem de gerenciar projetos multiculturais?
Nós, gestores brasileiros, nos destacamos cada vez mais em projetos multiculturais, pois carregamos em nosso DNA uma mistura cultural que nos garante: flexibilidade e sensibilidade, além de investirmos cada vez mais em nosso preparo.
Mas, ao aceitar a missão, o gerente de projeto deve se preparar para desafios que vão além de projetos. Ele deve estar pronto para lidar com as diferenças culturais.
As principais delas são, certamente, os hábitos sociais e os processos, como ciclo de negócios, ritmo de trabalho e expectativas em relação aos resultados do projeto.
É preciso conhecer e saber endereçar conceitos chaves de gestão de mudança transformacional e buscar respostas para os conflitos já existentes como:
- Incerteza: Uma caractérisca de projeto é incerteza e quando tratado em projetos multiculturais fica cada vez mais evidente o medo do desconhecido e insegurança das partes interessadas.
- Falta de Compreensão / Confiança: Compreensão de que o projeto é adequado e necessário para a empresa e ainda mais se tratando que será executado por pessoas não nativas e que desconhece a cultura local.
- Diferentes percepções e valores: Partes interessadas têm percepções diferentes quanto ao resultado do projeto e em ambientes multiculturais é ainda mais potencializado.
- Falta de tolerância para mudanças: Projetos sofrem com mudanças ao longo do seu ciclo de vida, é algo comum e normal, mas é preciso estabelecer e enderaçar autoridade de mudança as partes interessadas.
- Recusar a fonte de mudança: Dificuldade de entender a capacidade de quem executará o projeto.
- Interesses pessoais e hábitos: Pessoas tem hábitos e não estão dispostas a mudar e o projeto também pode afetar diferetamente interesses de pessoais de algumas partes interessadas
- Resistência à mudança: Por que devemos mudar? Já trabalhamos assim faz tempos? Qual o benefício este projeto trará para a organização? São questões que precisam ser endereçadas com respostas claras e concisas.
Principais desafios enfrentados em projetos multiculturais:
Liderar equipes é sempre um grande desafio, ainda mais quando envolve diferentes nacionalidades. Uma estratégia fundamental para o sucesso de integração com uma nova cultura é a observação.
Para ser aceito, o Gerente de projetos deve empenhar-se em entender questões culturais e saber como conduzir diferentes situações do dia a dia, atentando-se ao que pode parecer apenas um detalhe.
É necessário focar cada vez mais em aspectos humanos nos projetos (Soft Skills), pois é um investimento que gerará bons frutos, resultados mais eficazes e principalmente, a satisfação das partes interessadas do projeto.
É observado que em países como: Japão, China, França, Alemanha, países hispano-americanos, o estrangeiro que se esforça em aprender o idioma é muito valorizado, pois demonstra respeito aos costumes locais.
Na Índia, por exemplo é costume conversar sobre a família antes de iniciar os assuntos de negócios. Inclusive, existe uma grande expectativa em relação à participação do executivo (Gerente de Projetos) estrangeiro em eventos não necessariamente ligados ao trabalho, como casamentos de familiares.
No Estados Unidos, é muito valorizado o profissional que respeita um ritmo de trabalho sustentável. Já em Cochabamba (Bolívia) empresas param para o horário de almoço as 12h30 e retornam ao trabalho 14h30 e dependendo do horário que se sai para almoçar pode encontrar restaurantes fechados para o almoço, e por isso, nós estrangeiros, temos que saber respeitar estas diferenças e não tentar situar nossa cultura em outro país.
As principais características necessárias para um Gestor brasileiro atuando no exterior
- Equilíbrio cultural, com atenção constante ao perfil de cada nacionalidade, incluindo colaboradores e clientes.
- Observar e ouvir, pois dessa maneira o líder garante compreensão mútua com sua equipe, pares, parceiros e informações valiosas sobre o novo mercado de trabalho.
- Comunicação, principalmente para os gestores que dividem seu tempo entre mais países. Assumir negócios em outras nações requer cautela e confiança.
Conclusão
Por fim, quero ressaltar que em sua missão com projetos multiculturais, não se esqueça de ser humilde, comunicativo, consistente, e procure aprender e ensinar simultaneamente e sempre. Tenha hábitos de criar, sobretudo, um ambiente colaborativo, que consequentemente, além de potencializar sua probabilidade de sucesso, poderá desfrutar de uma nova cultura e ser bem-vindo sempre.
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