Assim como na informática temos a discussão Apple X Microsoft e seus fanáticos defensores, quando falamos em Gestão de Projetos também temos times torcendo para lados diferente. Temos:
- Aqueles que tratam o PMBOK® como bíblia e linguagem universal da Gestão de Projetos
- Os Agilistas que acusam (indevidamente) o PMBOK® de ser uma porcaria por ser waterfall (não é bem assim!)
- E aqueles que acreditam que podem utilizar o melhor de todos os métodos para ter uma melhor gestão de projetos: Os ‘de boa’ com as práticas.
Em um artigo anterior falei sobre a futura 6ª edição do Guia PMBOK®. Como você sabe, a cada 3 anos o PMI (Project Management Institute) renova o seu Guia, inserindo novos processos, práticas ou correções, visando manter o material sempre atualizado e aderente ao mercado atual.
Todas estas mudanças são aprovadas e desenvolvidas com um processo baseado em consenso, ou seja, visam garantir que todas as partes interessadas neste Guia possam participar, interagir e opinar sobre o que deve constar neste material.
Até o dia 6 de abril todos tiveram a oportunidade de enviar sugestões para o PMI incluir ou ajustar no PMBOK® e cada sugestão foi avaliada individualmente onde, além de receber uma resposta direta, caso não concordasse poderia abrir um recurso. Agora na próxima fase, mais restrita, o Comitê do PMBOK® irá avaliar todas as participações, mas sempre em prol de ter um material que atenda a maior parte dos projetos. Nesta fase não receberemos retorno diretamente e apenas uma parcela poderá participar.
Certo, mas qual a grande novidade do Guia PMBOK® 6ª Edição?
Primeiro de tudo, nesta edição darão mais ênfase na palavra “Guia” (PMBOK® Guide, lembram?).
O PMBOK® apresenta conceitos chave, práticas, ferramentas e técnicas para gestão de projetos. Ou seja, o “que fazer”. Já a ênfase no termo Guia que teremos nesta versão será como utilizar estas ferramentas e técnicas para atingir o sucesso nos projetos. Ou seja, o “como fazer”.
Agora que fica interessante. Lembram-se da galera que é contra o PMBOK, achando ele burocrático, engessado e outros argumentos que não são bem verdade? Pois bem. As mudanças principais no PMBOK estarão relacionadas à detalhar mais os métodos ágeis e práticas iterativas! Teremos alguns pontos principais:
- Informações sobre práticas ágeis utilizadas em ambientes adaptativos em CADA área de conhecimento (seções 4 à 14)
- Inclusão de um apêndice contendo um padrão para gerenciamento de projetos utilizando métodos ágeis e outras práticas iterativas.
- Um novo capítulo inteiro dedicado ao papel do gerente de projetos de acordo com o novo PMI Talent Triangle™, com ênfase em questões estratégicas e de negócio.
Sem dúvidas é um grande passo para o PMI. Uma mudança de conceito que certamente facilitará e muito a adoção de práticas ágeis e híbridas nas empresas. Afinal, o PMBOK é desenvolvido com aprovações de centenas de profissionais desde 1983! Olha só o peso desta mudança.
E sobre o Exame para a Certificação PMP?
As mudanças estão previstas apenas para o 1º semestre de 2018. Não tirou a sua certificação PMP? Hora de correr! Afinal, todo o material disponível hoje para estudos é baseado na versão atual do PMBOK. Ao lançarem a nova versão levará um tempo considerável até que todos os materiais de estudo estejam atualizados.
Já o lançamento do PMBOK 6ª Edição está previsto para o 1º Trimestre de 2017.
Espero que tenham gostado da novidade e que isso ajude a unir ainda mais os times ágeis e tradicionais em busca do objetivo que todo gerente de projetos tem: Entregar um projeto com sucesso sem o MiMiMi de qual prática é a melhor ou correta!
Fontes:
Publicação Original: http://www.vignado.com.br/?p=497