Em 2011, Estado alcançou quarta colocação, com 21 empresas avaliadas pelo MPS.BR; no momento mais 18 companhias encontram-se em processo de implementação da certificação
As empresas fabricantes de software do Paraná vêm se destacando na obtenção da certificação do Programa MPS.BR – Melhoria de Processo do Software Brasileiro. Até fevereiro de 2011, em todo o País, 254 empresas haviam sido avaliadas em algum dos sete níveis do Programa.
Em 2008, o Estado ocupava a 13ª posição no ranking, com apenas duas empresas avaliadas. Em 2010, o Paraná subiu para a 6ª colocação, com 11 empresas avaliadas e, em 2011, alcançou a 4ª colocação, com um total de 21 empresas avaliadas, ficando atrás apenas dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
O coordenador estadual de Tecnologia da Informação/Software do Sebrae/PR, Emerson Cechin, observa o aumento de empresas de todo o Brasil que buscam a certificação no Programa, destacando que, em 2007, 55 empresas foram avaliadas, em 2008, 51; em 2009, 80 e em 2010, 68 empresas. O coordenador destaca o bom desempenho do Estado no ranking nacional de empresas avaliadas pelo Programa.
“Atualmente, 18 empresas do Paraná, encontram-se em fase de implementação ou aguardam a aprovação da Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Software (Softex). Isso consolidará ainda mais a posição do Estado no ranking e demonstra a preocupação constante das empresas paranaenses com o aprimoramento da qualidade dos processos internos, melhorando dessa forma o produto final gerado e o resultado para seus clientes.”
A certificação MPS.BR foi criada em dezembro de 2003, sob coordenação da Softex. O principal objetivo do MPS.BR é desenvolver e disseminar um modelo de processos de software (o modelo MPS) visando estabelecer um caminho economicamente viável para que organizações, incluindo as pequenas e médias empresas, alcancem os benefícios da melhoria de processos e da utilização de boas práticas da engenharia de software em um intervalo de tempo justo, a um custo razoável.
O MPS.BR apresenta sete níveis de maturidade, o que é um diferencial em relação aos outros padrões de processo, que são: A – Em Otimização; B – Gerenciado quantitativamente; C – Definido; D – Largamente Definido; E – Parcialmente Definido; F – Gerenciado e G – Parcialmente Gerenciado.
Cada nível de maturidade possui suas áreas de processo, nas quais são analisados processos fundamentais (aquisição, gerência de requisitos, desenvolvimento de requisitos, solução técnica, integração do produto, instalação do produto, liberação do produto); processos organizacionais (gerência de projeto, adaptação do processo para gerência de projeto, análise de decisão e resolução, gerência de riscos, avaliação e melhoria do processo organizacional, definição do processo organizacional, desempenho do processo organizacional, gerência quantitativa do projeto, análise e resolução de causas, inovação e implantação na organização) e os processos de apoio (garantia de qualidade, gerência de configuração, validação, medição, verificação, treinamento).
Experiências
José Antônio Antunes Zanrosso, da Consisanet Sistemas de Informação, empresa com sede em Francisco Beltrão, promove mudanças há dois anos, nas rotinas internas de trabalho da sua empresa. Ele conta que foi necessário readequar os setores e formar novas equipes. Para o empresário, o investimento vale a pena e pode se converter em vantagem competitiva.
“Percebo que a obtenção da certificação é uma saída para a pequena empresa. Muitos dos meus clientes estão conquistando selos de qualidade e creio que passem a exigir isso de seus parceiros. Então, é importante estar preparado”, acredita Antunes Zanrosso. O empresário tenta a certificação juntamente com outras cinco empresas da região sudoeste do Estado que receberam apoio do Sebrae/PR e do Arranjo Produtivo Local (APL) de Software do Sudoeste do Paraná. A previsão é de que até o mês de abril deste ano, a empresa integre o MPS.BR.
Outro empreendedor que se prepara para integrar o Programa é Ademir Faria, da ID Brasil, empresa com sede em Maringá. Para ele, o maior bem que uma empresa desenvolvedora de software pode ter é a equipe de trabalho. “Com a adoção das boas práticas, mudamos completamente a forma de distribuição e acompanhamento de tarefas dentro da empresa. Hoje, temos um mapa que mostra como está o desenvolvimento de cada projeto. Também adotamos controles para aumentar o nível de previsibilidade de resultados”, comenta.
Carlos Alberto Jayme, da Cinq Techonologies, diz que sua empresa já nasceu com a cultura da qualidade. Segundo ele, esse requisito vem sendo perseguido desde 1994, quando a organização adotou o Método 5’S. Depois disso, veio a obtenção de um ISO em 2000, e a conquista do CMMI (Capability Maturity Model Integrated) em 2008. Por meio do CMMI, as empresas determinam o seu nível de maturidade, ou seja, sua capacidade de reproduzir resultados positivos. O modelo também serve de guia para que as companhias organizem suas equipes de TI, avaliem objetivos e sejam capazes de prever o sucesso de seus projetos.
“Toda certificação exige investimentos financeiros e tempo para conscientizar as equipes de trabalho. Como a Cinq já traz em seu DNA a cultura da qualidade, a adaptação das equipes ocorreu de forma tranquila. Um dos grandes ganhos com a certificação foi a adoção das atas de reuniões com clientes, o que melhorou o relacionamento e minimizou conflitos.”
João Carlos Monteiro, ex-presidente do APL de TI de Londrina e Região e empresário da Info e Cia., concluiu o processo de obtenção do MPS.BR, nível G, em novembro de 2010. Para ele, o grande benefício é o reconhecimento do mercado. “A partir do momento que se conquista um selo desses, se obtém um diferencial de mercado. Considero o MPS um processo de melhoria contínua. A adoção de boas práticas provoca efeitos positivos como a melhoria do cumprimento de prazos, um dos grandes desafios da empresas de softwares, e, por consequência, o fortalecimento da relação com os clientes”, avalia o empresário.
Siro Canabarro, da Tecinco Informática Ltda., empresa com sede em Cascavel, obteve o MPS.BR em dezembro de 2010. O empresário recorda que, por estar há 17 anos no mercado, adotou processos próprios para o desenvolvimento de softwares. Com a implementação da certificação, que compila as melhores práticas de gestão do setor, a empresa pode entregar aos seus clientes ainda mais qualidade. “Apesar da conquista ser recente, os clientes responderam positivamente, destacando o cumprimento do prazo de entrega dos aplicativos e a qualidade dos serviços oferecidos. O MPS.BR permitiu contabilizar com mais eficiência os custos e a lucratividade da empresa”, aponta Canabarro.
Fonte: Savannah Comunicação Integrada – empresa licitada do Sebrae/PR