Pelo segundo ano consecutivo, o Paraná avança no ranking brasileiro no setor de desenvolvimento de software. Em 2010, o Estado somava 11 empresas avaliadas no Modelo MPS.BR ( Melhoria de Processos de Software Brasileiro) e em 2011 subiu para 21. O número expressivo de avaliações garantiu ao Paraná a quarta posição – atrás de São Paulo (47 empresas avaliadas), Rio de Janeiro (39 empresas avaliadas) e Minas Gerais (31 empresas avaliadas). Em 2008, o Estado ocupava o 13º lugar e até o final do ano passado estava na sexta posição.
De acordo com Maria Tereza Anastácio, gerente de educação continuada do Centro Internacional de Tecnologia de Software (CITS), atualmente, 18 empresas paranaenses estão na fase de implementação do MPS.BR e as próximas avaliações devem melhorar ainda mais a colocação do Estado no cenário nacional. “A implementação do modelo MPS.BR passou a ser uma exigência do mercado e dos clientes. O crescimento significativo de avaliações está tornando o Paraná uma referência no segmento. A previsão é de que, em 2012, o Estado alcance o número de 39 empresas avaliadas”, diz.
Ela acrescenta que a melhoria contínua da capacidade de desenvolvimento é fundamental para que as organizações de software tenham um bom desempenho em mercados competitivos. Entre os benefícios da implementação do Modelo MPS.BR, concebido pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX), em 2003, estão a melhoria do desenvolvimento das empresas no que diz respeito a custo, prazo competitividade, qualidade, satisfação do cliente e retorno de investimento.
Para Joel Franzim Junior, consultor do Sebrae/PR em Londrina, o bom resultado das empresas paranaenses reflete o trabalho da entidade realizado em conjunto com instituições como a Softex e o CITS. “Nossa parceria visa estabelecer um caminho economicamente viável para as organizações, incluindo micro e pequenas empresas. Nosso trabalho efetivo está transformando o setor, uma vez que os empresários da engenharia de software estão seguindo um modelo internacionalmente reconhecido e elevando a qualidade da indústria de software paranaense”, afirma.
Antigamente, um dos entraves para a implementação do MPS.BR era o alto custo do procedimento. Com o apoio financeiro do Sebrae/PR e do CITS, mais empresas tiveram condições de se serem avaliadas. O CITS é uma instituição implementadora credenciada à Softex e está habilitada a receber os recursos da Associação. Por intermédio da Softex, o CITS aporta 40% do custo, com verba proveniente do Ministério de Ciências e Tecnologia (MCT). Outra parte do valor é subsidiada pelo Sebrae/PR. “Os resultados da ação conjunta já estão aparecendo. O setor está avançando de pegando velocidade”, salienta Franzim Junior.
José Antônio Antonioni, diretor de qualidade e competitividade da Softex, ressalta que o MPS.BR é um modelo de referência que já começou a ser reconhecido no mercado internacional e esse fator é muito importante para a indústria brasileira, porque posiciona o País como um player competitivo na área de software. “Nesse contexto, o resultado do Paraná é muito importante e o sucesso das empresas avaliadas deveria servir de inspiração para que novos empresários procurem implantar o modelo”, aponta.
Londrina é pioneira na avaliação do modelo MPS.BR
As duas primeiras empresas avaliadas do Paraná são de Londrina, cidade da região Norte do Estado. E, em dezembro de 2010, quatro empresários do município receberam a avaliação, contribuindo para o avanço do Paraná no setor.
A Soft Center está avaliada desde 2007. De acordo com Carlos Henrique Kasuya, diretor da empresa, o principal benefício da implementação do MPS.BR é a organização. “Acabamos com a informalidade de nossos processos, facilitando o rastreamento de toda a cadeia de fabricação. Em virtude disso, reduzimos os erros e aumentos os resultados em relação ao ganho de produtividade na ordem de 130%, ou seja, melhoramos em 1/3 nossa capacidade produtiva, como apontam nossos indicadores”, comenta.
O empresário relata ainda que o nível de exigência do consumidor é muito alto e que, como o software é um produto intangível, a avaliação oferece confiabilidade. “A comprovação de que passamos por uma auditoria facilita o trabalho das vendas”, enfatiza Kasuya.
João Carlos Monteiro, diretor comercial da Info e Cia, uma das empresas avaliadas em dezembro de 2010, acredita que a avaliação oferece vantagens para os clientes principalmente no prazo de entrega – que é um fator crítico de todo o setor de fabricação de software. “Recebemos a avaliação no nível g do MPS.BR, que enfoca a gerência de requisitos e a gerência de processos. Com as melhorias nesses dois elementos conseguimos cumprir todos os nossos prazos”, avalia.
Monteiro diz ainda que a avaliação possui um efeito mercadológico, uma vez que muitas empresas levam em consideração a implementação do modelo MPS.BR para qualificar fornecedores. “Tornou-se um pré-requisito. Os clientes conhecem a seriedade da avaliação. O processo é longo e inicia com um diagnóstico para identificar a condição da empresa. Por uma semana, recebemos a visita de um consultor que vistoria os artefatos no que se refere a requisitos e projetos. A partir dos resultados, eles verificam as áreas que precisam de melhorias na qualidade”, explica.
Gilmar Machado, diretor da Gelt, recorreu à avaliação para aumentar a carteira de clientes. “Tínhamos interesse para novos negócios e até para entrar no mercado da exportação. O Sebrae abraçou a causa do setor e é um dos responsáveis pelo nosso crescimento”, afirma.
Machado também é presidente do SINFOR (Sindicato das Empresas de Informática, Processamento de Dados, Provedores de Acesso, Banco de Dados, Custos de Informática e Atividades Afins ou Correlatas do Norte do Paraná) e comenta que a atuação da entidade é mais uma forma de organizar as empresas de Londrina e regularizar o setor: “Nosso objetivo principal é consolidar o setor de fabricação de software em Londrina como uma referência para todo o Paraná, aponta.
Fonte: Savannah Comunicação Integrada