Diariamente, o Scrum Master acessa as ferramentas de medição padrão do seu time. Ele olha o Lead Time, o Cycle Time, o CFD. Fala com o time sobre o WIP alto ou baixo. Expressa sua preocupação com o tempo de fila ou de espera e dá sugestões para o time conseguir diminuir esse tempo.
Ao mostrar os números na retrospectiva, o Scrum Master comenta os picos, as falhas e o que é preciso fazer para conseguir avançar. Eis que, então, ele questiona uma META. Todos se olham, parecendo não entender bem. E ele comenta:
“Temos que criar uma meta para ser mais eficientes! Assim, a meta nos motiva e instiga a criar um fluxo mais eficiente.”
É um pensamento que chega a ser bem tentador. E, de certa forma, ele não está errado. Mas nesse momento, um desenvolvedor levanta a mão e pergunta:
“Mas o que importa para nós não é a entrega? Ou seja, se nós entregamos mais rápido, o negócio cresce mais rápido, aprendemos mais sobre o usuário e sobre o produto. Então, a meta deveria ser entregar mais coisas, com maior rapidez, agilidade. Certo?”
O Scrum Master fica atônito com a réplica do colega. Pensando em Lead time, ele entende que o time deveria colocar a meta de 7 dias, se sobrepondo ao lead time atual de 10 dias, o que irá propiciar uma melhor entrega, com prazos melhores para a área de negócios. Com essa meta, melhoramos a entrega.
“Ok, Scrum. Eu entendi. Mas a meta da empresa não é melhorar o lead time ou tornar uma etapa do processo mais eficiente. A meta é entregar maior resultado, maior receita, maior satisfação ao cliente. Usamos o lead time como um meio que apoia a entrega, onde, quanto melhor – o que não significa menor – mais diferenciada é a nossa empresa. Sendo assim, diminuir o lead time deveria ser algo a ser buscado para atingir a meta”
O Scrum Master responde, confuso:
“Mas time, o Lead Time, a meta, e o plano de ação?”
“Pois é, e o plano de ação? Otimizar etapas, não otimiza o todo. Melhor a velocidade de um ponto, não melhora todos. Não estamos dizendo que não devemos melhorar ou diminuir o Lead TIme. Não digo que trabalhar continuamente para aprimorar processos e etapas não é bom. É bom sim. É muito bom. Mas em prol de acelerar a entrega de valor, diminuir o tempo de espera de um cliente pelo nosso serviço e, consequentemente, aumentar a satisfação do nosso cliente é melhor. Até por que, o nosso objetivo é realizar o objetivo do cliente”.
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