Porque pessoas inteligentes custam mais e aumentam o valor da empresa?

Há um tempo lí o livro “O estilo Bill Gates de gerir” escrito por Des Dearlove, não pelo meu fascínio pela Microsoft e outras grandes empresas do Vale do Silício, mas pelo modo que são expostas algumas das grandes idéias e a excêntrica, porém genial, maneira que Gates as aplica na gestão da gigante dos softwares, Microsoft. Em Julho de 2009 lí o livro escrito pelo próprio Gates chamado “A estrada do futuro” (1995), livro que retrata as principais idéias de como o próprio Gates imaginava a tecnologia em nossas vidas nos próximos anos e, por incrível que pareça, muito do que está escrito no livro é uma realidade nos dias de hoje, ou ainda está por vir, creio eu.

No entanto a intenção não é falar sobre o livro “A estrada do futuro”, mas sim sobre um dos assuntos abordados no livro de Des Dearlove e que descreve o real valor da gigante dos softwares: o capital intelectual.  Sim, é complicado de entender o porquê que uma companhia relativamente pequena possui um alto valor de mercado quando comparada a outras companhias que tem imensos escritórios, fábricas e estoques.

A real, é que desde o princípio a Microsoft vem utilizando algo que hoje tornou-se comum em companhias de países desenvolvidos, mas ainda vemos muitas companhias que estão em busca, pois é algo consideravelmente complicado de se obter com rapidez.

Capital intelectual nada mais é do que o que os empregados carregam em suas cabeças, é a expertise desenvolvida por eles e que quando bem canalisada e estimulada torna-se um poderoso combustível para ser atrelado ao know-how da empresa.

A realidade é que vemos pessoas acostumadas a um trabalho mecânico e repetitivo serem substituídas por pessoas mais intelectuais e dinâmicas, ou seja, vemos a força bruta deixar de ser algo relevante nas empresas e ser substituída pelo trabalho analítico e intelectual trazido pelos novos colaboradores.

Este é o motivo de a gigante dos softwares ter todo esse valor no mercado quando comparada com as outras companhias que ainda prezam o “capital físico”, ou seja uma companhia como a Microsoft não tem esse imenso valor por sua estrutura física em sí, mas sim pelas pessoas que a compõe. Pessoas de alto QI, das quais muitas delas escolhidas a dedo pelo próprio Gates para que façam parte do quadro de funcionários que compõe as principais equipes de desenvolvedores e pesquisadores da Microsoft.

Cada uma dessas pessoas de alto QI, não somente as da Microsoft mas também de outras empresas que valorizam o capital intelectual, recebem altos salários devido ao grande tempo que gastaram (e ainda gastam) para aumentar sua expertise e se tornarem especialistas em suas respectivas funções e que isso seja agregado a empresa aumentando a inovação e rotatividade de boas idéias.

Assim, podemos perceber que para que seja aumentado o valor de uma empresa não depende somente do tamanho da infraestrutura que a corporação dispõe, mas sim do quão qualificados são seus funcionários e quanta paixão estes tem em desenvolver suas atividades, contribuindo para que os objetivos da companhia e também os seus próprios objetivos sejam alcançados.

Marvin Ferreira

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Mestre em Engenharia da Computação e Bacharel em Ciência da Computação.

Orientado a dados em primeiro lugar e apaixonado por desenvolvimento de produtos.

Trabalho há mais de 9 anos no mercado de Tecnologia brasileiro e me orgulho muito de algumas coisas das quais pude participar:

- Trabalhar em uma companhia em que pude ver seu crescimento de 70 funcionários saltar para 600 e se tornar a líder de seu mercado
- Participar em um projeto de integração de 3 diferentes plataformas em uma única base compartilhada
- Trabalhar com times de desenvolvimento distribuídos ao redor do mundo para uma companhia de petróleo multinacional
- Contribuído com times ágeis a alcançar sucesso através do desenvolvimento do MVP correto
- Ter sido Treinador Oficial Microsoft e também ter palestrado para milhares de pessoas ao longo da minha carreira


7 Comentários

Uilson Rosa
1

Isso é fato.. e o próprio Steve Jobs ( ver livro a cabeça de Steve Jobs ), estimula e tira o há de melhor das suas equipes. Gates e Jobs são em muitos aspectos muitos parecidos e não é á toa que estão a frente das duas empresas que estão mudando o mundo.
Cito o exemplo de quando Jobs recrutou o cara responsável pelo marketing sa pepsi, dizendo: ” Você quer vender água com açúcar o resto da vida ou que me ajudar a mudar o mundo??”… só por essa frase dá pra perceber como Jobs encara as coisas e ele tem, segundo o livro, o dom de fazer suas equipes de verem a Apple dessa maneira.. e o resultado??? estamos vendo a cada lançamento da Apple.. Hoje quase todo telefone é touchscreen depois do iphone.. e vamos ver o que o Ipad trará.. pena as empresas aqui ainda encararem o capital intelectual como úlitma opção em tudo.. mas fica a torcida e é claro, nosso trabalho para que isso mude.

Lex Blagus
2

A Microsoft há muito tempo que deixou de ser inovadora (um ex-VP declarou isso e ainda explicou o motivo, pena que perdi o link). Ela só paga bem aos QIs cernes das tecnologias mais vendidas deles, e mesmo assim os produtos não apresentam grandes inovações baseadas em inteligência. Infelizmente o artigo não explicou o por que pessoas inteligentes custam mais e aumentam o valor da empresa, somente falou do antigo modelo Microsoft, que, diga-se de passagem é o mesmo modelo de qualquer empresa de alta tecnologia.

Marcelo C.ramos
4

O capital intelectual não pode ser simplesmente comprado a qualquer momento, ele deve ser construído aos poucos e fortalecido dentro de uma organização. Empresários compreendem que o capital intelectual é um diferencial capaz de aumentar o valor de uma empresa, porém para alguns empresários, aumentar os ganhos financeiros de funcionários que contribuem intelectualmente é uma tarefa ardua, daí funcionários insatisfeitros não conseguem evoluir suas capacidades dinâmicas, ficando a empresa congelada intelectualmente e em muitos casos com uma excelente infraestrutura que não traz os retornos suficientes para os acionistas.
Assim grandes empresas tornam-se gigantes cegos.

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