Hoje, saímos de nossas casas, guiamos nossos veículos até a sede da empresa onde trabalhamos, iniciamos nossas máquinas e começamos as nossas atividades do dia, as vezes em dia e as vezes atrasadas…
Acessamos nosso e-mail, nossa suíte de colaboração corporativa onde visualizamos nossas agendas e compromissos do dia, visualizamos alguns e-mails para descontrair enviados por nossos colegas e o dia vai se iniciando.
Conectamos aqui e ali com um cliente e outro, acessamos sua rede de dados, seus servidores e serviços através dos mais diversos canais de acesso que a tecnologia nos permite. Quando falo em telnet, SSH, WTS (RDP), https não é novidade no dia a dia de muitos administradores de sistemas que são protocolos da camada de aplicação dentro do modelo TCP/IP usados por nós para acessar diversos serviços inerentes ao nosso trabalho.
A internet e as redes de dados como as conhecemos tiveram seu início já no modelo Ipv4, que data de 20 anos atrás e está em uso por nós até hoje, sofrendo melhorias e evoluindo junto com nossas necessidades de utilização.
A versão da implementação 4 do protocolo IP funciona bem até hoje e tem seu modelo de funcionamento ainda aderente a muitas necessidades de mercado, tem seu espaço. Hoje quando falamos por exemplo em acessar a internet através de nossas máquinas em casa ou no escritório, falamos de “traduzir” nossa requisição para um endereço roteável na grande rede mundial, e temos os nossos famosos dispositivos NAT fazendo uma espécie de “gambiarra” para nos permitir esta vida na internet. Aí você pergunta: – Mas porquê não ter um endereço roteável de saída? Na verdade só não é possível em função da magnitude que a rede mundial de computadores atinge e sua escassez de escopo de endereçamento na implementação Ipv4.
Com a implementação do Ipv6 móvel na internet, vários novos padrões poderão ser desenvolvidos para que serviços de voz, vídeo sob demanda e plena utilização de dispositivos móveis seja possível em dispositivos com endereçamento diretamente roteável, sem ter de passar por traduções de servidores Ipv4 muitas vezes superutilizados. Estas possibilidades tornam-se tangíveis a partir do momento em que o ipv6 implementa uma capacidade de endereçamento monstruosa que permite a serviços estarem disponíveis ao alcance da internet em qualquer dipositivo com facilidades de auto-configuração de roteamento e endereçamento de rede sem necessidade de “manobras” por parte de provedores de acesso e operadoras como mencionei acima. Estes dispositivos estarão em diversas subredes ao mesmo tempo de forma automática, utilizando serviços e sendo utilizados de forma segura e transparente, sendo roteáveis em casa ou na rua enquanto seus proprietários caminham por aí…
Na telefonia por exemplo, poderemos contatar números telefônicos voIP diretamente, pois estes aparelhos além de estarem na sua rede pessoal do trabalho ou em casa, estarão também na internet que não terá mais problemas de identidade com sua quantidade de endereços disponíveis para utilização.
Em resumo, o Ipv6 nos promete maior facilidade de utilização de recursos diretamente ligados a internet, mais segurança e performance além de permitir que cada um de nós seja “real” na internet sem o intermédio de traduções existentes no ipv4. O que ser roteável a qualquer momento ao alcance da rede mundial traria de benefícios? Acho que podemos pensar longe…
Para conhecer tecnicamente a implementação do ipv6 em Linux, leiam: http://www.tldp.org/HOWTO/Linux+IPv6-HOWTO/
7 Comentários
Parabéns pelo post!
É bom lembrar que além de ser a evolução do IPv4, e dos fatores motivantes que foram citados, existe outra forte razão para que a implantação do IPv6 seja feita na Internet e nas redes: os novos números IPv4, necessários para o crescimento da Internet, estão esgotando-se!
Oi Antônio! Obrigado por prestigiar o BLOG e o post amigo! Fico feliz que tenha gostado…
Com certeza um dos principais fatores que estarão nos levando a estruturação gradual das redes de dados no modelo IPv6 é o range de endereços lógicos provido pelo IPv4 que já se tornou o grande gargalo da internet. São muitos dispositivos conectados necessitando interagir na grande rede e se tecnicamente não foi possível identificar a todos logicamente para fins de roteamento, simplesmente terão de ficar offline. 🙁
Portanto, que venha o IPv6! 😀
Um abraço!