Mais do que nunca a necessidade de monitorar riscos é enorme. Temos acompanhado diversos acontecimentos que nos fazem refletir o quão importante é exercer de forma sistemática a disciplina de riscos.
Vimos o triste rompimento da barragem em Mariana, acompanhamos estudantes resistindo ao projeto de restruturação das escolas em São Paulo, vimos também a grave falha de segurança no aeroporto do Egito com o avião Russo derrubado por terroristas e outras situações em que sérios riscos ocorreram e o processo para evitá-los ou tratá-los adequadamente parece ter falhado. É possível que o tempo de análise ou o monitoramento dessas importantes operações e projetos não tenha ocorrido satisfatoriamente. Ressalto, no entanto, que não é possível prever todos os riscos e que quanto mais complexo um projeto ou operação maior será a necessidade de análise, de detalhamento e de acompanhamento das atividades da gestão de riscos.
Na TI não é diferente, gestores e membros de equipe devem dedicar uma parcela do tempo para pensar em como evitar e tratar situações difíceis ou desafiadoras que podem vir a ocorrer através do exercício da análise de riscos. Esta é uma prática realizada para antecipar situações que, se ocorrerem, nos preparam para atuarmos com maior eficácia e assim minimizar possíveis impactos negativos no andamento do projeto ou operação.
Uma implementação básica para gerenciar riscos deve possuir as seguintes etapas e atividades. Veja abaixo as etapas macro:
- Identificar e Quantificar Riscos
- Elaborar plano de Resposta aos Riscos
- Monitorar Riscos
No mapa abaixo detalho as atividades das etapas básicas para o gerenciamento de riscos:
A fase de identificação de riscos é um exercício único para cada projeto ou operação, isso ocorre devido às particularidades de cada empreitada, contudo, é possível reutilizar riscos levantados em outros projetos ou operações de naturezas similares. Alguns riscos são recorrentes e podem ser recuperados de uma lista prévia de riscos mantida em uma base histórica de projetos, acelerando a etapa inicial de identificação de riscos.
Vejamos alguns exemplos de riscos recorrentes em projetos de software:
Exemplos de riscos reutilizáveis que podem afetar o custo do projeto:
- Corte no orçamento do projeto devido a crise econômica
- Flutuações de câmbio
- Cancelamento/Suspensão do projeto
Exemplos de riscos reutilizáveis que podem afetar a comunicação no projeto:
- Frágil plano de comunicação
- Responsabilidades da equipe de projeto não delineadas
- Falta de priorização das necessidades/características do produto
Exemplos de riscos reutilizáveis que podem afetar a qualidade dos produtos do projeto:
- Defeitos no software (bugs) podem não ser detectados até a sua implementação
- Qualidade dos produtos/subprodutos não atingem expectativa do cliente
Alerto que os riscos que estamos contemplando são eminentes em projetos de software, mas alguns deles podem ocorrer e afetar qualquer tipo de projeto, por exemplo: – Flutuação do câmbio, – Frágil plano de comunicação ou – Cancelamento/Suspensão do projeto.
Diante do que foi apresentado, aproveito então para compartilhar uma lista com 50 riscos reutilizáveis que podem ser “pinçados”, adaptados e desenvolvidos conforme as atividades do processo de gestão de riscos do seu projeto. A lista pode ser utilizada como “entrada” na 1º etapa do processo “Identificar Priorizar e Quantificar” na atividade 1.1 “brainstorming” de riscos. No mapa acima eu destaquei o local para “pinçar” os riscos que você desejaria monitorar em seu projeto.
Ah! Lembro que a lista pode e deve ser melhorada! Melhoria contínua é um dos meus ideais.
É sempre bom ter em mente que ao tratar riscos com a devida atenção, pequenos ou grandes problemas podem ser minimizados ou até evitados. Para aprofundar o estudo sobre o gerenciamento de riscos eu sugiro a leitura do capítulo 11 do Guia para Gerenciamento de Projetos, o PMBOK 5. O prestigiado guia expõe com riqueza de detalhes as etapas do gerenciamento de riscos.
Abaixo segue a lista de riscos reutilizáveis agrupados por categoria.
Bom, fico por aqui. Deixe um comentário, crítica ou sugestão. E como diz um amigo meu gerente de projetos: até a próxima e bons projetos!
4 Comentários
Com base nessa lista, é impressionante como o fator humano tem uma grande ligação com a gestão de riscos.
Prezado Renan,
Obrigado pelo seu comentário ele é muito pertinente. Sim o fator humano é realmente muito importante. É um aspecto indivisível da gestão de riscos. Este seria um ótimo tema para aprofundarmos a discussão da disciplina.
Abraço
Marco Rodrigues
Excelente! Muito obrigado por compartilhar isto conosco.
Muito bom! Obrigado por compartilhar!