O Capital Humano, também chamado de capital individual, é o conjunto de competências e conhecimentos que um trabalhador adquire através da educação e experiência de trabalho e que pode ser direcionado em uma companhia de forma a gerar lucros. A princípio essa ideia pode parecer materialista demais, já que considera o trabalhador como mera forma de gerar capital para a empresa, certo?
Não. O que acontece na verdade é exatamente o contrário: quando um empregador – seja ele presidente, diretor, gerente ou simplesmente o RH da empresa – reconhece genuinamente o quão verdadeiro e ao mesmo tempo simples é esse conceito, ele passa a ver o seu funcionário sob outra ótica, valorizando-o e reconhecendo que o que há de mais valioso na sua empresa não são as instalações, nem o maquinário, nem os computadores, e sim os seus FUNCIONÁRIOS.
Na minha carreira profissional já trabalhei em quatro companhias no Brasil (duas delas multinacionais), três meses em um projeto em Shanghai, China, e agora estou no segundo trabalho em Sydney, Austrália, o que totaliza sete diferentes empresas, sete diferentes culturas, sete diferentes equipes. Uma coisa que eu cansei de ouvir de alguns desses empregadores (não de todos, faço questão de deixar isso bem claro) é que meu salário estava “na média, adaptado à realidade salarial do mercado, compatível com o padrão”. Ou seja: eu não era o bem mais valioso da companhia. Uma empresa que diz isso ao seu funcionário está fadada a ter trabalhadores “na média”, pois o seu salário também está “na média”. Não falei no parágrafo anterior que o conceito era simples? Pois é, mais óbvio impossível: salário na média, funcionário na média; salário diferenciado, funcionário diferenciado.
Muitas vezes o empregador já ouviu falar de capital humano, mas não assimilou a idéia. Ou talvez ele ouviu mas fez questão de não dar atenção, talvez porque tenha se sentido incomodado por sua veracidade. O resultado disso a gente vê em todo canto: empresas que contam com instalações de ponta, computadores de última geração, infra-estrutura impecável, mas possuem funcionários simplesmente comuns, medianos. Em outras palavras, o que a companhia tem de mais valioso, seu trabalhador, é simplesmente comum, enquanto os outros itens são de primeira linha. Como você quer ver sua empresa no topo se o que há de mais importante nela está sendo renegado ao segundo plano? O seu concorrente provavelmente também tem instalações de ponta, computadores de última geração e infraestrutura impecável. O que pode fazer a diferença são justamente os seus funcionários, que são, repito, o que há de mais valioso na sua companhia.
Portanto você, coordenador, gerente, diretor ou presidente, se nunca parou para refletir sobre o que realmente é o capital humano, pense sobre isso e talvez resolva mudar sua atitude com relação a seus subordinados. Ou então continue do mesmo jeito, pagando um salário “na média”, e o resultado será óbvio: o desempenho da sua empresa será, usando suas próprias palavras, “na média”.
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Parabens José. Esse seu artigo está muito bom e mostra como deve ser o pensamento das empresas.