Os números apontam sucesso.
Os resultados das vendas nunca estiveram tão positivos.
A sua capacidade técnica é inquestionável na empresa.
Seu salário ultrapassou os cinco dígitos.
Cenário perfeito, certo?
Para quem está de fora sim, mas para você não.
Então, o que está faltando?
Por que você não está feliz?
Talvez seja porque você tenha percebido que chegou no auge do que poderia evoluir ou porque almeja uma nova posição e percebeu que a sua parte comportamental é um grande obstáculo ou por outra razão que ainda nem identificou.
Nesses casos, quando tudo aparentemente está indo bem, mas internamente você sente uma insatisfação sem causa específica é importante não ignorar e encarar de frente esse que pode ser um dos mais difíceis desafios da sua carreira: a autoconsciência.
O renomado escritor e psicólogo Daniel Goleman sustenta a autoconsciência e o autocontrole como habilidades fundamentais para autogestão da carreira de todos. A autoconsciência podemos compreender como a nossa capacidade de observar nossas ações e nossos sentimentos de modo consciente (percebendo o que está se passando conosco) nos questionando sobre a razão pela qual agimos e sentimos desse modo. E o autocontrole é a nossa capacidade de não sair agindo pelo impulso e ter plena ciência dos nossos atos ao fazê-los.
Essas habilidades nem sempre são bem desenvolvidas, e, inevitavelmente, em algum momento de nossas carreiras, seremos cobrados pela falta delas e precisaremos correr atrás do prejuízo.
Conheço alguns profissionais que atingiram (ou ultrapassaram) o nível gerencial e tecnicamente são imbatíveis, mas que pecam pela falta dessas habilidades e da empatia, não conseguindo manter de forma sadia as suas relações interpessoais – ficando isolados e gerando temor em vez de respeito entre os seus funcionários e causando resistência entre os seus pares. Falta a eles a habilidade de escutar e conectar-se com os outros.
Dificilmente eles conquistarão posições mais elevadas e táticas na empresa, pois, geralmente, essas exigem que o profissional tenham um excelente relacionamento com seus pares, liderados e esferas superiores. (Vocês conhecem algum Presidente que não seja admirado e bem quisto pela maioria dos funcionários da empresa? Eu desconheço.)
O curioso é que esses profissionais podem até não ter a consciência de que a ausência dessas habilidades pode ser o que impacta o seu desenvolvimento, mas eles sentem na pele os efeitos práticos disso.
Além disso, por mais difícil de acreditar que isso possa ser, acreditem, eles sofrem com essa situação. Ao final do dia encontram-se exauridos emocionalmente devido ao desgaste sofrido ao longo de uma jornada de 12, 14 horas de trabalho lidando com conflitos e embates diretos (ou velados).
Se eu pudesse recomendar um caminho para eles, eu sugeriria que investissem no desenvolvimento dessas habilidades com a orientação de um especialista a fim de conduzir um processo estruturado que o auxilie nessa caminhada de maneira prática e guiada. Poderia ser um processo de coaching, mentoria, análise comportamental, counseling ou consultoria. Algo que analise o seu perfil comportamental e identifique os principais GAP’s a serem desenvolvidos. Por meio de instrumentos adequados observando suas forças, seus pontos de atenção e os provocassem a refletir e a ressignificar algumas de suas perspectivas e convicções pessoais acerca de si, dos outros e do meio em que atua.
Para grande parte dos profissionais chega um ponto na carreira, onde os soft skills são fatores impactantes para o sucesso ou fracasso.
Desenvolvê-los nem sempre é uma missão fácil, mas com o suporte apropriado, esse autodesenvolvimento pode ser ágil e leve.
Então, por que não investir em você?
O maior risco será se surpreender com a melhor versão de si mesmo.
SUCESSO.
2 Comentários
Ótimo artigo.
Muitas pessoas passam a vida toda tão focadas no trabalho (produzir), que acabam sequer conhecendo o que há de melhor em si, não conhecem sua melhor versão.
Aprender, conhecer o que há de melhor em nós, é algo fundamental para que possamos viver a vida com a intensidade adequada a cada situação, cada papel, cada personagem que desempenhamos ao longo de nossa existência.
Olá Candido,
Bem por aí mesmo. Quanto menos nos conhecemos, menor é a chance de vivermos de acordo com o nosso potencial máximo. E quantas oportunidades e experiências valiosas podemos perder com isso, não é?
Muito obrigada pelo comentário.
Abraços.