Uma visão geral sobre os Sistemas Operacionais Móveis – Parte 1

Há algum tempo já havia me interessado pelo assunto mas só nessas últimas semanas decidi escolher uma plataforma e focar nela em meus estudos iniciais. No artigo irei falar de forma mais detalhada das plataformas mais utilizadas, mas também citarei pontos das mais promissoras e das que estão a ponto de cair no limbo da tecnologia.

Vamos começar com a plataforma que elegi para meus estudos: o Android, a plataforma móvel do Google que hoje é a mais difundida não só nos smartphones, mas também em tablet’s e outros dispositivos. O Android é um sistema operacional focado em dispositivos móveis, baseado em Linux, que foi criado pela Android Inc e que era mantido pela mesma até sua aquisição pelo Google em 2005. Em meados de 2007 a Open Handset Alliance, um consórcio de empresas que inclui grandes companhias e se dedica a desenvolver padrões abertos para dispositivos móveis, se uniu ao projeto Android, oferecendo o suporte e o respaldo necessários para o sucesso da plataforma. A primeira versão comercial do sistema foi lançada em meados de 2008 com o codinome ”Astro” e o primeiro aparelho que suportava o sistema foi o HTC Dream. A partir da versão 1.5 (Cupcake) o Android passou a usar codinomes que remetem a sobremesas (Ice Cream Sandwich, Froyo, Gingerbread).

Dos principais sistemas mobile, o Android é o que oferece maiores possibilidades de customização, tanto na criação de aplicativos quanto na própria alteração do sistema por parte dos fabricantes de celular. Seu kernel baseado no Linux permite desde simples alterações de design até complexas modificações do sistema, trabalhando com bibliotecas diretamente em C.

A documentação do Android é bastante completa e extensa e está disponível no endereço “http://developer.android.com“. Também existem alguns livros, inclusive em português, que podem ser usados para estudo e referência. Também já existem cursos voltados a desenvolvedores que desejam se familiarizar com a tecnologia. O Android usa o Eclipse como principal plataforma de desenvolvimento em conjunto com um SDK criado pelo Google que, além das funções básicas de desenvolvimento, também fornece um emulador onde podem ser realizados testes e simulações com as diferentes versões do sistema. Depois de concluído o processo de desenvolvimento o aplicativo pode ser disponibilizado na Google Play, a loja de aplicativos do Android, onde existe a possibilidade do criador monetizar seu aplicativo.

Por ironia, o maior responsável pelo sucesso do Android é o seu maior concorrente, o iOS, sistema operacional para dispositivos móveis da Apple lançado em 2007 em conjunto com o iPhone e que causou uma verdadeira revolução nos dispositivos móveis – também deu origem ao termo smartphone.

O iOS provê uma interface de desenvolvimento bem mais fechada que o Android, sua plataforma é restrita a linha de computadores Mac e utiliza Objective C como linguagem padrão para criação de aplicativos. Para quem não está familiarizado ao universo Apple Objective C pode, num primeiro momento, parecer bastante confuso devido as suas várias diferenças de estrutura e sintaxe para as linguagens mais utilizadas, mas, como era de se esperar, depois de um primeiro período de adaptação o desenvolvimento segue o mesmo padrão de outras plataformas.

Ao contrário da Google Play a loja de aplicativos da Apple é fechada e antes de sua publicação a aplicação passa por uma validação onde é realizada uma complexa bateria de testes que verifica se a aplicação contém algum erro que impede seu uso ou prejudica a estabilidade do sistema e também filtra conteúdos que são proibidos pela Apple Store como, por exemplo, conteúdos adultos.

Apesar de ser uma limitação para o desenvolvedor, essa politica linha dura da Apple acaba se mostrando vantajosa para o usuário que tem garantias que aplicativos não executarão códigos maliciosos em seus dispositivos, e que o sistema continuará executando de forma estável após a instalação de um novo app.

Aqui terminamos a primeira parte do artigo. Na segunda iremos falar sobre o Windows Phone, outros SO’s e Market share.

Aproveite e deixe sua opinião sobre o Android e o iOS.


8 Comentários

luvialca
1

Pra publicar um app no Google Play, ele não precisa ser aprovado? No caso da Apple, ela fica com 30% do valor da venda a título de comissão. No Google Play qual é a comissão?
E só corrigindo: o Android domina no mundo dos smartphones, mas no mundo dos tablets o iOS ainda reina com folga.

Franklin Anderson
2

Sebastião, você fez engenharia da computação, essa faculdade permite total conhecimento ao desenvolvimento de softwares? Para um futuro desenvolverdor,curso de TI é o caminho?
Eu quero saber criar aplicativos, entender tudo de programação e tambem saber criar novas tecnologias como NFC, etc…Qual o caminha que devo seguir na sua opinião?
Estou numa duvida de qual profissão seguir.

Sebastião César Vieira
3

Olá luvialca, obrigado pelo comentário, vamos por partes.
Para publicar na Google Play o app não é submetido a uma bateria de testes e verificações igual acontece na loja Apple, o que dá margem para publicação de aplicativos instáveis ou que possuam códigos maliciosos.
A comissão cobrada para aplicativos pagos na Play também é de 30%..
O market share no mundo dos tablet’s realmente pertence a Apple, com cerca de 60% de participação, abordarei esse assunto mais amplamente na segunda parte do artigo.
Até mais !

Sebastião César Vieira
4

Olá Franklin, sua pergunta é muito pertinente e bastante difícil de ser respondida. Bem, nenhuma faculdade permite um total conhecimento de desenvolvimento de softwares o que ela proporciona é uma base que pode ser melhor ou pior dependendo do curso, da instituição escolhida e principalmente do aluno.
De um modo geral existem 3 cursos de graduação que formam a maioria dos analistas/desenvolvedores de sistemas: Sistemas de Informação, Ciência da Computação e Engenharia da Computação. Cada um com seus prós e contras.
Sistemas de Informação é o que considero mais voltado para o mercado, seu foco é principalmente a formação de analistas/desenvolvedores, Ciência da Computação compartilha esse objetivo mas também proporciona maior bagagem acadêmica abordando temas menos utilizadas no dia a dia de um profissional da área mas que podem ser úteis para futuros pesquisadores.
Por fim Engenharia da Computação forma um profissional com um leque maior de possibilidades, pois a formação em Engenharia que inclui vários perídos de cálculo, química, eletrônica, engenharia biomédica entre outras matérias não tão aprofundadas nos outros cursos abre possibilidade para o trabalho como Engenheiro de Telecomunicações ou Automação, por exemplo.
No meu caso o que me atraiu na Engenharia da Computação foi justamente essa multidisciplinaridade.
No seu caso, meu conselho é que você pesquise bastante sobre cada curso e cada instituição aonde deseja prestar vestibular, as particularidades do mercado de TI na sua região, caso pretenda se manter onde mora, e só depois defina qual dessas opções é a mais adequada a você ou até mesmo encontre uma quarta, que atenda suas expectativas.
Uma última dica é fugir dos cursos de curta duração os chamados tecnólogos, não que todos sejam ruins, mas acho importante que a formação base seja um pouco mais completa o que, por motivos óbvios, não é possível em um curso nesse formato.
Abraço.

Marcelo Melo
5

Sebastião, muito bom o artigo!
Estou ansioso para ler a “Parte 2″… Estou fazendo atualmente uma Pós em desenvolvimento Mobile. Seu artigo acrescentou muito aos meus conhecimentos. Muito obrigado!
Um abraço.

Sebastião César Vieira
6

Muito obrigado Marcelo !
Fico feliz que você tenha gostado e que o artigo tenha sido útil para você. Estou finalizando a parte 2, em breve ela será publicada. 🙂
Abraço !

jessica
8

ola
o que vc acha de uma monografia na area?
portabilidade em dispositivos moveis: um comparativos entre os sistemas operacionais em uso
pode me indicar alguns livros?

Deixe seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos com * são obrigatórios!