Já sabemos que, infelizmente, a maioria dos técnicos em informática considera Windows como sinônimo de computador.
Quando falamos em Linux, a maioria deles tem a imagem de um sistema difícil de usar onde é preciso digitar comandos para realizar as tarefas mais simples e, ao receber um computador com o sistema, a primeira coisa que fazem é formatá-lo e colocar uma versão (muitas vezes pirata) do sistema da Microsoft.
Embora o sistema livre esteja longe de ser unanimidade entre os profissionais de TI, o bom técnico deve reconhecer que a utilização do Pinguim pode lhe poupar muito trabalho durante a manutenção de máquinas Windows. A época em que Linux era sinônimo de sistema exclusivo para os mais geeks já passou faz tempo e, atualmente, existem várias distribuições fáceis e intuitivas que rodam direto do CD ou de um pendrive.
Abaixo, vamos ver alguns exemplos de como um técnico poderia utilizar o Linux em seu serviço como auxiliar na manutenção de computadores com Windows.
1. Copiar arquivos de uma instalação inacessível
Você está com um computador no qual o Windows não inicia: para na tela preta ou dá tela azul. Você já tentou de tudo: restaurar o sistema, utilizar o console de recuperação ou acender uma vela para o santo de sua preferência. Nada disso funcionou e sua última alternativa é formatar o disco rígido e partir para uma instalação novinha em folha, o que seria muito simples se o HD em questão não tivesse gigabytes de arquivos pessoais que não podem ser perdidos.
Um técnico em informática comum certamente removeria o disco rígido do computador do cliente, o conectaria como Slave (ou em outra porta SATA) de outra máquina, faria a cópia dos arquivos para o seu computador local, recolocaria o HD no PC original, formataria-o, instalando o novo Windows, removeria, novamente, o HD e o colocaria na sua máquina mais uma vez e copiaria, de volta, para ele, os arquivos que fez backup.
É claro que isso funciona, mas uma distribuição live-cd de Linux torna a tarefa muito mais simples: basta iniciar o computador com o CD ou pendrive da distro de sua preferência, acessar o HD com Windows e gravar os arquivos em um pendrive ou em um DVD, o que estiver disponível. Após a cópia, basta reiniciar o sistema com o DVD do Windows e continuar normalmente.
2. Remover vírus
Todos sabemos que o Windows é vítima constante dos ataques de vírus e o Linux pode ser um importante aliado em sua remoção.
Várias empresas, como Kaspersky e AVG, fornecem discos de recuperação gratuitos que nada mais são do que mini distribuições de Linux com seu motor de detecção de vírus. Com o sistema rodando, o Windows não estará em execução e será mais fácil remover aquelas pragas mais persistentes. Algumas distribuições comuns trazem um antivírus nativo, chamado ClamAV, que também pode ser utilizado.
O Linux também se mostra muito eficiente na remoção de vírus de pendrive. A maioria desses vírus coloca um arquivo autorun.inf na raiz do dispositivo USB para que a praga seja disseminada assim que o chaveiro for conectado ao computador. O Linux, por padrão, não roda programas feitos para Windows e, assim, se você conectar um pendrive infectado em uma máquina Linux, poderá ver os arquivos deixados pelo vírus, o que muitas vezes não é possível no Windows, e removê-los na unha.
3. Particionar discos rígidos
Embora o Windows possua seu próprio gerenciador de partições, ele oferece uma funcionalidade básica e esbarra em um conhecido problema: em geral, se o seu Windows está instalado em uma única partição, você não pode alterar o seu tamanho, visto que o sistema está em uso.
É claro que o Linux soluciona esse problema. O pinguim tem várias ferramentas de particionamento, como o GParted, que é gráfico e tem seu próprio live-cd. que você pode baixar e utilizar para modificar as partições do computador de seu cliente quando o Windows não está em execução.
Outro uso interessante do GParted é a criação de partições para a própria instalação do Windows. Sabe-se lá porque, mas alguns HDs podem apresentar problemas na hora de se criarem partições pelo instalador do sistema da Microsoft e, também, muitos não gostam do fato de que o Windows cria, por padrão, uma partição de 100MB em um disco novo para guardar alguns arquivos do sistema. Com o GParted, você pode simplesmente particionar o disco do jeito que você quiser e, depois, indicar para o instalador do Windows qual a partição em que deseja instalar o sistema.
4. Clonar HDs
Tão importante quanto particionar é clonar um disco rígido. A clonagem significa que você fará uma cópia bit a bit de um disco para outro, que passará a ter uma estrutura igual ao primeiro.
A prática tem suas vantagens, principalmente quando falamos da instalação de um mesmo sistema em computadores distintos. Imagine que você esteja trabalhando para uma empresa que adquiriu 30 computadores exatamente iguais, do mesmo fabricante e do mesmo modelo. Você, porém, precisa instalar alguns programas e drivers em todos eles antes de os equipamentos poderem entrar em produção.
Embora seja possível realizar a instalação manualmente em cada computador, essa tarefa poderá ser bastante demorada. O mais eficiente, em muitos casos, pode ser realizar os procedimentos em uma única máquina e, após, criar uma imagem de seu disco rígido e cloná-la para as outras.
O procedimento não é novidade, mas muitos técnicos ainda utilizam o ultrapassado Norton Ghost para fazer isso, o que pode até causar danos nos sistemas atuais. O Linux possui várias soluções para esse problema, como o Clonezilla e o nacional Phantom Clone. Além de serem fáceis de usar, esses programas permitem, inclusive, realizar o procedimento de clonagem via rede, o que possibilita que o sistema operacional seja instalado rapidamente em todos os PCs ao mesmo tempo, como você pode conferir neste vídeo.
Conclusão
Deixando as preferências pessoais de lado, podemos ver que um live-cd de Linux é, hoje, uma ferramenta indispensável na maleta de qualquer técnico em informática, pois facilita seu trabalho e poupa-lhe um tempo considerável em atividades que, de outra forma, exigiriam um esforço maior.
E você, leitor? Utiliza o Linux em suas manutenções? Não deixe de contar na área de comentários. Até breve!
17 Comentários
uso direto , o linux é excelente.. eu geralmente vejo se tem espaco sobrando no hd e simplesmente crio outra partição e copio pra lá os arquivos, daí eu instalo o windows na particão antiga…nem preciso me preocupar com pendrives ou hd externos pra copiar os dados, fora que fica muito mais rápida a transferencia de arquivos…
Sim, sem duvida que utilizo desde à muitos anos….
Bom artigo.
Cumprimentos,
Rui
Amigos já instalei o Ubuntu em um cartão de memória de 4Gb, estava sem HD mesmo assim não parei de trabalhar.Um pouco lento mas deu conta do recado. Conseguir fazer impressão, acessar a internet etc.
Parabéns pelo artigo. é um bom incentivo para usar o Linux, que é muito melhor opção de trabalho. Só lembrando que “bit a bit” é um termo conhecido por nós, mas não passa de apenas um jargão, já que geralmente a unidade de leitura de dados de um disco é um bloco de 512 bytes. Está em muitas man pages, em manuais, e em livros sobre sistemas operacionais e um que eu cito é o do Eriberto, sobre GNU/Linux.
Boa noite !
Queria fazer apenas uma observação, não sou aqueles idiotas que ficam brigando dizendo qual sistema operacional é o melhor, mas com toda humildade gostaria de acrescentar algo nesse post na parte destacada abaixo escrita no texto.
*** em geral, se o seu Windows está instalado em uma única partição, você não pode alterar o seu tamanho, visto que o sistema está em uso.
Na verdade pode sim alterar o tamanho da partição do sistema fazendo um SHRINK de disco via DISKPART ou diskmgmt.msc desde que tenha espaço sobrando na partição principal.
Na verdade uso as suites de ferramentas do Hirens Boot, tenho a coleção quase completa, e nunca me deixa na mão. Tem todas estas ferramentas e muitas, muitas outras mesmo. Faço tudo com ele.
Excelente matéria, não porque sou adepto ao linux, mas pelo simples fato por ser uma ótima ferramenta de trabalho.
Atualmente utilizo como ferramenta adicional em meus servidores de rede. Temos um menu PXE no boot que pode ser escolhidas, dentre várias opções o Clonezilla. É uma ferramenta espetacular quando se trata de um parque de quase 400 computadores dividos em dois modelos. Quando acontece algum problema em uma workstation nem perco meu tempo em formatar e buscas o cd do windows, office, etc. Já tem pronta a imagem do computador que em uma questão de poucos minutos está tudo pronto, é só colocar no domínio e pronto. O usuário fica p… da cara comigo, pois acha que vai tirar o resto do dia de folga. Rsrs!
Atualmente utilizo Linux, tanto como ferramenta de manutenção quanto como sistema operacional do meu computador. Ótima matéria.
Linux realmente é diferenciado dos outros sistemas. Uso o pinguim há 3 anos e não tenho problemas e, como a matéria informa, ajuda na manutenção que realizo em pc´s. Show…..
O livecd linux é essencial em todos os meus trabalhos, já me salvou incontáveis vezes… e olha que trabalho em uma rede 99,95% Windows. Vida longa ao Linux!
Ótimo artigo, está de parabéns o autor do mesmo. Eu sou técnico de informática e de redes de computadores aqui em Ourinhos-SP, e sou usuário Linux e apaixonado pelo sistema que diga-se de passagem, é show de bola para qualquer técnico.
Aqui na Casa do Linux(nome da minha bancada de técnico), trabalho com as mais atuais distribuições linux: Slackware, Debian Wheezy, Ubuntu(na versão gnome, unity, studio), Kubuntu, Lubuntu, Xubuntu, Linux Mint(na versão Matt, Cinnamon, KDE e XFCE) e a distribuição brasileira sucessora do Kurumin e Big Linux: Metamorphose Linux.
Diga-se de passagem, que as máquinas que eu instalo o sistema do pinguim só retorna na minha bancada para uma possível atualização ou revisão, nunca para formatar.
Por outro lado, os meus clientes que teimam em usar Windows, vira e mexe estão aqui trazendo suas máquinas bixadas, para reformatar e instar tudo de novo.
Não dá pra ficar sem. Já tenho distro Linux gravada em pendrive, CD e DVD pra rodar em qualquer tipo de máquinas, e já salvei muitas. Mas o melhor mesmo é quando você esquece de perguntar a senha do Windows pro usuário pra poder entrar… Tendo um liveCD/USB/DVD dá pra “arrancar” a senha rs claro que não como método invasivo, e sim de manutenção.
Rodrigo Justi, achei interessante esta ferramente que você citou para “arrancar” a senha do windows. Poderia compartilhar qual é e como usar?
Pingback: 7 Razões para você não confiar a segurança do seu sistema ao Baidu | Blog de Tecnologia
Ótimo artigo!
live CD Linux é uma ferramenta importantíssima no dia a dia do profissional de TI.
Bom galera achei o artigo muito bom alias fiz meu TCC falando do software livre e software codigo fechado.
Sem dúvida o Linux e meu preferido já resolvi muitos problemas com ele sem tenho diversas distros e já experimentei muitas entre eles ( kurumin,Ubuntu,BigLinux,Slakaware,Mint,Mandriva antigo Mandraque,Gento,Red Rat) todos são muitos bons de acordo com cada usuario avançado ou iniciante mas o importante é o conhecimento e a liberdade de poder escolher um bom canal de información e o Viva Linux .
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Um abraço a todos. [><]