Há quase 2 anos usando o Linux, me lembro que no artigo Porque software proprietário não é bom pra ninguém, onde levei muitas pedradas (algumas desnecessárias, porém, eu aceito críticas sejam positivas ou negativas) e tive que me retratar no artigo Sobre Softwares Proprietários – Retratação, mas deixei os percalços de lado e segui com a minha jornada.
Hoje, quase 2 anos depois, posso garantir que aprendi muita coisa, porém, cada pessoa tem seu jeito de trabalhar as novas experiências e molda-las para que possam ser fixas.
Muitos usuários, após uma breve experiência no Linux, voltam pro Windows e dão o assunto por encerrado e não querem ouvir falar sobre as vantagens que o Linux traz em relação ao Windows, porém, comigo não foi assim… me desvencilhar das armadilhas facilidades do Windows foi muito dolorido pois como profissional liberal, técnico em informática, com mais de 10 anos na área e todos eles graças à família da Microsoft, e também porque 99,99% dos meus usuários usam o Windows, não se descarta uma experiência de longos anos à troco de nada, trocar o certo pelo duvidoso é o mesmo que praticar um suicídio profissional.
Hoje, mais maduro, vejo que algumas das alegações de usuários para não utilizar o Linux não passam de desculpas esfarrapadas, com todo o respeito…
Mas o que você tem à ganhar trocando o Windows pelo Linux? Consideremos os fatos:
– Depende do perfil do usuário: Se você é daqueles que usam o computador apenas para acessar internet, digitar textos, bater-papo você é um excelente candidato à usuário Linux, pois o Linux oferece tudo que você precisar para desenvolver suas tarefas e sem pagar nenhum centavo para isto.
Mas daí você me perguntaria:
Meus arquivos criados no pacote Office vão abrir no Linux?
Sim, respondo eu, pois o LibreOffice (com exceção do visual retrô do Office 2003) oferece as mesmas opções – e na mesma ordem – do pacote Office (Editor de texto, Apresentações, Planilhas, Banco de dados, Editor de fórmulas) e além de abrir os formatos do pacote da Microsoft em todas as versões ainda possibilita salvar no formato PDF (protegido contra alterações) nativamente (ou seja, você não precisa usar um aplicativo para “imprimir” no formato PDF nem instalar um recurso para isto, como acontece nos pacotes Office.
E os programas que eu preciso, têm no Linux?
Sim e não… a maioria dos programas triviais (que você usa no dia a dia) tem uma alternativa que sempre atende suas expectativas, ex: Editor de imagens: GIMP (não queira compara-lo com o Photoshop, que é proprietário, caríssimo e o desenvolvedor investe nele para vendê-lo, o Gimp é de graça, mas você poderá fazer a maioria das coisas que comumente faria no Photoshop, sem pagar nada!).
Existem alternativas para o CorelDraw (Inkscape), AutoCad (FreeCad) e além disso você pode pesquisar por termo e instalar e desinstalar de forma muito mais fácil que no Windows, usando a Central de Programas, como na imagem abaixo:
É verdade que o Linux não “pega” vírus?
Sim e não… essa questão de vírus depende muito do ambiente em que ele ocorre, como a maioria dos usuários utilizam o sistema da Microsoft é lógico que existem muito mais vírus para esse ambiente, isto quer dizer que os vírus (que nada mais são que programas que executam alguma instrução no sistema, explorando uma falha no sistema ou na segurança do sistema ou ainda uma falha do usuário, que baixa, sem querer, a guarda para a infecção) que infectam o Windows não infectarão o Linux pois são plataformas diferentes, tratam o usuário de forma diferente.
Porém existem infecções que não dependem do sistema operacional em si, como falhas num aplicativo, num plugin, num serviço… o Java, por exemplo, é multiplataforma, ou seja, roda em qualquer sistema operacional e uma falha nele pode comprometer o sistema seja qual for ele. Houve um caso quase-recente de uma falha no plugin do Adobe Flash Player, que é outro exemplo de multiplataforma.
Agora se você é um usuário que depende de alguns softwares, como Pacotes Adobe, seria uma ótima idéia usar o VirtualBox para virtualizar o Windows dentro do Linux que, diferente do Wine (que emula o Windows para executar aplicativos), é uma alternativa para economizar o espaço que um dual boot ocupa.
Se você é programador existem ferramentas gratuitas, como o Lazarus, um IDE RAD multiplataforma e multilíngüe para o compilador FreePascal. Ele tem versões para Windows, Linux, FreeBSD e Mac OS X, compila para estas plataformas (e para Mac OS Classic, MS-DOS, Win64, OS/2, Netware libc e classic e MorphOS), de uma plataforma para outra e também para PalmOS e Windows Mobile.
Para programação web sugerimos o Netbeans, que atende e substitui sem ônus – o Dreamweaver, mas existe também o Eclipse, Aptana, entre outros.
No Linux, além de segurança, estabilidade (por aproveitar e gerenciar melhor os recursos de hardware) você ainda pode desfrutar do benefício de ter um sistema operacional sem custo, sem o risco de ficar imune à falhas, pois ele é atualizado constantemente e você nunca pagará nada pelo seu uso e nem punido por distribuí-lo, pois ele é distribuído sob a licença GNU, que reza, entre outras coisas, que você pode usar, alterar e distribuir sem pagar por isto, enquanto que no Windows você paga pelo uso, você não é dono dele e se você usa o “pirata”, além de correr o risco de sofrer punição legal, ainda tem o fato de não poder atualizar e assim ficar livre das falhas que são constantemente descobertas.
E para matar de vez a questão, com o Linux você aprende sempre alguma coisa nova, já que no ambiente Windows você já está “careca” de saber onde está cada coisa.
E aí, topa o desafio? Vamos aprender algo novo? Que tal sair da rotina?
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