Talvez você nunca tenha ouvido (ou lido) esse termo, mas trata-se de um dos serviços mais antigos do qual temos conhecimento. “Vendendo” KaaS temos professores, instrutores, escritores, consultores, técnicos, engenheiros etc. E, acredite se quiser: este é um gigantesco mercado pouco explorado.
O KaaS é uma crescente realidade no mundo corporativo, especialmente em empresas que possuem contratos de serviços contínuos para desenvolvimento, suporte e projetos. Os técnicos envolvidos passam, cada vez mais, a participar de reuniões de definição e de decisões das áreas de negócios que precisam dos projetos.
Fato: o perfil do cliente mudou. Quem contrata uma consultoria atualmente deseja a presença de profissionais para entender todas as opções que possui e para ajudar nas decisões. O cliente quer saber o que é feito, quer ter o controle da situação e deseja ter conhecimento mais profundo do projeto para que exista continuidade mesmo após um rompimento de contrato.
Outra coisa também mudou no mercado: fornecedores antes concorrentes agora se encontram obrigados a trabalhar em conjunto. A capacidade de colaboração e compartilhamento de conhecimento entre fornecedores torna-se um ponto chave para o bom andamento de projetos. Caso não exista um canal de comunicação… o projeto corre sérios riscos.
Mas… então por que não existe um cargo de “gestor de conhecimento técnico”?
Não o vemos agora, mas o veremos em breve. Basta pensar um pouco nessa realidade na qual diversos fornecedores precisam estar alinhados tecnicamente para concluir que precisa existir alguém para fazer o “meio de campo”. Só que essa é uma nova realidade… e o mercado ainda está amadurecendo.
Sério? Gestor de conhecimento técnico?
Analise comigo:
- a crescente complexidade dos projetos exige a formação de equipes multi-disciplinares que sejam capazes de absorver conhecimento numa velocidade sem precedentes;
- se existe, por exemplo, um fornecedor a entregar infraestrutura e outro a entregar aplicação, a possibilidade de alinhamento técnico garante melhor resultado final sem a necessidade de “retrabalhos”;
- empresas e profissionais vivem em dúvida sobre quais cursos realmente precisam e quais métodos didáticos devem ser adotados;
- a inexistência de planejamento adequado em relação a treinamentos acaba resultando em perda de dinheiro (profissionais participando de cursos redundantes, desnecessários ou com focos diferentes) e
- sem uma estrutura bem definida de colaboracionismo, muito conhecimento tende a ser restrito por não ser compartilhado com profissionais de mesmo interesse.
Então vemos que o gestor de conhecimento técnico vem se tornando uma necessidade, mas… onde ele está e quem é ele? Certamente não há ninguém melhor que um técnico com boa vivência e entendimento de diversas áreas em TI para saber onde está o conhecimento.
O que buscar, então, num gestor de conhecimento técnico? Qual o perfil?
Sem o devido amadurecimento da função, torna-se um desafio basicamente subjetivo definir o perfil profissional para tal ocupação. Mas podemos traçar uma idéia preliminar a respeito. A princípio, deve ser um profissional que:
- tenha facilidade em se comunicar tecnicamente;
- tenha grande vivência e profundos conhecimentos no ramo em que atuará;
- seja capaz de passar conhecimento e “trabalhar” as limitações de outros profissionais e
- consiga absorver conhecimento numa velocidade acima da média.
Será um profissional de grande importância para todo o mercado de TI, pois é a partir dele que se desenvolverá a tão sonhada excelência técnica nas empresas do ramo. É com o apoio dele que os profissionais estarão em constante desenvolvimento e os níveis de excelência técnica serão consideravelmente elevados enquanto o mercado se torna mais humano.
Que venha a nova onda de profissionais do conhecimento e que saibamos aproveita-los.
Texto publicado originalmente em Blog mente de mente
2 Comentários
Bom dia Mineiro!
Concordo com o seu ponto de vista em relação ao mercado atual, mas esse não é o papel da gerência de configuração?
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