O conhecimento é fundamental para realizar o progresso natural dentro de uma carreira construída com muito esforço, dedicação e empenho.
E essa progressão na vida profissional, precisa ser bem planejada para evitar a frustração na carreira e evitar o que tem acontecido com frequência: a troca de área de atuação.
A questão é que bons profissionais estão mudando cada vez mais de área por falta de incentivos nas empresas onde trabalham, trocam constantemente os horários que deveriam ser de lazer por horas de trabalho, em troca de um minguado extra no final do mês ou até quem diga uma certa “compensação” nos locais de trabalho que utilizam o sistema de banco de horas. Nesse caso, o funcionário faz as “horas extras” e ao invés de receber em valor pelo trabalho executado fora do expediente normal de trabalho, ele tira um dia ou algumas horas de folga para compensar esse trabalho extra.
O problema é que esse tipo de modalidade realmente não compensa para a maioria dos trabalhadores de TI, pois quem trabalhou após o expediente quer, na verdade, um reconhecimento por parte da empresa pelo seu esforço e que no futuro próximo seja merecedor de um aumento de salário ou uma promoção de cargo com base em suas tarefas em horário extra.
Alguns profissionais de TI até gostam de trabalhar após o expediente, pois preferem folgar em um determinado dia na semana. Cada um tem o seu pensamento. Mas já parou para refletir que o dia de folga não se aproveita do mesmo jeito que seria um dia de final de semana com a família?
Se folgar em dia da semana provavelmente seu companheiro ou companheira vai estar trabalhando. Seus amigos estarão trabalhando. Como aproveitar o seu dia de folga na mesma intensidade como se fosse um domingo, por exemplo?
O que na verdade vai acontecer é você achar que está “abafando” ficando na praia pegando aquele sol em plena manhã enquanto todo mundo trabalha. Sim, mas não esqueça que você está sozinho na praia. No fundo, você fica com um sentimento que deveria estar trabalhando. Pior ainda para aqueles profissionais que dão aula a noite ou tem outro compromisso profissional em outro trabalho. A folga não vale de nada.
Portanto, é importante saber dizer não em determinados momentos para evitar esse tipo de situação. Lógico que muitos devem estar pensando: “se eu disser um não, posso ser despedido, então tenho que trabalhar até mais tarde fora do expediente”. Perceba que o “não” realmente não pode ser utilizado para qualquer momento, mas tem coisas que a negativa tem que ser imposta para evitar o estresse desnecessário, tanto para o profissional de TI como para o administrador de empresas.
Um exemplo esclarecedor que pode ser contornado pelo responsável dos sistemas de informática na empresa é quando em uma sexta-feira, faltando 1 hora para acabar o expediente, seu chefe é comunicado pela empresa responsável pelo programa ERP que existe uma nova atualização no módulo de contabilidade e assim, ele quer que você faça a atualização no servidor para que todas os computadores estejam atualizados.
Nessa hora, é necessário cautela e coragem. Primeiro, essa atualização vai gerar produção ao setor beneficiado pela atualização após o expediente? Ou o seu chefe quer meramente que se atualize os sistemas para amanhecer na segunda-feira com o sistema atualizado? Hora de dizer “não” para o seu chefe propondo uma solução (alternativa). Informe os riscos de se atualizar um sistema no início de um fim de semana. Se algum funcionário precisar trabalhar no sábado e o sistema acusar algum erro de funcionamento motivado pela atualização, é provável que você seja encontrado para trabalhar no fim de semana.
Solução plausível: atualize (quando possível) somente no computador do setor beneficiado pela atualização e deixe para atualizar no servidor no início da semana que vem. Se essa solução não for agradável, informe ao seu chefe os riscos de se atualizar e que a empresa pode não conseguir falar com você no fim de semana se houver necessidade. Fala que você está planejando um passeio com a família no final de semana para um sítio e que lá não pega sinal de celular.
Ele refletirá os riscos e com certeza aceitará os seus argumentos e preferirá alterar o sistema quando você estiver por perto. Dessa forma, ele acabou aceitando o seu “não”, mesmo que indiretamente.
Até a próxima!
8 Comentários
Construtivo, gostei
Parabéns Roney Médice pelo artigo. Concordo plenamente em saber dizer não ao chefe ou até mesmo a um cliente, afinal somos nós desenvolvedores que nos comprometemos com futuras “buchas” se houver! Então cabe a nós dar a resposta adequada! Gostei do post =)
James Ricardo
Muito Bom, Gostei ! E é o que realmente acontece em muitas empresas da área.
É bem isso mesmo que acontece no trabalho de TI.
Eu não gosto de trabalhar após o expediente, mas ás vezes é necessário de acordo com o projeto que você estiver alocado, visto que houve um problema e precisa ser resolvido antes do próximo expediente. Infelizmente num caso assim preciso ficar.
Outro caso que me faz ficar, é não perder o “fio-da-meada”, a linha de raciocínio, pois no dia seguinte eu precisaria relembrar onde parei. Então só vou embora depois de concluir.
Apoiado, se quer dinheiro por sua hora extra, é um direito seu, se quer vale transporte é um direito seu, se quer 30 dias de férias em vez de vender os 10 dias é um direito, dê o valor/respeito ao seu trabalho/conhecimento, argumente de forma cordial, tranquilo e sereno, sem voz alta ou imposição, explique de forma que o chefe possa compreender numa boa, se a empresa não aceitar suas “considerações” mensure se realmente é a única empresa disposta a pagar o seu salário, eu mesmo já troquei um salário maior por um menor, mas com condições de trabalho e qualidade de vida melhor.
Concordo com tudo que foi falado, estou muito desanimado com eu emprego atual na área de TI por este motivo, o problema não é fazer horas extras o problema é fazer outras extras demais, o mais triste foi um dia em que precisei de um suporte de uma empresa externa, a empresa que cuida de banco de dados precisavam de 8 horas para realizar uma migração, e a minha empresa fez eu ficar esse tempo a mais, porém o cara do suporte do banco estava ganhando R$300 por hora para realizar este trabalho, e eu nada, pois minhas horas extras são apenas para banco de horas tirando folga depois, então eu para auxilia-lo não ganhei nada e ele levou R$2.400 . O meu salário é R$1800 algum tempo mais tarde eu nem aumento pedi, pedi um curso de Oracle que custava R$3000 e eu tinha que ficar uma semana em outra cidade para tirar a certificação, resultado a empresa não quis me dar nem metade do valor para fazer o curso, prefere toda vez que der problema ligar para uma empresa externa resolver o problema. Então por isso eu não to nem ai, deu problema no banco ligo para os caras, e mesmo se eu fizer o curso por conta a empresa vai dizer “Ah legal que você sabe, então agora se vira ai não vamos te pagar nada a mais por isso!”, mas eles são burros olha quantos R$2400 eles gastaram ai de bobeira. Por isso estou na busca de outra coisa cansei.
Dificuldade de dizer NÃO, a maioria de nós temos. Não somente em TI, duvido que alguém aqui que tem filhos diz não na facilidade de dizer sim. É algo inerente ao ser humano, mas às vezes é necessário. Eu mesmo, estou aos poucos aprendendo a fazer isso. O primeiro não que dei recentemente é para a CLT, porque já vi que ela não é nada benéfica pra mim e não me adequo a ela. Resolvi mudar e apostar no meu potencial. Arriscar, sabendo fazer é algo essencial, principalmente se você não quer ficar doente.
Muito bom o texto. Estou passando por uma dificuldade no atual emprego. Tenho registrada na minha carteira de trabalho a função auxiliar de informática, mas na verdade atuo nas mesmas funções que meu chefe. A empresa utiliza o sistema de banco de horas, mas apenas para benefício próprio e eu, faltando apenas o TCC para terminar a graduação, venho tendo constantemente o gozo das horas negado. Em contrapartida, sou “obrigado” à realizar atividades fora do expediente, mesm onão tendo disponibilidade – já tomei inclusive uma advertência por isso, sinalizando que continuando nessa postura tomarei justa causa.
Dizer não é o primeiro passo para uma relação profissional com a empresa. Os direitos, buscamos na justiça e bola pra frente.