Albert Einstein deixou essa frase para refletirmos: “No meio da dificuldade, encontra-se a oportunidade”.
Este é o cenário que estamos vivendo no Brasil atualmente. A existência de uma crise política e econômica vem aguçando a criatividade de muitas empresas que buscam na TI soluções que possam potencializar ou até mesmo criar novos negócios.
Dentro deste universo de oportunidades está a IoT (Internet of Things). Suas possibilidades e aplicabilidades são inúmeras, a criatividade para seu uso não tem limites, ainda mais agora que todo este ecossistema de IoT está potencializado pelo advento da nuvem e das soluções de BI, Analytics, Computação Cognitiva, entre outras tecnologias. As empresas tem pressa, e com razão, porém, é importante pensar em IoT como sendo parte da Estratégia Digital das organizações e não como algo isolado.
Antes mesmo de se pensar nas suas tecnologias viabilizadoras, é fundamental pensar em qual problema gostaríamos de resolver com o uso da IoT. Qual negócio ou estratégia gostaríamos de criar ou alavancar com o seu uso?
Nenhuma estratégia de IoT terá sucesso se as organizações pensarem em IoT como sendo apenas uma grande geradora de dados oriundo das “coisas”, se do outro lado não houver a produção de informações e a extração de conhecimentos sobre o que realmente se almeja fazer com todo este ecossistema.
Algumas pesquisas do Gartner apontam que 40% das organizações buscam implementar soluções de IoT em um curto período de tempo, enquanto 60% visualizam estas oportunidades no longo prazo. O fato é, independentemente do prazo muitas organizações ainda não possuem o entendimento total e os possíveis impactos da IoT sobre seus negócios ou estratégias, existindo assim uma certa imaturidade em relação ao uso de IoT, ou pelo menos sobre a real compreensão de seus benefícios ou impactos.
Ainda segundo as previsões do Gartner, nós não teremos até 2020 uma plataforma única capaz de oferecer o fim-a-fim de uma solução de IoT, até lá nós teremos cerca de 20.8 bilhões de dispositivos (outras previsões sustentam uma previsão de até 25 bilhões de dispositivos), por isto, é importante destacar aqui ao menos duas áreas que serão fundamentais para que as organizações possam alcançar seus objetivos estratégicos com o uso da IoT, são elas: Arquitetura Corporativa e Segurança da Informação.
Para os Arquitetos Corporativos, a IoT ainda é um somatório de tecnologias. Ao se confirmarem as previsões do Gartner, até 2020 nós iremos conviver um bom tempo com esta diversidade de plataformas, integrações complexas e com diversos parceiros tecnológicos. Por este motivo é necessário pensar em soluções que sejam extensivas e livres de qualquer tipo de dependência tecnológica.
Questões relacionadas à segurança, privacidade, custos, facilidade de acesso, agilidade e performance deverão permear as decisões relacionadas as possibilidades de arquitetura para IoT. Explorar as características e o potencial da nuvem será fundamental para que os Arquitetos possam oferecer as soluções adequadas para as empresas. É quase impossível pensar em IoT sem pensar em nuvem e, uma vez que a corrida para as soluções de IoT já se iniciaram e deve aumentar significativamente nos próximos anos, será fundamental aproveitar as características e benefícios que a nuvem oferece.
Para as equipes de Segurança da Informação, o volume e a diversidade de dispositivos e integrações do ecossistema de IoT certamente sustentarão por muito tempo os assuntos nas pautas das reuniões, a privacidade e confidencialidade das informações certamente serão os pilares destas discussões. A complexidade e o nível de segurança serão maiores e mais desafiadores e certamente remeterão a uma mudança de mindset dos gestores de segurança da informação, que deverão equilibrar os custos com o nível adequado de segurança, considerando ainda que as possibilidades e variedades de casos de uso de IoT irão romper fronteiras que vão além dos perímetros conhecidos das redes nas organizações.
Certamente em alguns anos ouviremos sobre inúmeros casos e projetos de IoT que falharam, normal, até mesmo pela característica experimental dos projetos de IoT. Mais certo ainda é que teremos respostas prontas e diremos que os pontos de falha eram previsíveis. Os projetos experimentais, curtos e ágeis podem até falhar, o que não pode falhar são as estratégias de IoT das organizações e principalmente a resposta sobre quais problemas temos que resolver com o uso da IoT.