A implementação pela Ericsson da tecnologia LTE (Long Term Evolution) na Europa vem superando as expectativas da empresa, informa Edvaldo Santos, gerente de Assuntos Corporativos da Ericsson. Até o final do ano, mais 25 cidades na Suécia e quatro na Noruega contarão com essa tecnologia, capaz de acelerar a capacidade e a velocidade das redes de telefonia celular, totalizando 31 localidades nesses países. Em outras partes do mundo, os negócios com LTE também estão crescendo. Segundo Edvaldo Santos, 60 operadoras de 30 países já se comprometeram a adotar a LTE. Até o momento, além da Teliasonera, na Europa, a Ericsson já assinou contratos comerciais de LTE com outras três grandes operadoras globais: AT&T, Metro PSC e Verizon, nos Estados Unidos, e DoCoMo, no Japão.
O Brasil, mesmo lançando mão de tecnologias capazes de incrementar a capacidade da rede – como é o caso da LTE –, ainda precisa atender de maneira integral as recomendações da União Internacional de Telecomunicações (UIT) em relação à harmonização do espectro, fator essencial para sua integração à comunidade global, na opinião do executivo da Ericsson.
“Por enquanto, o Brasil tomou a decisão correta ao escolher a faixa de 2,5 GHz, que será a de maior escala mundial, e deverá seguir a Opção 1 da União Internacional de Telecomunicações (UIT), adotando 70+70 MHz para sistemas FDD (Frequency Division Duplex, em que a recepção e transmissão de sinais se fazem em faixas separadas) e 50 MHz para sistemas TDD (Time Division Duplex, em que a recepção e transmissão de sinais se fazem em faixas contíguas).”
Vale lembrar que parte da faixa de frequência de 2.500 MHz é atualmente ocupada pelas TVs por assinatura que transmitem sua programação via tecnologia MMDS (Multipoint Multichannel Distribution Service), a partir da distribuição de sinais analógicos para um grupo de apenas 400 mil usuários. As operadoras de celulares, por sua vez, reivindicam essa faixa para fazer frente a sua crescente demanda e as TVs por assinatura resistem porque vislumbram poder no futuro usar a faixa para transmissão de serviços digitais.
Apesar desse cenário, “qualquer decisão diferente da recomendada pela UIT será catastrófica para o país”, afirma Edvaldo, apontando questões, como o prejuízo em relação ao desempenho da rede com interferências mútuas entre aparelhos e dispositivos FDD e TDD e a necessidade de hardware específico para realização de roaming internacional.
A harmonização do espectro também insere uma questão econômica. “Qualquer caminho diferente do defendido pela UTI também prejudica a escala de fabricação de equipamentos, o que tornaria inviável, em função do alto custo de produção, a importação brasileira”, diz. Além disso, há o perigo de se criar uma reserva de mercado, uma vez que não se poderia importar sem adaptação prévia do filtro.
Para Edvaldo Santos, a Anatel até o momento tem tratado o tema harmonização de maneira adequada, com visão técnica. “O Brasil tem dado mostras inequívocas de alinhamento internacional com os órgãos reguladores globais, tanto no setor de Telecom quanto nas áreas ambientais, sociais, saúde pública, educação e macroeconômicas”, conclui.
Fonte: SHEDI – Silvia Helena Editora