Redes Sociais e seu impacto no comportamento humano

As redes sociais permitem a construção de um processo de comunicação bastante intenso, sem a necessidade de contato físico ou interação ao vivo.

Neste cenário, o uso dessas redes vem interferindo no comportamento humano, instigando a necessidade de estar sempre conectado e fazendo com que a tecnologia faça parte do cotidiano de todo indivíduo.

Tais mudanças comportamentais podem contribuir para o aumento do estresse e para o aparecimento de novas síndromes, conhecidas como síndromes tecnológicas.

Este artigo traz como tema central a influência das redes sociais no cotidiano do ser humano, a criação de novos hábitos e o surgimento de novas síndromes.

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Redes Sociais e Redes Sociais Virtuais

A Rede Social é uma estrutura composta por pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações, que compartilham valores e objetivos comuns. Uma das fundamentais características na definição das redes é a sua abertura, possibilitando relacionamentos horizontais e não hierárquicos entre os participantes.

“Redes não são, portanto, apenas uma outra forma de estrutura, mas quase uma não estrutura, no sentido de que parte de sua força está na habilidade de se fazer e desfazer rapidamente.”

O Crescimento das Redes Sociais Virtuais no Brasil e no Mundo

No Brasil há um crescimento elevado, com 78,3 milhões de pessoas nas redes sociais, ou seja, 79% de sua base de usuários da Internet.

O brasileiro, em média, fica 5:26 horas por dia conectado à internet; gasta 3:47 horas com acesso móvel; gasta também 3:47 horas com acesso a redes sociais (via mobile ou fixo); e consome 2:49 horas na TV. As redes sociais mais usadas pelos brasileiros são:

  • Facebook: Criado por Mark Zuckerberg e lançado em 2004, o Facebook é hoje a rede social mais acessada e utilizada no mundo todo, com uma população de 1,5 bilhões de usuários cadastrados, sendo cerca de 83 milhões brasileiros.
  • WhatsApp: Uma das redes sociais mais recentes, criada em 2009, é um aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones. Hoje são cerca de 38 milhões de usuários brasileiros, equivalendo a 8% dos usuários mundiais.
  • Instagram: A ideia do Instagram é o compartilhamento de fotos e vídeos curtos através do celular. O Instagram foi criado em 2010 e está crescendo mais rápido do que as outras redes.
  • Twitter: Criado em 2006, o Twitter é uma rede social que possibilita aos usuários a troca de atualizações pessoais através de textos de até 140 caracteres, conhecidos como tweets.

As redes sociais continuam a crescer em todo o mundo e os usuários ativos contabilizam 29% de toda a população mundial. O usuário ativo mensal (MAU, na sigla em inglês) é o mais ativo usuário das redes e chega a mais de 2 bilhões, um crescimento de 12% na base desde janeiro de 2014.

O Estresse e o Surgimento de novas Síndromes

As Redes Sociais vêm transformando nossas vidas e nosso aprendizado. A geração atual tem acesso a novas tecnologias desde muito cedo e tem acesso a diferentes meios de informação.

Estamos diante de um novo formato de comunicação que a cada dia passa por transformações.

A dependência do celular, do computador, da Internet é crescente e, apesar de serem vícios socialmente aceitos, são igualmente nocivos, pois alteram o comportamento dos indivíduos. Alguns especialistas acreditam que o uso excessivo das novas tecnologias torna as pessoas mais impacientes, impulsivas e esquecidas.

Com o uso massivo dos aparatos tecnológicos algumas síndromes necessitam de nossa atenção. Abaixo segue uma breve descrição do estresse e de possíveis novas doenças.

Estresse

O estresse é uma reação do organismo, com componentes psicofisiológicos que ocorrem quando o indivíduo se confronta com uma situação que, de um modo ou de outro, o irrite, amedronte, excite ou confunda, ou mesmo que o faça imensamente feliz

Síndromes tecnológicas

As síndromes tecnológicas listadas abaixo são relativamente novas e demorarão para serem tratadas como doença, mas é de extrema importância o estudo destas e de seus fatores causais.

Nomophobia: Uma doença relativa a sensação de ansiedade de ficar desconectado da rede.

A palavra nomophobia é uma abreviatura de “no-mobile phobia”, ou seja, uma síndrome desenvolvida pelo medo de ficar sem uma conexão móvel.

Para algumas pessoas, quando o celular fica sem bateria e não há nenhuma tomada por perto, uma desconfortável sensação de privação e distanciamento do mundo surge.

Síndrome do toque fantasma: Trata-se daquela sensação de que o seu celular está vibrando no seu bolso, fazendo com que você o pegue de cinco em cinco minutos para conferir. Pelo menos 70% das pessoas que assumem usar muito o celular sofrem este tipo de “delírio”.

Náusea Digital (Cybersickness): Trata-se da vertigem que algumas pessoas sentem quando interagem com alguns ambientes digitais.

Em tempos de Gifs, sites em flash e experiências em 3D, tornam-se cada vez mais comuns os relatos de pessoas que sentem tonturas e outras sensações desagradáveis ao interagirem com este universo fora do comum.

Essas tonturas e náuseas resultantes de um ambiente virtual foram apelidadas de Cybersickness. O termo surgiu na década de 1990 para descrever a sensação de desorientação vivida por usuários iniciais de sistemas de realidade virtual.

O Efeito Google: É quando, por conta da facilidade em encontrar todo tipo de informação na internet, nosso cérebro passa a reter uma quantidade menor de informações.

O cérebro passa agir como se não mais necessitasse memorizar certas informações, já que as conseguiria com facilidade na rede.

Cibercondria ou hipocondria digital: Uma tendência que o usuário compulsivo desenvolve por acreditar que tem todas as doenças sobre as quais leu na internet.

Grande parte deste problema está justamente na quantidade infindável de informações relacionadas a doenças – nem sempre confiáveis – disponíveis na rede. Pessoas recorrem aos “médicos virtuais” para identificar a causa de pequenos problemas, como dores de cabeça, por exemplo.

A partir daí, com um pouco de informação e muita imaginação, o usuário passa a pensar que tem algo grave.

Conclusão

A tecnologia trouxe facilidades para o nosso dia-a-dia, entretanto, criou também uma necessidade frequente de estar conectado, o que acaba levando indivíduos a terem as chamadas síndromes tecnológicas.

Levamos em conta que atualmente a tecnologia deixou de ser um simples diferencial para se tornar uma necessidade.

O ser humano expressa uma vontade cada vez maior de estar informado. Isso pode gerar ansiedade, dependência e estresse.

Precisamos aprender a lidar com os momentos de estresse, assim como, compreender até que ponto as novas tecnologias poderão influenciar em nosso modo de viver e conviver.

Vale a pena ressaltar que a utilização da tecnologia, mais especificamente as redes sociais, não acarreta em dano algum ao ser humano mas, em contrapartida, seu uso desregrado pode contribuir para surgimento de algumas doenças.


5 Comentários

Fernando
1

Muito bom artigo Rodrigo. Esses sintomas já são perceptíveis na maioria dos adultos e pior ainda em crianças.

Marcello Moreira
3

Eu ainda acredito que existam várias pessoas quê possuem duas ou três doenças simultaneamente. Imaginamos que uma criança de seis anos ao invés de fazer atividades físicas como lazer após a escola sente em uma cadeira e fique 3 horas sem interrupções utilizando a Internet e ainda se afastar dela tenha sintomas de abstinência… Jogando jogos de tiros, carros. É realmente necessário a orientação dos pais para equilibrar o laser virtual do (normal) cotidiano dos velhos tempos.

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